Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 026ª SESSÃO ORDINARIA

Em 08/04/1999
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, uso este horário do Partido do PMDB, nesta manhã, para poder fazer a V.Exas. um pequeno relato da viagem que fizemos ao Rio Grande do Sul com o Deputado Jaime Mantelli e também com o assessor da Comissão de Agricultura, o ex-Deputado Idelvino Furlanetto, na terça-feira passada, onde participamos de uma reunião em Porto Alegre marcada pela Secretaria de Agricultura daquele Estado, com representantes dos três Estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, com a finalidade de tratar das dificuldades e da crise que atravessam os produtores de fumo.
Srs. Deputados, não é diferente a situação que todos os setores da agricultura passam. Confesso que a região da Amalc, especificamente no Meio Oeste de Santa Catarina, tem muitos produtores de fumo. E como este Deputado tem uma ligação ainda maior com a avicultura e com a suinocultura, fiquei feliz quando fui indicado pela Comissão de Agricultura como representante desta Casa nessa reunião de produtores que representam um segmento importante para o Estado de Santa Catarina e para o Sul do País.
Mas a nossa tristeza, a nossa desilusão foi muito grande porque vimos o setor agrícola sendo mais uma vez penalisado e, permito-me dizer aqui, um tanto quanto desprezado até pela indústria do fumo, uma vez que o acordo era para que lá estivessem presentes os representantes dos produtores, os produtores, os representantes políticos, os representantes do Poder Executivo dos três Estados do Sul, o que não ocorreu. E para que a nossa tristeza fosse ainda maior a indústria também não se fez presente.
Não entendo, é difícil imaginar que isto aconteceu, uma vez que nós não teríamos chaminés, não teríamos as indústrias se não tivéssemos os produtores. Diante disso, a reunião ficou prejudicada pela falta da presença do Sindifumo e da Afubra.
Por ora, Srs. Deputados, estamos apresentando aqui uma proposta feita pelos participantes que lá estiveram, como sugestão especialmente dos representantes de Santa Catarina, através do Deputado Jaime Mantelli, para que as Assembléias Legislativas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, através das Comissões de Agricultura, interfiram no sentido de voltar a existir o diálogo entre produtores, representantes de produtores e os representantes da indústria.
Queremos dizer que quando levantamos essa proposta foi para que não se desse um caráter político, ou de uma representação política, porque entendemos que os três Estados são governados por Partidos Políticos de diferentes siglas partidárias. E temos que fazer justiça, bem como fazer com que a indústria reconheça que é sobre a questão do preço e da classificação que é feita no produto que o nosso agricultor comercializa.
Por isso, Srs. Deputados, protocolamos no dia de ontem, com todos os membros da Comissão de Agricultura, um pedido para que no dia 14 próximo, numa seqüência daquela reunião, possamos fazer outra audiência pública e ampliá-la para discutir a questão e a proposta, fazendo com que a indústria, mais uma vez, possa sentar com os produtores e com os representantes políticos, tirando daí algumas conclusões que certamente irão ao encontro das necessidades e dos anseios do nosso produtor.
Nesta audiência pública, Sr. Presidente e Srs. Deputados, gostaríamos de contar com o apoio, que eu tenho certeza e acredito, de todas as Bancadas e de todos os Deputados aqui presentes para a seguinte ordem: o reajuste do preço do fumo, a classificação do produto e os reflexos da variação cambial, que é uma das coisas que os nossos produtores reclamam e acreditam que tenham direito.
Então, utilizo este horário para deixar aqui um pequeno esclarecimento sobre a nossa participação na reunião realizada em Porto Alegre, e tenho certeza que iremos ter o apoio de todos os Deputados desta Casa.
O Sr. Deputado Sandro Tarzan - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Pois não!
O Sr. Deputado Sandro Tarzan - Gostaria de, primeiramente, parabenizar V.Exa. e o Deputado Jaime Mantelli, que muito bem representaram esta Casa em Porto Alegre tentando buscar uma resolução para esse problema gravíssimo, que é o problema do fumo.
Quando estive aqui nesta Casa, entre 1992 e 1994, tivemos um problema muito parecido com o que estamos vivendo hoje, de uma supersafra em Santa Catarina, ou seja, cerca de 180 mil toneladas a mais do que aquilo que era previsto. Mas o que eu vi naquela época estou vendo agora, que é, sem dúvida, Srs. Deputados, um desrespeito da indústria com aquele pequeno agricultor que vive disso e que cria a sua família através do seu trabalho.
Gostaria de parabenizar V.Exa. e o Deputado Jaime Mantelli por este encaminhamento que junta o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, através das suas Assembléias Legislativas, para trazerem uma resolução a este problema e um respeito maior ao nosso produtor.
Quero dizer também a V.Exa. que não faço parte da Comissão de Agricultura - não por minha vontade, porque senão estaria lá -, mas gostaria de ser um parceiro com V.Exas. porque conheço de perto esses problemas por que passa o nosso fumicultor.
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Muito obrigado, Deputado Sandro Tarzan.
O Sr. Deputado Jaime Mantelli - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Pois não!
O Sr. Deputado Jaime Mantelli - Deputado Moacir Sopelsa, gostaria de cumprimentá-lo até pela coragem de abordar um assunto de tamanha gravidade e complexidade num espaço de tempo tão pequeno. Mas isto foi possível pela sua coragem, Deputado.
Portanto, quero testemunhar e reconhecer o trabalho que V.Exa. realizou nessa reunião com os vários segmentos organizados dos produtores de fumo na Secretaria da Agricultura do Governo do Rio Grande do Sul. E temos certeza que muitas coisas ocorrerão daqui para frente em função desta questão do fumo, que é um segmento social e econômico muito importante do Estado de Santa Catarina.
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Muito obrigado, Deputado Jaime Mantelli.
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)