Pronunciamento
Neodi Saretta - 091ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 09/08/2012
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, por diversas vezes estivemos nesta tribuna manifestando-nos sobre a apreensível situação que vivem os suinocultores catarinenses, que estão amargando um grande prejuízo na sua produção, muitos encerrando a sua produção. E apelávamos por medidas do governo federal e ações do governo do estado que pudessem garantir a permanência dos suinocultores nas suas atividades.
Embora a situação seja ainda preocupante, esperamos mais ações nesse sentido.
Um conjunto de medidas foi tomado. E, mais importante ainda, estamos verificando que nessas últimas três semanas o próprio preço do suíno teve uma reagida extremamente positiva, de R$ 0,40 no quilo, o que permite ter a perspectiva de que o produtor agora poderá ter um ganho na sua propriedade.
Quando estava no auge dessa crise, inclusive uma das reivindicações dos produtores era a de que houvesse um subsídio de R$ 0,40. Essa reação do mercado, o preço base da carne in natura, que teve reajustamento, permite-nos dizer que há uma perspectiva da continuidade da suinocultura catarinense.
É bem verdade que as dificuldades vêm se somando ao longo dos anos, especialmente aos chamados produtores independentes, já que nessa área de produção de suínos poderíamos dividir os produtores em dois grandes grupos. O grupo dos integrados às agroindústrias que recebe um preço fixado pela agroindústria, recebe assistência, matéria-prima e depois deduz quando faz a venda. E os chamados independentes, que não são vinculados a uma agroindústria, mas atuam de forma independente. E é justamente o grupo independente que mais tem sofrido nos últimos tempos. Essa reação do preço do produto tem sido importante, porque em alguns casos já os independentes estão conseguindo inclusive o valor de R$ 2,50.
Então, nós que estivemos nesta tribuna por diversas vezes trazendo esse anseio dos produtores, essa preocupação, cobrando medidas, não poderíamos deixar de fazer essas colocações no sentido do alento que está ganhando a classe produtora na perspectiva de retomar um pouco pelos menos as despesas de produção, tendo aí uma pequena margem de lucro para poder continuar sustentando as famílias, tendo o ganho econômico necessário também.
Reafirmamos que a situação do suinocultor ainda é gravíssima. Ainda há o problema do abastecimento do milho, que é uma preocupação que estamos levantando com frequência, principalmente para os produtores não integrados, já que os integrados as agroindústrias têm conseguido garantir essa produção. Nós tivemos o alerta, dias atrás, da situação que poderia se agravar muito mais, da dificuldade da chegada do milho para alguns produtores.
Então, ainda temos uma série de questões e preocupações em relação à suinocultura catarinense. Mas não poderíamos deixar de registrar esses reajustes, essa reação que está tendo a carne suína. Inclusive, quero registrar a importância da divulgação para que a carne suína seja consumida. Hoje ela está entre as mais nutritivas, ou seja, já se quebrou uma série de tabus que havia.
Sr. presidente, aproveitando o tempo, falou-se aqui na questão do Paulo Stuart Wright, e acho importante isso, porque essa celeuma já havia sido levantada anteriormente.
Eu gostaria de lembrar que quando tive a oportunidade de presidir esta Casa, abrimos um cofre que estava há dezenas de anos fechado, que continham documentos da cassação do mandato de Paulo Wright. Criamos aqui na entrada da Assembléia Legislativa o memorial Paulo Stuart Wright, com esses documentos expostos. Esse memorial, vamos dizer assim, entre aspas, desapareceu. Então, se fosse falar em cassação, não seria a segunda, seria a terceira, porque ali também houve. Mas acho que não é nesses termos. E não vamos usar isso, porque esta Assembleia tem a obrigação, inclusive, de se redimir de um erro histórico cometido anos atrás, quando da cassação do mandato de Paulo Stuart Wright.
Seria importante que a Mesa e a Casa verificassem esse memorial que foi criado. Inclusive havia uma resolução, uma determinação que criamos, quando presidente desta Casa, para que se resgatasse isso, que esse memorial fosse reativado, com essa documentação.
Deputado Volnei Morastoni, sei que não há intenção de, em relação a isso, se promover, como se usou termos acho que exagerados, uma nova cassação. Mas é inegável que Paulo Stuart Wright, que foi injustiçado, vamos dizer assim, porque toda vez que se faz alguma ação importante não tem conseguido se manter. Então, parece que alguma coisa ainda o persegue na história.
Mas vou ouvir o deputado Volnei Morastoni.
O Sr. Deputado Volnei Morastoni - Meu caro companheiro, deputado Neodi Saretta, é uma grande oportunidade que temos. Hoje esta Casa renova uma oportunidade ímpar para todos nós desta Casa. Mas também conclamo o governo do estado para que possamos encontrar uma forma de reconhecer a importância que teve o deputado Paulo Stuart Wright e homenageá-lo com destaque. Não é destaque por destaque, mas com o reconhecimento devido pela história, pelo legado que ele nos deixou.
Apresentei um projeto, aprovado por esta Casa, que dispõe sobre o memorial dos desaparecidos políticos de Santa Catarina, mas foi vetado pelo governo do estado. Esse memorial que seria uma forma de resgatarmos não só Paulo Stuart Wright como também outros desaparecidos políticos do nosso estado.
Infelizmente foi vetada essa proposta do memorial. E agora fico surpreso também por causa desse outro veto que, parece, está a caminho, mas por uma interpretação equivocada, porque na verdade, como acompanhei isso desde o começo e durante um bom tempo, procedi a várias conversações e negociações entre as partes todas.
Ninguém mais do que eu reconhece que temos que preservar essa memória. Então, longe de poder parecer, transparecer qualquer cassação. Jamais! Pelo contrário, vamos aproveitar este momento, então, para dar a Paulo Stuart Wright o destaque e o reconhecimento que ele merece.
A Sra. Deputada Angela Albino - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Pois não!
A Sra. Deputada Angela Albino - Deputado, comprometo-me, como a sua fala já se vai concluindo, que serão apenas 30 segundos.
Apenas para não dar uma impressão equivocada a quem ouve e depois para os registros da Casa, de fato o deputado Volnei Morastoni nos procurou, e eu consultei quem me pediu o projeto. Consultei Derlei De Luca e Marcelo Pomar, da Comissão da Verdade, e o acordo não foi construído. Eles não aceitaram que se trocasse. Vamos mudar o nome da rua, daquela via...
Outro memorial é muito bem-vindo, mas são coisas distintas, e a Comissão da Verdade não aceitou essa troca.
Muito obrigada!
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Muito obrigado, deputada Angela Albino.
Quero dizer que também não tenho explicação do porquê de o memorial Paulo Wright ter desaparecido.
Gostaria que depois a Casa nos desse um posicionamento. Houve, inclusive, em uma oportunidade a presença do Jaime Wright, houve um evento, uma solenidade, e o memorial que estava ali na frente, pois até havia uma sala especial para isso, acabou desaparecendo.
Acho que esta Casa não pode cometer os mesmos erros do passado. Temos que corrigir os erros do passado e não ficar repetindo-os no presente.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Embora a situação seja ainda preocupante, esperamos mais ações nesse sentido.
Um conjunto de medidas foi tomado. E, mais importante ainda, estamos verificando que nessas últimas três semanas o próprio preço do suíno teve uma reagida extremamente positiva, de R$ 0,40 no quilo, o que permite ter a perspectiva de que o produtor agora poderá ter um ganho na sua propriedade.
Quando estava no auge dessa crise, inclusive uma das reivindicações dos produtores era a de que houvesse um subsídio de R$ 0,40. Essa reação do mercado, o preço base da carne in natura, que teve reajustamento, permite-nos dizer que há uma perspectiva da continuidade da suinocultura catarinense.
É bem verdade que as dificuldades vêm se somando ao longo dos anos, especialmente aos chamados produtores independentes, já que nessa área de produção de suínos poderíamos dividir os produtores em dois grandes grupos. O grupo dos integrados às agroindústrias que recebe um preço fixado pela agroindústria, recebe assistência, matéria-prima e depois deduz quando faz a venda. E os chamados independentes, que não são vinculados a uma agroindústria, mas atuam de forma independente. E é justamente o grupo independente que mais tem sofrido nos últimos tempos. Essa reação do preço do produto tem sido importante, porque em alguns casos já os independentes estão conseguindo inclusive o valor de R$ 2,50.
Então, nós que estivemos nesta tribuna por diversas vezes trazendo esse anseio dos produtores, essa preocupação, cobrando medidas, não poderíamos deixar de fazer essas colocações no sentido do alento que está ganhando a classe produtora na perspectiva de retomar um pouco pelos menos as despesas de produção, tendo aí uma pequena margem de lucro para poder continuar sustentando as famílias, tendo o ganho econômico necessário também.
Reafirmamos que a situação do suinocultor ainda é gravíssima. Ainda há o problema do abastecimento do milho, que é uma preocupação que estamos levantando com frequência, principalmente para os produtores não integrados, já que os integrados as agroindústrias têm conseguido garantir essa produção. Nós tivemos o alerta, dias atrás, da situação que poderia se agravar muito mais, da dificuldade da chegada do milho para alguns produtores.
Então, ainda temos uma série de questões e preocupações em relação à suinocultura catarinense. Mas não poderíamos deixar de registrar esses reajustes, essa reação que está tendo a carne suína. Inclusive, quero registrar a importância da divulgação para que a carne suína seja consumida. Hoje ela está entre as mais nutritivas, ou seja, já se quebrou uma série de tabus que havia.
Sr. presidente, aproveitando o tempo, falou-se aqui na questão do Paulo Stuart Wright, e acho importante isso, porque essa celeuma já havia sido levantada anteriormente.
Eu gostaria de lembrar que quando tive a oportunidade de presidir esta Casa, abrimos um cofre que estava há dezenas de anos fechado, que continham documentos da cassação do mandato de Paulo Wright. Criamos aqui na entrada da Assembléia Legislativa o memorial Paulo Stuart Wright, com esses documentos expostos. Esse memorial, vamos dizer assim, entre aspas, desapareceu. Então, se fosse falar em cassação, não seria a segunda, seria a terceira, porque ali também houve. Mas acho que não é nesses termos. E não vamos usar isso, porque esta Assembleia tem a obrigação, inclusive, de se redimir de um erro histórico cometido anos atrás, quando da cassação do mandato de Paulo Stuart Wright.
Seria importante que a Mesa e a Casa verificassem esse memorial que foi criado. Inclusive havia uma resolução, uma determinação que criamos, quando presidente desta Casa, para que se resgatasse isso, que esse memorial fosse reativado, com essa documentação.
Deputado Volnei Morastoni, sei que não há intenção de, em relação a isso, se promover, como se usou termos acho que exagerados, uma nova cassação. Mas é inegável que Paulo Stuart Wright, que foi injustiçado, vamos dizer assim, porque toda vez que se faz alguma ação importante não tem conseguido se manter. Então, parece que alguma coisa ainda o persegue na história.
Mas vou ouvir o deputado Volnei Morastoni.
O Sr. Deputado Volnei Morastoni - Meu caro companheiro, deputado Neodi Saretta, é uma grande oportunidade que temos. Hoje esta Casa renova uma oportunidade ímpar para todos nós desta Casa. Mas também conclamo o governo do estado para que possamos encontrar uma forma de reconhecer a importância que teve o deputado Paulo Stuart Wright e homenageá-lo com destaque. Não é destaque por destaque, mas com o reconhecimento devido pela história, pelo legado que ele nos deixou.
Apresentei um projeto, aprovado por esta Casa, que dispõe sobre o memorial dos desaparecidos políticos de Santa Catarina, mas foi vetado pelo governo do estado. Esse memorial que seria uma forma de resgatarmos não só Paulo Stuart Wright como também outros desaparecidos políticos do nosso estado.
Infelizmente foi vetada essa proposta do memorial. E agora fico surpreso também por causa desse outro veto que, parece, está a caminho, mas por uma interpretação equivocada, porque na verdade, como acompanhei isso desde o começo e durante um bom tempo, procedi a várias conversações e negociações entre as partes todas.
Ninguém mais do que eu reconhece que temos que preservar essa memória. Então, longe de poder parecer, transparecer qualquer cassação. Jamais! Pelo contrário, vamos aproveitar este momento, então, para dar a Paulo Stuart Wright o destaque e o reconhecimento que ele merece.
A Sra. Deputada Angela Albino - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Pois não!
A Sra. Deputada Angela Albino - Deputado, comprometo-me, como a sua fala já se vai concluindo, que serão apenas 30 segundos.
Apenas para não dar uma impressão equivocada a quem ouve e depois para os registros da Casa, de fato o deputado Volnei Morastoni nos procurou, e eu consultei quem me pediu o projeto. Consultei Derlei De Luca e Marcelo Pomar, da Comissão da Verdade, e o acordo não foi construído. Eles não aceitaram que se trocasse. Vamos mudar o nome da rua, daquela via...
Outro memorial é muito bem-vindo, mas são coisas distintas, e a Comissão da Verdade não aceitou essa troca.
Muito obrigada!
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Muito obrigado, deputada Angela Albino.
Quero dizer que também não tenho explicação do porquê de o memorial Paulo Wright ter desaparecido.
Gostaria que depois a Casa nos desse um posicionamento. Houve, inclusive, em uma oportunidade a presença do Jaime Wright, houve um evento, uma solenidade, e o memorial que estava ali na frente, pois até havia uma sala especial para isso, acabou desaparecendo.
Acho que esta Casa não pode cometer os mesmos erros do passado. Temos que corrigir os erros do passado e não ficar repetindo-os no presente.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)