Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 040ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 14/05/2009
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente, srs. deputados, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, diariamente escutamos desta tribuna questionamentos sobre as secretarias de Desenvolvimento Regional do governo do estado. Há que se dizer que, é claro, sabemos que é um projeto novo, que tem apenas seis anos e que, com certeza, não é perfeito ainda.
Em nosso estado, com seus 100 anos de vida, ainda há muitas coisas que precisam ser ajustadas, mas há que reconhecer, deputado Rogério Mendonça, a importância das secretarias de Desenvolvimento Regional. E ninguém pode negar o desenvolvimento que está acontecendo, através dessas secretarias, nos pequenos municípios, nos municípios do interior do nosso estado.
Na época em que o atual governo assumiu, deputado Antônio Aguiar, tínhamos 55 municípios sem acesso asfáltico. Acredito que no fim de 2010 nenhum município deixará de ter, pelo menos, uma via asfaltada para se chegar até ele.
Quando se diz que as secretarias têm na sua direção pessoas que não trabalham da forma que precisam trabalhar, às vezes não é culpa do governador. E se existem secretários que fazem o trabalho pela metade ou que não cumprem com o seu dever, cabe a nós, cidadãos catarinenses, brasileiros, deputados, fiscais deste Parlamento, dizer quem são os servidores que não honram seu compromisso.
A minha fala aqui, hoje, será sobre a questão da estiagem no oeste, mas antes não posso deixar de registrar a importância que teve a descentralização do governo, principalmente para nós, que viemos de pequenos municípios. Havia asfalto para os grandes municípios, havia infraestrutura nos grandes municípios, nas grandes cidades e o oeste de Santa Catarina, principalmente, o planalto norte e o planalto serrano, regiões que contribuem muito para o desenvolvimento do estado, não eram reconhecidos. E hoje o governo está mais perto das pessoas, o governo está localizado naquelas regiões.
É claro que, se ainda são necessários alguns ajustes, nós precisamos ajudar a fazê-los, mas não vai mais existir nenhum governo, e não importa de qual partido político seja o próximo governo, que irá desestruturar ou fazer com que não haja mais as SDRs, porque o governo se aproximou da população, o governo está perto da sua gente.
O Sr. Deputado Ismael dos Santos - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Ouço v.exa., deputado Ismael dos Santos, com muito prazer.
O Sr. Deputado Ismael dos Santos - Deputado Moacir Sopelsa, apenas para nos aliar à sua linha de raciocínio, queremos dizer que estivemos, ontem, participando de um debate sobre esse assunto, juntamente com alguns deputados, numa rede de televisão do estado.
Gostaria de dizer que há, claro, necessidade de alguns ajustes, de algumas adequações na proposta de descentralização. Agora, não reconhecer a economia e não reconhecer a rentabilidade social das secretarias pulverizadas pelo estado de Santa Catarina é falta de sensibilidade política.
Vou repetir aqui o exemplo que citei ontem no debate: o estado de Santa Catarina possui, hoje, oito mil veículos. Antes da descentralização esses veículos estavam locomovendo-se para a capital. E aí há um dado matemático elementar: para a manutenção, só em combustível, desses oito mil veículos, o estado gastou, em 2006, cerca de R$ 5 milhões; em 2007, gastou apenas R$ 3 milhões. Portanto, houve uma economia de R$ 2 milhões, graças, sem dúvida, ao projeto de descentralização.
Muito obrigado!
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Muito obrigado, deputado Ismael dos Santos.
Realmente é uma realidade. Temos que ter a consciência de que precisamos ajustar as questões governamentais, é assim nas prefeituras municipais, é assim no governo federal e não é diferente no governo do estado. Mas se deixarmos de reconhecer a importância que tem a descentralização, a importância que têm os investimentos nos pequenos municípios, nos municípios do interior do estado, nós não estaremos reconhecendo o desenvolvimento que Santa Catarina alcançou nos últimos seis anos.
Mas quero também deixar registrado desta tribuna a alegria que tenho, no dia de hoje, e que todos têm, certamente - e já ouvi o pronunciamento do deputado Padre Pedro Baldissera -, pelo fato de estar sendo minimizado o sofrimento, deputado Silvio Dreveck, dos nossos agricultores com a vinda da chuva.
Durante a estiagem houve promessas, tanto do governo do estado, como do governo federal, de que poderia haver recursos para os municípios, para os agricultores. Eu espero que essas promessas possam ser cumpridas e não aconteça novamente aquilo que ocorreu quando tivemos as cheias e outras catástrofes no estado de Santa Catarina. Inclusive, a nossa população está até hoje esperando os recursos. Eu espero que nós possamos estender a mão.
Há uma coisa que me sensibiliza - e quero deixar isso público, aproveitando a presença dos estudantes do curso de Direito da nossa universidade de Xaxim: saber que há muitos filhos de pessoas humildes que não conseguem frequentar um curso superior porque não podem pagar a mensalidade. Eu só acredito que iremos viver num país digno e justo no dia em que pudermos ver todos os nossos jovens dentro de uma universidade, no dia em que nós tivermos todas as nossas pessoas com atendimento à saúde. Enquanto enxergamos milhões de pessoas nas filas dos hospitais, não podendo ser atendidas; enquanto tivermos um índice de mais de 30 milhões de pessoas que ainda passam fome e vivem abaixo da linha da pobreza, não poderemos dizer que vivemos num país que dá dignidade à população.
E quando eu vejo o nosso agricultor que perdeu parte de sua produção de cereais e de leite, atividades que lhe dão recursos mensalmente, nessa situação, sei que precisamos estender-lhe a mão para que ele possa continuar trabalhando na terra, sob pena de vermos a cada dia que passa as favelas mais inchadas, as cidades mais inchadas e as pessoas sem condições de trabalho.
O deputado Padre Pedro Baldissera foi feliz quando citou a educação, quando citou o apoio que precisamos dar ao nosso produtor. De minha parte, vou trabalhar e fazer de tudo para que o governo do estado possa atendê-los com os recursos que foram prometidos e para que o governo federal possa também trazer esses investimentos para minimizar o sofrimento da nossa gente.
Deixo o restante do tempo do horário ao deputado Renato Hinnig, sr. presidente.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)