Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 049ª SESSÃO ORDINARIA

Em 28/06/2001
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o que me traz à tribuna desta Casa, hoje, são dois assuntos que acho muito importantes. E estou tendo a oportunidade de me pronunciar antes de encerrarmos o primeiro semestre deste ano.
Eu quero aproveitar para tocar neste assunto pois está aqui presente o Líder do Governo que, acredito, tenha a sensibilidade de reconhecer uma injustiça que foi cometida, ontem, por nós ao votarmos o vale-alimentação, Deputado Jaime Mantelli, para os servidores de diversos setores do Governo do Estado. Injustamente ficaram fora os professores municipalizados, os professores que atendem às escolas que eram estaduais e foram municipalizadas. São professores, funcionários do Estado que recebem pelo Governo do Estado. Nós tentamos fazer com que essa categoria fosse atendida, mas, infelizmente, não tivemos esta oportunidade.
Acho que temos que rever isso, Deputado Joares Ponticelli, e gostaria que V.Exa., na abertura dos trabalhos no mês de agosto, pudesse acertar com o Executivo no sentido de estender também o vale-alimentação a esses profissionais que, não tenha dúvida, também têm esse direito, porque embora estejam municipalizados, não foram eles que pediram para ser municipalizados, foi por força de lei.
Mas eu assomei à tribuna para falar também sobre a questão da votação do Prodec no dia de ontem.
Eu quero deixar claro que, de maneira alguma, de jeito algum me posicionaria contra a autorização para que o Governo do Estado pudesse obter esse financiamento. No entanto, fico desgostoso, sinto, lamento, reconheço, porque sou uma pessoa que tenho coerência, sei das dificuldades que os Governos têm e todos, desde o primeiro Governo que Santa Catarina teve, independentemente de Partido Político, gostariam, eu tenho certeza, de realizar o máximo de obras, mas nem todos conseguem. Por isso, no dia de ontem, ao vermos, mais uma vez, o Oeste de Santa Catarina, principalmente o Meio-Oeste, a região da Amauc, uma região produtora, uma das primeiras cinco regiões, quem sabe, do Estado em arrecadação de impostos, ser prejudicado, nós insistimos em rever esse projeto.
Eu cumprimento o Governo, que está conseguindo este financiamento, mas peço que olhe também para o Oeste de Santa Catarina, porque cada vez mais a gente do Oeste, por não conseguir dar aos seus familiares uma vida digna, está indo para as cidades grandes, como Joinville, Blumenau, Florianópolis e outras cidades litorâneas, para tentar buscar trabalho. É uma profissão que está excluindo. Infelizmente, foi assim em todo o mundo a exclusão daqueles mais pequenos e a sobrevivência sempre daqueles que detêm o maior poder.
Mas nós temos a obrigação, como homens públicos, de dar oportunidade também a aqueles que têm mais dificuldade de permanecer no campo, que são os menores, os pequenos. Então, eu gostaria de apresentar algumas emendas ao projeto, embora isso não esteja escrito no projeto de lei que nós votamos ontem, porque nenhum Município do Meio-Oeste, da região da Amauc foi contemplado com uma obra nova, alguns Municípios até não têm ainda a sua via de acesso asfaltada.
Nós temos apenas, nesses 300 milhões de investimentos que o Governo do Estado deve fazer nos próximos cinco anos, seja neste ou no outro Governo - e eu espero que seja cumprido esse calendário que aqui está, e se for mudado que seja mudado para melhor -, o recapeamento de dois trechos de estrada que não ultrapassam a 48 quilômetros.
Por isso o meu desejo, ontem, era de poder discutir, de poder apresentar uma emenda, a fim de que fosse asfaltada a primeira via ao Município de Paial; que a 458, que vai de Jaborá a Ouro, e a 303 pudessem ter um pedaço de asfalto; que a 459, a 283 e a 462, que dá acesso ao Município novo de Alto Bela Vista, que é um trecho pequeno, apenas de 11 quilômetros, pudessem ser contempladas.
Que fosse confirmado o asfalto na 466, que vai de Itá a Seara, onde temos no Município de Itá um lago que oferece uma estrutura grande para o turismo. Então, se esses Municípios forem contemplados com essa via de acesso eles poderão atender todo o trânsito que vem do Oeste de Santa Catarina, do Oeste do Paraná para chegar até o lago.
Nós queríamos também, pelo menos, que fosse construída uma via de acesso que ligasse o Município de Lindóia do Sul ao Município de Ipumirim, com a BR-282 ou com a BR-153.
Este era o nosso desejo. Eu não quero culpar ninguém aqui, não é esse o meu feitio, mas temos que reconhecer que às vezes atropelamos as votações, os projetos importantes que não vão beneficiar um ou outro Partido, mas que vão beneficiar regiões, pois esses projetos trazem o progresso de muitas regiões.
Eu defendo o progresso do Oeste de Santa Catarina, que ultimamente está esquecido, que tem tido dificuldades, embora estejamos com uma boa produção de carne de suíno, de frango, que está indo para todo o mundo, Deputado Adelor Vieira; vê-se estampado nos jornais os milhões de dólares que estamos trazendo, que estamos podendo investir de fora, de outros países para o Estado de Santa Catarina.
Por isso quero deixar registrado aqui que fico indignado não com as pessoas, mas com a forma de escolhermos e elegermos prioridades, sem ouvir, às vezes, aqueles que mais necessitam, que mais precisam.
Para finalizar, quero deixar o meu agradecimento a todos os Deputados, ao Sr. Presidente e dizer que às vezes nós não conseguimos nos fazer entender, mas nunca quisemos ofender ninguém, nunca quisemos que as pessoas fossem menosprezadas, ofendidas, porque cada um tem o seu mérito e também as suas dificuldades.
Quero agradecer os funcionários da Casa e a todos os demais e que possamos voltar a partir da primeira semana de agosto com os mesmos interesses, ou seja, o de cumprir aquilo que assumimos quando recebemos os votos dos nossos eleitores, aquilo que quer a gente catarinense, aquilo que é o dever de um cidadão, aquilo que é o dever do Deputado e desta Casa.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)