Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 071ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/08/2009
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Srs. deputados, sra. deputada Ada De Luca, deputado Antônio Aguiar, líder do meu partido, imprensa aqui presente, gostaria, neste momento, de dizer ao deputado Sargento Amauri Soares que não quero, de forma alguma, fazer aqui um debate entre colegas. Mas quero dizer que em momento algum pensei em tirar-lhe o direito da proposta do debate que traz a esta Casa, até porque venho de uma origem democrática. E, além de democrática, como v.exa. disse, venho da mesma origem que v.exa. veio. Venho da agricultura, de uma família humilde, e sempre procurei, acima de tudo, colocar as questões com lealdade e transparência.
Vejo que v.exa. é um lutador pela classe e vou repetir aquilo que disse ontem: a Polícia Militar e a Polícia Civil, especialmente a Polícia Militar de Santa Catarina, têm o meu maior respeito. Na cidade onde moro, quando prefeito, tive a felicidade de ter uma convivência próxima e construir uma vila para a Polícia Militar - e v.exa. a conhece. Cada policial, com o seu sacrifício, com o seu salário, construiu a sua casa.
Então, é grande o meu reconhecimento pelas pessoas que nos dão segurança, que saem de casa para trabalhar e deixam, às vezes, as suas famílias para dar segurança às nossas. Não há dúvida de que é preciso lutar e dar apoio para que, como v.exa. defende, eles possam ter cada vez mais um salário melhor.
Mas, como v.exa. disse também, deputado Sargento Amauri Soares, no primeiro mandato do governador Luiz Henrique a Polícia teve, como nunca, alcances e benefícios, frutos da sensibilidade do atual governador. E é por isso que eu estranho que no segundo mandato não possamos dizer a mesma coisa.
Preciso fazer aqui a defesa do governador, porque lá na secretaria da Agricultura, deputado Antônio Aguiar e deputada Ada De Luca, nós tínhamos o direito de fazer todos os encaminhamentos da forma que a categoria entendesse e que a secretaria de Agricultura visse como necessários.
Entretanto, se há o entendimento, hoje, de que no segundo mandato do governador Luiz Henrique a Polícia não está sendo valorizada como o foi no primeiro, alguma coisa estranha está acontecendo. Eu não acredito que o governador tenha mudado de ideia; eu não acredito que ele deixou de reconhecer a importância da Polícia.
Não tenho aqui os dados, mas quando votamos a lei da Polícia Militar e da Polícia Civil, perguntei aos coroneis e ao comandante-geral que aqui estavam se o policial teria os vencimentos melhorados. E eles nos mostraram que, quando começou este governo, a diferença entre o salário de um coronel e de um policial - e se os dados são equivocados, eu quero que v.exa. me desculpe - era de 4,2%. Hoje, segundo dizem, entre o que ganha o máximo e o que ganha menos a diferença é de 3,8%. Pelo menos esses foram os dados que me foram passados. Eu os tenho por escrito e quero até trazê-los para discutir com v.exa.
Por isso, acho que o governador tem, e continua tendo, a sensibilidade. Todas às vezes em que falei com o governador Luiz Henrique sobre a Polícia, tanto a Militar, quanto a Civil, percebi que existe esse entendimento. Quem sabe, deputado Sargento Amauri Soares, estejamos com a estratégia errada, equivocada. Eu acho que o diálogo sempre é bom.
Quero dizer que ontem, quando fiz a intervenção, imaginei assim: lá no campo dizemos que todos gostam de ser bem tratados e quando vamos pegar o cavalo, sempre o pegamos com agrado e não com o chicote nas costas. É claro que, quando temos que pedir ajustes, quando temos que defender questões que são do nosso interesse, somos incisivos. E eu tenho interesse em todos os setores, como v.exa. tem, mas especialmente v.exa. tem interesse na causa dos praças por ser também um policial. Mas acho que o diálogo, quem sabe, distanciou-se, e algumas questões podem ter acontecido que não agradaram as partes. E tenho também a convicção de que se o secretário da Segurança, se o comandante-geral, se aqueles que comandam as Polícias no estado de Santa Catarina levarem propostas ao governador, as coisas vão acontecer, porque eu vejo que ele assina sempre aquilo que lhe é levado e explicado pelos seus assessores, pelos seus secretários.
Então, temos que buscar esse diálogo. Procuro aqui inocentar o governador porque sei da sua lealdade, sinceridade e do reconhecimento que tem por v.exa. e pela Polícia Militar.
A Sra. Deputada Ada De Luca - V.Exa. me concede um aparte?
O Sr. Deputado Moacir Sopelsa - Pois não!
A Sra. Deputada Ada De Luca - Deputado Moacir Sopelsa, quero endossar em 100% as suas palavras e dizer ao deputado Sargento Amaury Soares que ele, como um deputado classista, digamos assim, faz muito bem suas interferências defendendo sua classe e o faz com veemência, com sentido de dever cumprido, porque é sua obrigação mesmo.
Agora, quero trazer, não vou garantir para amanhã, mas para a semana que vem, uma relação do que o governo Luiz Henrique já fez pelas nossas Polícias Civil e Militar. Acho que o criticar da maneira veemente como foi criticado é um absurdo, é uma injustiça. Eu vou trazer isso.
Muito obrigada!
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Agradeço o aparte de v.exa., nobre deputada.
Quero, para finalizar, dizer que tenho o maior respeito por todos os colegas. Foi assim que aprendi a resolver as questões da forma mais transparente, com toda a lisura e defendendo aquilo que entendo justo e também...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)