Pronunciamento

Neodi Saretta - 131ª SESSÃO ORDINARIA

Em 25/11/1999
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, da mesma forma que o Deputado Jaime Mantelli, gostaria de fazer uma breve prestação de contas desse nosso compromisso na Itália e em Portugal, em missão oficial da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Eu acredito que a delegação que lá esteve, juntamente com representantes do Paraná e do Rio Grande do Sul, pôde dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito, no sentido de levar Santa Catarina e suas potencialidades para outras regiões deste planeta, especialmente para a Europa.
A par disso, tivemos a oportunidade de conhecer experiências de desenvolvimento de projetos agrícolas, de incentivos, de subsídios e de inteirar-nos do grande debate no momento na Europa, o qual temos feito aqui no Estado também, que é sobre os produtos geneticamente modificados, os chamados transgênicos.
Evidentemente, Deputado Nelson Goetten, este assunto é polêmico em todo o mundo, mas há um claro sentimento no sentido do não-consumo desses produtos de forma majoritária na Europa.
Quando estivemos na FAO, órgão das Nações Unidas que trata da alimentação e agricultura, o Embaixador brasileiro nos disse que contatos haviam sido mantidos com alguns países para a exportação de carne e soja brasileira e que a tendência era a venda de produtos que tinham a garantia de não haver sofrido modificações genéticas.
Além disso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o conhecimento sobre o funcionamento das chamadas agências regionais do desenvolvimento, experiência de Portugal... Aliás, quero fazer um parênteses aqui: Portugal é um dos países mais pobres da Europa que nos últimos anos, com a sua entrada no Mercado Comum Europeu, têm tido um desenvolvimento muito grande. Recentemente foi publicada uma matéria numa revista brasileira que destacava esse crescimento, e com certeza em algumas dessas regiões isso está sendo fomentado pelas agências regionais de desenvolvimento.
Em Santa Catarina temos o Fórum Catarinense de Desenvolvimento e fóruns microrregionais de desenvolvimento, e creio que esses fóruns devem ser fortalecidos da forma como entendermos melhor. Essa foi a grande lição que trouxemos a respeito das agências. Não há modelo pronto, Deputado Moacir Sopelsa, não há uma fórmula que se aplique em Portugal e que dará certo no Brasil; há, sim, uma expectativa de que nós próprios possamos criar esses modelos de desenvolvimento através da participação da sociedade civil nos fóruns regionais e microrregionais de desenvolvimento, para discutir a problemática de cada uma das regiões e levantar perspectivas de crescimento, de geração de empregos, de fortalecimento das micro e pequenas empresas.
Aliás, Sr. Presidente e Srs. Deputados, lá também reforçamos uma posição que aqui temos defendido: que as micro e pequenas empresas são aquelas que mais geram e que mais rapidamente podem gerar empregos sem correr o risco de causar o que causa às vezes um grande conglomerado, que da noite para o dia se instala e, da mesma forma, pode abandonar a região, provocando graves problemas sociais.
A participação de toda a delegação, capitaneada pelo nosso Presidente, Deputado Gilmar Knaesel, sem dúvida nenhuma, deixou marcos, deixou perspectivas, que terão desdobramentos positivos para o Estado de Santa Catarina na área comercial, na área cultural e, principalmente, no sentido de buscarmos essa disputa por mercados, por criação de empregos, para realmente garantirmos o desenvolvimento do nosso País.
O nosso Presidente da República e o Presidente dos Estados Unidos estiveram presentes na Conferência da Terceira Via, em Firenze, que casualmente aconteceu nesses dias, mas não creio que seja isso a grande alternativa e solução para o futuro, e sim buscarmos nos fóruns de desenvolvimento, estaduais ou microrregionais, uma fórmula de desenvolver a perspectiva de geração de empregos, de distribuição de renda, de qualidade de vida, de ganhos no sentido do bem-estar e do fortalecimento da democracia.
Esses são os dados importantes que trouxemos na bagagem, aos quais iremos dar desdobramento nos próximos dias através de ações concretas. Dessa forma, iremos contribuir para que Santa Catarina também tenha perspectiva de desenvolvimento e de melhoria da qualidade de vida da sua gente.
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)