Pronunciamento

Neodi Saretta - 089ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/10/2013
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, estimados catarinenses que acompanham esta sessão.
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"Neste mês de outubro, ao olharmos em volta aqui mesmo na Assembleia Legislativa, nas pontes, praças, prédios, veremos que vários locais estão iluminados com a cor rosa. Hoje muitos funcionários desta Assembleia também estão vestidos com essa cor. Queremos destacar que essa é a cor da prevenção de uma doença que está entre as que mais vitimam mulheres em nosso país: o câncer de mama.
A cor rosa é o símbolo do Movimento Outubro Rosa, que surgiu em 1997, nos Estados Unidos, e que hoje é realizado no mundo inteiro. Em 2009 começou a ser promovido em Florianópolis, por uma iniciativa da Associação Brasileira de Portadores de Câncer, a Amucc. O objetivo do movimento é alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e da detecção precoce da doença, além de mobilizar a população, entidades e governo na luta contra o câncer de mama.
O câncer de mama é o que mais acomete as mulheres em todo o mundo, depois do câncer de pele. Em 2013, a previsão é de que sejam registradas mais de 52 mil casos da doença no Brasil. A região sul é a que apresenta a segunda maior incidência, com 65 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas no sudeste esse número é maior, com 69 casos a cada 100 mil mulheres.
Em 2011 o governo federal lançou o Plano de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer. Segundo o plano, mulheres entre 40 e 49 anos devem fazer anualmente o exame clínico das mamas. Caso seja identificada alguma alteração suspeita, o profissional pedirá uma mamografia para confirmação. Já entre os 50 e os 69 anos é recomendada a realização de mamografias de rastreamento a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado de desenvolver câncer de mama devem iniciar o acompanhamento aos 35 anos. Essas são aquelas que têm casos de câncer em pessoas próximas, da família.
No ano passado propusemos projeto de lei nesta Assembleia regulando a situação dos exames em Santa Catarina, inclusive sobre o banco de dados da lista de espera das mamografias, que é uma das coisas mais importantes e urgentes no país.
Melhoria da qualidade das mais de 3 milhões e meio de mamografias realizadas anualmente também faz parte das ações. Atualmente são 4 mil mamógrafos disponíveis em todo o Brasil, nas redes pública e privada. O que precisa ser melhorado é o acesso das mulheres a eles e a distribuição para além das grandes regiões metropolitanas.
Além do plano, outro avanço muito importante conquistado por todos os portadores de câncer foi o direito ao início do tratamento pelo Sistema Único de Saúde, em no máximo 60 dias após diagnóstico. Agora precisamos ir à frente e tornar o diagnóstico mais rápido, com mais acesso aos exames, aumentado as chances de cura e tornando o tratamento menos doloroso. Estatísticas apontam que o câncer de mama tem cura em mais 90% dos casos descobertos em fase inicial.
Outro aspecto do câncer de mama é a questão do impacto na autoestima da mulher com a retirada da mama e dos efeitos da quimioterapia, como a perda dos cabelos. Para minimizar esse impacto é preciso que se tenha a reconstrução da mama como parte integrante do tratamento, de preferência realizando a reconstrução na mesma cirurgia de retirada da mama. Atualmente, muitas mulheres chegam a ficar por anos na fila esperando pela cirurgia que pode devolver-lhes a autoestima.
Além do rastreamento precoce, o combate ao câncer de mama passa também pela prevenção. Manter hábitos saudáveis de alimentação e exercícios físicos, eliminar o consumo de tabaco e diminuir a incidência da obesidade são medidas eficazes na prevenção e retardamento do aparecimento do câncer. Porém todas essas ações dependem de cada indivíduo - daí a importância de ações de conscientização, como o Outubro Rosa.
Além do custo que representa para o SUS o tratamento em estágio avançado da doença, perdas de vida pelo câncer representam um custo incalculável para o Brasil. São famílias desestruturadas pela perda de uma mãe, uma avó, uma filha, uma profissional, uma amiga. Realmente um custo com o qual não podemos mais arcar.
Precisamos acabar com o mito de que o câncer é uma sentença de morte e lembrar que o cuidado com a própria saúde é um ato de amor à vida."
Estamos fazendo esta manifestação no início deste mês também para lembrar que tramitam nesta Casa três medidas provisórias que tratam da saúde. Hoje mesmo participamos da reunião que tratou do assunto e vamos reunir-nos novamente às 17h, no âmbito da comissão de Finanças e Tributação, para votar as medidas provisórias que amanhã deverão vir ao plenário desta Casa.
Tínhamos expectativas que essas MPs contemplassem melhorias efetivas para a saúde catarinense, o que não ocorreu. Há questões ali colocadas que estão desde 2005 na pauta e que qualquer forma representam medidas que poderão tornar-se importantes. Por isso estamos debatendo hoje e amanhã, verificando a questão de emendas de aperfeiçoamento do projeto, para que essas medidas provisórias que tratam da saúde realmente se tornem um instrumento para melhorar a saúde dos catarinenses.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)