Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 081ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/10/2007
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sra. presidente e srs. deputados, o deputado Manoel Mota usou um pouco mais da metade do tempo cedido ao PMDB, mas temos um respeito e uma admiração muito grandes pela sua pessoa.
Srs. deputados, na última terça-feira tivemos a visita de uma missão italiana, que veio à Assembléia Legislativa, depois de se reunir, na secretaria de Agricultura, na Cidasc, com o governador do estado, para trazer uma notícia importantíssima para o estado de Santa Catarina. Essa missão da Itália veio com a finalidade de comprar bovinos, bezerros de até oito, nove meses, para levar e fazer a terminação na Itália e consumir como vitelão, que é como eles chamam.
Embora, deputado Rogério Mendonça, e v.exa. que é engenheiro agrônomo sabe, Santa Catarina não seja um grande produtor de bovinos, mas é um grande importador de carne bovina. E isso nos deixa feliz e esperançoso, porque eu acredito que com essa abertura estaremos abrindo um mercado para vender a carne suína, da qual somos o maior produtor do país. Abre-se uma perspectiva de vender para a Itália e, conseqüentemente, para o mundo todo.
Isso tudo graças ao trabalho que Santa Catarina fez e vem fazendo ao longo dos últimos 30 anos, graças aos governos que passaram e assumiram isso como uma bandeira e graças à participação efetiva dos nossos produtores, às vezes se sacrificando, tendo dificuldades, perdendo, inclusive, dinheiro na sua produção, mas mantendo aquilo que nos deu a possibilidade de ser um estado com excelência sanitária dentro do país: o único estado na América do Sul que tem o status de livre de febre aftosa sem vacinação. Isso nos permite começar a mandar animais vivos para um país desenvolvido como a Itália.
Temos que conseguir fazer com que a secretaria da Agricultura, a partir da moção aprovada por nós, da comissão de Agricultura, consiga que o governo do estado, que se tem preocupado, que tem investido, que tem a sensibilidade da importância que tem esse negócio, agilize o rastreamento do nosso rebanho bovino, que gira em torno de 3,7 milhões a quatro milhões cabeças. E isso precisa ser feito, no máximo, até janeiro, para que esses animais possam ser adquiridos e embarcados para a Itália até maio do ano que vem. Como estão nascendo por esta época e têm que ter, no máximo, de oito a nove meses, nós temos até janeiro para fazer todo esse trabalho através da Cidasc, ou seja, "brincarmos" todos os animais, todo o rebanho, para termos conhecimento da sua trajetória em Santa Catarina para fazer o seu reconhecimento.
Eu sei que é difícil e que a Cidasc tem dificuldades. Mas vamos contar também com o apoio da iniciativa privada. E aqui quero deixar registrado o nosso reconhecimento ao trabalho do Sindicato da Carne, que tem nos dado apoio e estrutura para podermos viabilizar também essa condição sanitária que o estado de Santa Catarina tem hoje. E mais uma vez a iniciativa privada vai ser parceira na identificação e no rastreamento desses animais, possibilitando que se possa cumprir esse prazo até janeiro do próximo ano, para que essa missão da Itália possa adquirir e embarcar esses animais até maio.
O deputado Sargento Amauri Soares participou da reunião de ontem, na comissão de Agricultura e Política Rural, e viu a missão italiana tão preocupada quanto nós, mas com interesse maior do que o nosso ainda de poder adquirir esses animais, uma vez que eles também têm falta desse produto no seu país. Isso nos deixa feliz, porque acreditamos que este estado pequeno, transformado num grande produtor de alimentos, começa a dar nova esperança ao setor produtivo, pois nos estamos livrando de ter apenas um mercado, correndo o risco de ser novamente sacrificado, como neste último ano fomos pelo mercado da Rússia.
Srs. deputados, esperamos que esses mercados possam se abrir, que o estado de Santa Catarina possa vender os seus animais e que possamos recuperar-nos, dar ao nosso produtor um ganho real; que ele possa realmente cobrir aquelas despesas que teve para podermos chegar ao estado que chegamos hoje.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)