Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 089ª SESSÃO ORDINARIA

Em 11/10/2000
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. Presidente e Srs. Deputados, trago neste dia, com apoio dos Deputados Olices Santini e Milton Sander, um relato de nossa viagem a Porto Alegre, onde fomos buscar conhecimentos referentes à febre aftosa no Rio Grande do Sul.
O Estado de Santa Catarina, desde o primeiro momento em que teve conhecimento que o vizinho Estado do Rio Grande do Sul descobriu um foco de febre aftosa, através do Secretário da Agricultura e da Cidasc, imediatamente tomou todas as providências possíveis para que não tivéssemos a infelicidade de ter essa doença em nosso Estado.
Naquele momento a Assembléia Legislativa, através de todos os Deputados e da Comissão de Agricultura, procurou dar apoio ao Secretário da Agricultura para que pudesse realmente prevenir nosso Estado dessa terrível doença.
Ontem, dizíamos em Porto Alegre, Deputados Milton Sander e Olices Santini, o que seria do Oeste catarinense e do Sul do Estado de Santa Catarina, se tivéssemos essa doença em nossas propriedades de suínos e pequenos animais, especialmente na bacias leiteiras do Estado.
Naquele momento também não imaginávamos que a doença fosse expandir tanto no Estado do Rio Grande do Sul! Nunca se pensou!
Recebemos ontem o relato de uma Comissão Parlamentar Externa presidida pelo Deputado Frederico e composta por representantes da Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul e pelo Secretário de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e, para que os Srs. Deputados tenham idéia, foram mais de 11.000 animais abatidos.
Apesar do mal, ainda se teve sorte porque a abrangência foi numa região não tão grande e nem de tanta produção no Estado do Rio Grande do Sul!
Para alívio nosso, fomos informados que foi abatido o último animal contaminado com essa doença e também de que há mais de uma semana não se tem notícias de novos focos.
Acredito que podemos começar a recomendar, claro que com todo o cuidado e com toda a cautela, ao Ministério da Agricultura...
Sabemos da dificuldade porque temos muitos abatedouros que se abastecem de animais, principalmente bovinos, do Rio Grande do Sul. Segundo dados, Santa Catarina importa para o seu abastecimento mais de 30% da carne bovina do Rio Grande do Sul, até há poucos dias porque do Paraná não podia trazer. Os nossos consumidores pagam mais caro por não termos esse produto em oferta abundante.
As autoridades responsáveis pela sanidade do nosso Estado têm que ter cuidado. E o Ministério da Agricultura tem que nos dar a segurança de que a abertura, mais uma vez, do ingresso de animais do Rio Grande do Sul para Santa Catarina, seja feita com segurança, após todo o trabalho técnico exigido, a fim de que não venhamos correr o risco de ter animais contaminados e, mais uma vez, o prejuízo que tivemos e não queríamos que o Rio Grande do Sul tivesse.
Ainda é impossível avaliar o prejuízo que isso trouxe para o Estado do Rio Grande do Sul e para todo o País, especialmente para Santa Catarina, que junto com o Rio Grande do Sul e toda a Bacia do Prata, aguardavam mais alguns meses para ser reconhecidos como Estados livres da febre aftosa.
Quero desta forma deixar registrado nesta Casa a ida deste Deputado e dos Parlamentares Olices Santini e Milton Sander ao Rio Grande do Sul, a fim de saber como o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura estão agindo para erradicar esta doença.
Precisaríamos de muito tempo para deixar um relato completo, mas sentimos a dificuldade que estão tendo o Governo e a Secretaria da Agricultura gaúcho na indenização destes animais porque, como dissemos, são animais de pequenos produtores que tinham a sua sobrevivência tirada da suinocultura e da bovinocultura de leite e de corte.
Mas que isso sirva de alerta, e acredito que vamos ter oportunidade de ter aqui, através do Governo do Estado e da Secretaria da Agricultura, um projeto que nos assegure recursos, pedindo a Deus que não tenhamos este mal em nenhuma propriedade agrícola do nosso Estado. Porém, se tivermos, que não se deixe passar nenhum dia após a descoberta do foco e tome as providências que a técnica nos impõe.
O que sabemos é que o Governo gaúcho e a Secretaria da Agricultura estão esperando posições do Ministério da Agricultura e já passa um mês sem tê-las. A dificuldade foi a erradicação da doença no Estado em mais de 40 dias.
Quero solicitar aos Srs. Deputados que após a Secretaria da Agricultura aportar aqui este projeto possamos aprová-lo e dar segurança aos nossos produtores.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)