Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 070ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/09/2007
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente e srs. deputados, tenho três assuntos para abordar nestes dez minutos. O primeiro deles se refere ao zoneamento que o ministério da Agricultura está fazendo para as futuras safras.
A outra questão é a nossa audiência pública do dia 17, segunda-feira próxima, em Chapecó, para tratarmos das questões ambientais. As cooperativas, hoje reunidas, deverão contribuir muito, srs. deputados, na segunda-feira, com um levantamento de todas as nossas propriedades agrícolas integradas a elas.
E o terceiro assunto que quero abordar é sobre o leite, até porque os telespectadores, as donas-de-casa, os nossos consumidores de leite, deputado José Natal, precisam saber da realidade. E hoje eu lia no Diário Catarinense que o leite está sendo um dos vilões do aumento da cesta básica, assim como o chuchu, a beterraba e outros produtos.
Eu quero colocar aqui para que os consumidores saibam quanto um produtor ganha por um litro de leite, posto na plataforma da indústria: em 2002, a média do ano, em dezembro, foi de R$ 0,33 o litro; em dezembro de 2003, R$ 0,43 o litro; em 2004, R$ 0,44 o litro; em 2005, R$ 0,46 e em 2006, R$ 0,41 o litro. E a média desse ano está sendo R$ 0,50 o litro. Esse é o preço que o produtor recebe, posto na plataforma da indústria, para o leite que a dona-de-casa, que o consumidor paga até R$ 2,20 o litro.
Às vezes nós vemos promoções feitas nos supermercados para ser um chamariz. E aí colocam o leite a R$ 1,80, R$ 1,60, R$ 1,50. Assim mesmo é três vezes mais caro do que ganha o nosso produtor.
Então é uma situação que precisa ser discutida e vou levantar mais uma vez essa bandeira, como já fiz ano passado. Pela primeira vez em todos esses anos que eu mencionei, de 2002 a 2006, apenas nos primeiros meses de 2007 é que o nosso produtor conseguiu cobrir o custo na produção de leite.
Como é que se quer que os agricultores permaneçam no campo? Como é que desejam que a família dos agricultores possa viver com dignidade da agricultura, deputado Sargento Amauri Soares, se não lhe damos o direito de estar numa atividade que pelo menos cubra o custo de produção?!
Vou pronunciar-me outro dia sobre esse assunto, pois tenho o compromisso de ceder o restante do tempo ao deputado Manoel Mota, mas quero dizer que precisamos juntos, independentemente de partido político, empreender essa luta em favor do produtor rural.
Hoje eu vi a maioria dos deputados discutindo segurança pública. Se quisermos ter segurança pública, se quisermos colocar comida na mesa da população brasileira, precisamos garantir a lucratividade, a dignidade da nossa agricultura. Sem isso podemos construir cadeias, podemos contratar policiais, podemos fazer o que quisermos que não daremos segurança à nossa população, uma vez que para um pai que não tem condições de alimentar os seus filhos, para um pai que não consegue dar dignidade a sua família, não existe cadeia, nem segurança que possa dar-lhe acomodação.
Por isso, deputado Manoel Mota, não me faltará oportunidade para defender aqui esta classe que considero uma das mais importantes da economia do país.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)