Pronunciamento

Neodi Saretta - 073ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 03/07/2012
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. presidente, srs. deputados, sra. deputada Ana Paula Lima, estimados catarinenses que acompanham esta sessão.
Venho a esta tribuna para relatar a grave situação que vivem os produtores e criadores de suínos em Santa Catarina, cuja crise tem refletido na própria economia catarinense e tem levado os municípios a decretar, inclusive, estado de emergência.
Ontem Concórdia, maior município do alto Uruguai catarinense, decretou situação de emergência em face da grave crise financeira que vive a suinocultura. Outros municípios tomaram medidas semelhantes, a exemplo de Braço do Norte, Xavantina e Lindóia do Sul. Outros ainda estão oficializando o estado de emergência. São eles: Seara, Alto Bela Vista, Ipumirim, Irani e Peritiba.
Essa situação, sr. presidente, srs. e sras. deputadas, já vem de algum tempo, pois historicamente há crises cíclicas na suinocultura. Agora, no entanto, a crise tornou-se permanente e talvez seja a maior que o setor suinícola já viveu. Dados divulgados num evento realizado pela Faesc refletem um pouco a situação atual da suinocultura.
Em 1970 havia em Santa Catarina 60 mil suinocultores. Hoje esse número baixou para 11 mil, sendo que sete mil são integrados à agroindústria e quatro mil produtores são independentes. De maneira geral os independentes são os que sentem a maior dificuldade em função de que às vezes nem conseguem vender a produção.
Essa força de trabalho gera 800 mil toneladas de carne por ano, sendo que 150 mil são exportadas, 200 mil são consumidas no território catarinense e outras 450 mil são envidas para outros estados do Brasil.
Temos abordado esse assunto por diversas vezes desta tribuna. Há dias fizemos uma solicitação à Presidência da República e ao ministério da Agricultura, no sentido de que seja antecipada, por meio de leilão público, o prêmio para escoamento da produção, a fim de atender à demanda do milho, uma preocupação muito grande. E agora estamos trazendo essa preocupação porque além de haver excessiva oferta de carne no mercado, houve uma elevação muito grande dos custos de produção, especialmente a soja e o milho. Para se ter uma ideia, para cada quilo de suíno vivo o produtor investe cerca de R$ 2,50 e recebe somente R$ 1,30, deputado Nilso Berlanda.
Essa situação tem tido grande repercussão, e um dos jornais de grande circulação do estado de Santa Catarina traz hoje duas matérias abordando de forma ampla a crise que assombra o oeste, porque é inegável que a maior produção está concentrada naquela região do estado. A matéria coloca que produtores estão abandonando a atividade e que diversas cidades decretaram estado de emergência. Há até depoimentos de suinocultores que mostram a grave situação que vivem neste momento.
Então, sr. presidente e srs. deputados, apelamos aos governos do estado e federal que tomem medidas no sentido de auxiliar esses produtores, seja adquirindo carne para distribuição através de programas sociais ou mesmo para estoque, seja através de medidas que permitam o barateamento do custo da produção, especialmente na questão dos insumos.
Então, estamos trazendo essa preocupação para que todos juntos busquem alternativas para atender a esse setor tão importante, pois, afinal de contas, estamos falando da produção de alimentos para o Brasil, estamos falando de uma força de trabalho que gera 800 mil toneladas de carne por ano e que está pedindo socorro!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)