Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 055ª SESSÃO ORDINARIA

Em 13/06/2000
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, quero cumprimentar os companheiros do Oeste de Santa Catarina, de Itá, da terra do Cardoso, o Finger, nosso amigo, o Sr. Severino Benetti, de Ceara, nosso ex-Vereador, como também o César Dalpiva, o Deputado Jaime Mantelli, do seu glorioso PDT, que também é nosso amigo, que nos visitam hoje aqui nesta Casa.
Estou aqui, Srs. Deputados, para trazer um assunto nesta tarde que, para nós do Oeste de Santa Catarina, é de extrema importância. No dia 23 e 24 deste mês a suinocultura brasileira, especialmente a do Sul do nosso País, dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, realiza o IV Salão de Desenvolvimento da Suinocultura Brasileira.
Além de estender, com muita modéstia, este convite a todos os Deputados, também quero, nesta tarde, Deputado Manoel Mota, colocar alguns números que mostram a importância da suinocultura no Sul do País, especialmente nós, do Oeste de Santa Catarina.
A suinocultura no Brasil predomina nas pequenas e médias propriedades rurais. Estima-se que 85% dos suinocultores do Brasil são pequenos agricultores, que, através da suinocultura, nestes quatro Estados do Sul que falamos, dão mais de dois milhões e meio de empregos.
E esta suinocultura é responsável por mais de 40% da produção de carne e de indústrias inspecionadas, ou seja, tudo aquilo que nós abatemos ou que o Brasil abate de suínos Santa Catarina é responsável por 40% da produção inspecionada do nosso País. Ela também foi responsável por mais de 80% da exportação de carne suína efetuada no ano de l999.
E nós, que viemos de uma região onde a suinocultura é ainda a principal atividade de economia, com a avicultura e agricultura dos nossos Municípios, assomamos à tribuna, hoje, nesta tarde, para dizer que ainda não alcançamos aquilo que desejamos: que o nosso produtor tenha a oportunidade de ser tratado da mesma forma que o produtor, por exemplo, da França ou dos países considerados países de Primeiro Mundo.
Nós, aqui no Brasil, comercializamos um suíno vivo a US$0,60, enquanto que a França comercializa o mesmo suíno a US$1,04. O peru a US$1,00 o quilo, enquanto que os frigoríficos do Brasil vendem essa carne a US$1,03. Os outros países vendem essa mesma carne com apenas 30% de diferença. O supermercado, no Brasil, vende o produto que adquire das indústrias a US$1,03, a US$4,60 o quilo. A inflação da carne de porco da mão do produtor até a mão do consumidor no Brasil chega a 666% de aumento, enquanto que na França é de 223%.
Nós tivemos também o consumo de carne suína no Brasil, que é 1/4 do consumo de carne suína dos países desenvolvidos. Ou seja, o Brasil de 1990 a 1998. Em 1990, nós consumimos per capita/ano por pessoa 7 quilos e 5 gramas. Em 1998, nós estamos consumindo 10 quilos e 90 gramas por pessoa, embora os Estados do Sul - e aqui nós incluímos o Sul - consomem 19 quilos per capita ano, enquanto que o Nordeste consome apenas 3 quilos e meio per capita/ano e o Norte 5 quilos e meio per capita/ano.
Nós precisamos - e tenho certeza que teremos o apoio de toda a Casa - que os nossos Governantes, especialmente o Governo Federal, olhem esse setor importante. Agora, o Estado de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul podem exportar com mais freqüência, pois fomos reconhecidos como Estado livre de aftosa, de peste suína. Isso vai fazer com que o nosso produtor possa realmente efetivar, com melhor segurança, a sua propriedade e ter nesse setor, que eu entendo importantíssimo para o desenvolvimento do nosso Estado, uma melhor segurança e lucratividade.
Haverei ainda de, nos próximos dias, me pronunciar sobre esse assunto por que tenho certeza de que receberemos o apoio de toda a Assembléia Legislativa, a fim de obtermos projetos mais seguros e com um futuro melhor para o nosso produtor.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)