Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 085ª SESSÃO ORDINARIA

Em 06/11/2001
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sra. Presidente e Srs. Deputados, quero, na mesma linha que do Deputado Gelson Sorgato, tecer considerações sobre a dívida dos agricultores.
Precisamos ter muito cuidado ao que vamos fazer, pois o Governo brasileiro se posiciona contra os incentivos dos países desenvolvidos à sua agricultura, mas, ao mesmo tempo, tenta negociar a dívida dos nossos agricultores.
Um País que quer ter uma agricultura forte, que quer ter um País que possa ser no dia de amanhã considerado um País desenvolvido, um País de Primeiro Mundo, precisa pensar numa política de incentivo, numa política de segurança para a nossa agricultura. Não basta apenas pensarmos paliativamente nos financiamentos daqueles agricultores que tiveram a infelicidade de contraí-los e não puderam cumprir o seu compromisso de pagar o banco.
Mas o que me trouxe de fato a esta tribuna diz respeito a alguns comentários que gostaria de fazer sobre a Casan, no Município de Concórdia.
Estava presente há pouco, nesta Casa, o Sr. Prefeito Municipal, que veio aqui, Deputado Ivo Konell, para dizer que o nosso Município, embora tenha previsão de investimentos no futuro com instalação de rede de esgoto, de rede pluvial, está passando, nos últimos três anos, por uma dificuldade grande, mas não tem recebido apoio do Governo do Estado.
Lá em Concórdia está instalado um outdoor que mostra a aprovação do Governo em 64%. Eu não posso dizer a mesma coisa, pelas ações principalmente da Casan, neste momento.
Eu sou uma pessoa que sempre teve o cuidado de colocar as questões para que não fossem mal interpretadas. E hoje, Deputado Valmir Comin, obrigo-me a levantar este problema da Casan no nosso Município de Concórdia, porque acho que se está fazendo descaso com a população.
Há mais de dois anos que se iniciou uma rede de energia elétrica para que se possa levar até a estação de captação de água da Casan uma energia melhor para atender a cidade. E a universidade, os bairros, o centro da cidade estão sem água. O próprio cemitério municipal, nos dias 08 e 09 de novembro, onde lá estavam as pessoas para se encontrarem com os seus entes queridos, estava sem água.
Concórdia é uma cidade que tem dificuldade quanto ao recebimento de água pelos seus pontos altos, mas quando se vai pedir à administração da Casan um auxílio neste sentido não se consegue sequer tirar uma conclusão do que é que pode ser feito. O problema vem se arrastando, vem se alongando a cada dia que passa e nós, agora, estamos entrando numa época de verão e tenho certeza de que teremos muitos problemas, e esses problemas não podem acontecer, porque água é uma coisa que o consumidor paga e quando o consumidor deixa de pagar tem os seus direitos cortados de ter água.
Por isso a Casan tem que ter a obrigação de atender esses nossos agricultores. E o investimento, tenho certeza, não é um investimento grande. É um investimento de uma rede elétrica de alguns quilômetros que já tem previsão desde dois anos no Orçamento para ser feito e até hoje continua sendo a desculpa para não atender o Município de Concórdia.
Criamos uma comissão na Câmara de Vereadores de todos os Partidos Políticos, independentemente da sigla, o Vereador está interessado em resolver esse problema. E eu estou protocolando, nesta Casa, um requerimento ao Presidente da Casan, no sentido de que possa receber essa comissão de Vereadores em Florianópolis ou que possa abrir um debate no Município de Concórdia para atender à nossa população.
Não posso admitir que na época que estamos, uma empresa que tem um bom lucro pelas milhares de ligações que são realizadas em Concórdia, e é um dos Municípios que tem um convênio com a Casan há mais de 30 anos, e foi renovado, agora, no ano passado por mais 30 anos, seja tão difícil fazer investimento naquele Município.
Acho que nós já esperamos o suficiente. Temos, todos juntos, como estão fazendo os Vereadores do Município de Concórdia, de cobrar essas ações, e que o Governo do Estado, através da Casan, possa fazer os investimentos no nosso Município, atendendo à nossa população que tem, nos últimos dias, passado muito sacrifício. E a dona de casa sabe o quanto é difícil quando não se tem aquilo que é mais sagrado, que é a água, para poder fazer todo o trabalho da casa, atendendo aos seus filhos.
A própria universidade, os próprios colégios, no recreio dos alunos, que precisa de água nos seus estabelecimentos, viu as suas caixas d’água secas, e quando procurados os administradores da Casan no nosso Município, eles disseram que não tinham condições de resolver o problema.
Então, quero deixar registrado aqui nesta Casa a minha indignação porque não admito que a água, que é uma coisa que é vendida, não tenha para o consumidor, pois não está tendo o direito de ter esse produto dentro da sua casa.
Claro que acontecem problemas, às vezes, de uma emergência, ou de um dia, ou de dois dias. Agora, permanecermos semanas, meses, um ano, dois anos, três anos com esse problema, eu não admito! Nós precisamos encontrar uma solução.
E a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores e a Assembléia Legislativa haverão de se unir, acredito, para poderem obter um resposta da administração alta da Casan, em Florianópolis, do seu Presidente, para que possamos resolver este problema.
Muito obrigado, Sr. Presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)