Pronunciamento

Neodi Saretta - 075ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/07/2012
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, estimados catarinenses que acompanham esta sessão, quero fazer uma saudação muito especial a todos os bombeiros, sem distinção de bombeiros comunitários, voluntários ou militares e lembrar que nesta semana se comemorou o Dia do Bombeiro.
De forma muito especial quero saudar as delegações de bombeiros voluntários de diversas cidades de Santa Catarina que acompanham há quase um ano a trajetória de debates que têm sido travados nesta Casa a respeito da sua atuação no estado.
Temos aqui grandes delegações de bombeiros de Jaraguá do Sul, de Joinville, a quem cumprimento em nome do prefeito Carlito Merss e de todas as demais lideranças; de Concórdia, de Arabutã, de Lindóia, de Irani, de Presidente Getúlio, de Jaguaruna, enfim, de muitos municípios. Sintam-se todos cumprimentados.
Quero dizer que vivemos importantes momentos de debate nesta Casa. No dia 8 de maio vencemos uma etapa fundamental, que foi a discussão da constitucionalidade da PEC e este Plenário, por 25 votos favoráveis, oito contra e algumas abstenções, resolveu que a matéria era constitucional. Agora vamos votar a parte do mérito, que é a mais importante.
Naqueles dias muito se debateu, muito se discutiu, vieram propostas divergentes e nós recebemos muitas comunicações, muitas ligações de pessoas que se manifestavam obviamente a favor ou contra a PEC, o que já é do conhecimento de todos. Mas o que me chamou a atenção depois daquela memorável votação aqui ocorrida foi e-mail recebido do tenente-coronel Paulo Chaves de Araújo, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, pesquisador em proteção contra incêndio. Chamou-me a atenção, inclusive, o conteúdo, e eu faço questão de ler para quer todos tomem conhecimento.
(Passa a ler.)
"Parabéns aos valorosos deputados estaduais de Santa Catarina, que na tarde de hoje, 08 de maio de 2012, aprovaram com 25 votos favoráveis e sete votos contrários a Proposta de Emenda Constitucional que acrescenta o parágrafo único ao art. 112 da Constituição Estadual, que autoriza os municípios catarinenses a celebrar convênios com os Corpos de Bombeiros Civis Voluntários para análise de projetos e vistoria de sistemas de proteção contra incêndio, realizados por engenheiros, arquitetos, técnicos em edificações e assim por diante.
A aprovação a PEC n. 0001 representa uma vitória e exemplo de cidadania dos vários prefeitos, vereadores, empresários, bombeiros civis voluntários e de muitos moradores dos 33 municípios atendidos por Corpos de Bombeiros Civis Voluntários em Santa Catarina, que lotaram as galerias da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e abre espaço para o grande debate nacional que precisa ser iniciado para regulamentar os Corpos de Bombeiros Civis Voluntários e os Corpos de Bombeiros Civis Municipais, para que se possam instalar nos 4.929 municípios brasileiros onde, por falta de efetivo, o Corpo de Bombeiros Militar dos estados ainda não conseguiu instalar um quartel de bombeiros.
O modelo de Corpo de Bombeiros Militar já demonstrou não ser capaz de suprir a necessidade de bombeiros no país, já que em 156 anos de existência só conseguiu instalar quartel em 635 municípios, sendo que em muitos desses municípios é notória a falta de efetivo, viaturas, materiais, equipamentos, treinamento, procedimentos operacionais padronizados e instalações adequadas.
O Samu, em apenas 11 anos de existência, já possui instalação em cerca de 1.300 municípios, com viaturas, treinamento e procedimentos operacionais padronizados para todo o país."[sic]
Fiz essa leitura porque recebemos inúmeras mensagens com posicionamentos diversos, mas vindo de um tenente-coronel que tem estudado o assunto, penso que é um diferencial também a ser colocado.
Deputado Elizeu Mattos, v.exa. apresentou uma emenda, e gostaria de dizer que na essência não concordaríamos com ela, porque não podemos pensar apenas em quem já está instalado, mas em outros que virão no futuro também. Mas se a emenda for para viabilizar esse acordo e para aprovar a matéria nesta Casa, se não por unanimidade, mas por uma maioria muito mais folgada do que aquela havida anteriormente, concordaremos.
E é importante esclarecer que não basta termos a maioria dos votos aqui, temos que contar o quórum sobre o total de deputados que compõem a Assembleia Legislativa, mesmo aqueles que não estiverem presentes. E ainda assim, por se tratar de mudança constitucional, precisaremos de 24 votos e esta Casa é composta por 40 parlamentares.
Então, acho que a conversação que houve através dessa emenda pode facilitar, sim. Mas, acima de tudo, parece-me que estamos querendo, no dia de hoje, chegar ao encerramento de uma questão que não é de agora, deste último ano, deputado Moacir Sopelsa.
Coincidentemente estamos os três na frente e somos autores de outras PECs que aqui tramitam sobre assuntos semelhantes, as quais permitimos, inclusive, que não viessem a plenário como prioridade para a votação, por que esta que estará sendo votada é mais representativa, porque foi assinada pela Mesa Diretora e por deputados de todas as bancadas que compõem esta Assembleia.
Acredito que vocês estão angustiados para haja uma solução. Já vimos muita gente vir aqui legitimamente fazer o seu papel, mas poucas vezes vimos pessoas virem para dizer que querem trabalhar, que querem continuar tendo o direito de atender pessoas, de salvar vidas. É isto o que esta emenda propõe: dar direito a essas pessoas de trabalhar, porque se ela não for aprovada, para alguns não mudará nada, mas para esses mudará porque estarão impedidos de fazer o que milenarmente se faz no mundo, que é o trabalho voluntário. Desde a Grécia antiga, há milhares de anos, havia voluntários. Como é que Santa Catarina ousou querer impedir esse trabalho?
Estamos caminhando para resolver isso com amplo apoio desta Assembleia, com o apoio de todas as bancadas, mas com certeza principalmente pelo exemplo e pelo trabalho que vocês têm desenvolvido nas corporações, nos seus municípios, diuturnamente.
Muito obrigado!
(Palmas das galerias)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)