Pronunciamento

Neodi Saretta - 005ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/02/2014
O SR. DEPUTADO NEODI SARETTA - Muito obrigado, sr. presidente!
Srs. deputados, sras. deputadas, estimados catarinenses que acompanham esta sessão nesta manhã, antes de tratar do meu tema especificamente, gostaria de me solidarizar com o deputado Antônio Aguiar, que me antecedeu, fazendo uma fala importante sobre o aumento de recursos.
Ele clama pelo aumento do Orçamento do estado. Finalmente vemos alguém se somando nesta luta que temos feito. Creio que estado tem destinado o mínimo dos mínimos para a Saúde.
É preciso, sim, aumentar o Orçamento do estado. Também acho que todas as esferas, municipais e federais, precisam colocar mais recursos. Mas dizer que o governo federal não está fazendo a sua parte talvez tenha sido um exagero de retórica do deputado Antônio Aguiar, ele que é integrante de um partido que participa do governo federal, que tem o vice-presidente, e talvez seja oportuno falar com o vice-presidente sobre isso.
Mas temos percebido aí um esforço grande do governo federal em alocar mais recursos para a Saúde. Criou o Programa Mais Médicos, tem criado novos programas, ampliado estratégia da saúde e da família, ampliado as parcerias com os municípios. Precisa-se de mais, isso realmente concordamos, mas talvez afirmar que não está fazendo a sua parte tem sido um exagero da retórica do Antônio Aguiar que é sempre muito defensor da saúde, mas no restante concordamos com as suas colocações no sentido de que é preciso, sim, mais recursos e mais investimentos.
Sr. presidente e srs. deputados, utilizo também este horário para chamar a atenção dos nobres deputados e deputadas e de toda a sociedade catarinense para um tema que norteará os debates entre os vários atores sociais neste primeiro semestre. Trata-se justamente da área da Saúde a que me refiro aqui.
(Passa a ler.)
"Em 20 de novembro de 2013, o ministério da Saúde, através da Portaria n. 2.808, convocou a 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, tendo como tema central: Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, Direito de Todos e Todas e Dever do Estado.
Durante o primeiro semestre de 2014, através de conferências macrorregionais e estaduais, gestores, prestadores de serviço, profissionais da saúde e usuários, debaterão o tema: Implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, através de quatro eixos:
I - O Desenvolvimento socioeconômico e seus reflexos na saúde do trabalhador e da trabalhadora;
II - Fortalecer a participação dos trabalhadores e das trabalhadoras, da comunidade e do controle social nas ações de saúde do trabalhador e da trabalhadora;
III - Efetivação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, considerando os princípios da integralidade e intersetorialidade nas três esferas de governo;
IV - Financiamento da Política Nacional de Saúde do Trabalhador, nos municípios, estados e união.
As conferências regionais devem ser realizadas por macrorregiões de saúde até 31 de maio de 2014.
A conferência estadual deve acontecer até junho de 2014 e a nacional se realizará de 10 a 14 de novembro de 2014, em Brasília.
Esta semana protocolamos pedido de informação direcionado à secretaria estadual de Saúde do governo do estado em que solicitamos que no informem como as conferências macrorregionais e a estadual estão sendo organizadas.
Visto que temos prazos, e de acordo com o Regimento Interno da IV Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, o Conselho Estadual de Saúde coordenará as conferências macrorregionais de saúde, devendo convocar os Conselhos Municipais de Saúde da macrorregião para compor a organização.
É de extrema importância que todos os secretários municipais de saúde e conselhos municipais de saúde estejam envolvidos nesta organização. Que os sindicatos e federações de trabalhadores e trabalhadora mobilizem suas bases para participarem de todas as etapas das conferências. Inclusive, no caso específico da macrorregião da Grande Florianópolis, a conferência já está agendada para 14 e 15 de maio.
Faz-se urgente a necessidade de mudarmos o triste quadro de adoecidos e acidentados no trabalho em Santa Catarina, que nos últimos anos vem crescendo assustadoramente.
De acordo com a subseção do Dieese na Fetiesc, o estado lidera o ranking nacional de acidentes de trabalho por população. É um ranking triste que com certeza não nos orgulha, pelo contrário nos causa preocupação porque a cada mil trabalhador e trabalhadora, 7,64% deles foram vítimas de acidentes de trabalho.
Em Santa Catarina tem setores que preocupam mais, como o da alimentação, das agroindústrias, de abates de suínos, de animais.
No ano passado foram apresentados aqui, numa reunião da Frente de Saúde do Trabalhador, por pesquisadores, esses dados que comprovam a preocupação dos acidentes de trabalho em Santa Catarina. A Frente Parlamentar em Defesa da saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, a qual tenho a satisfação de presidir, realizou uma série de atividades em 2013. Infelizmente constatamos essas e outras realidades, a exemplo do que está acontecendo inclusive na área do serviço público com a saúde dos servidores estaduais e também municipais.
Durante o primeiro semestre de 2014 a Frente Parlamentar também estará construindo junto a essa área pública dos servidores estaduais as alterações necessárias para a efetiva implantação do Programa Estadual de Saúde Ocupacional do Servidor Público em Santa Catarina.
As conferências macrorregionais e a estadual de saúde do trabalhador e da trabalhadora será um excelente momento de diálogo entre gestores e trabalhadores para construirmos de fato uma política estadual de saúde do trabalhador onde a prevenção seja a prioridade.
Reafirmo o convite para que prefeitos e prefeitas, secretários e secretárias de Saúde participem dessa construção para o bem de toda a sociedade catarinense."
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR.