Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 021ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/04/2006
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente deputado Julio Garcia, srs. deputados, sra. deputada, quero também cumprimentar aqui todos os educadores ligados à nossa educação especial em Santa Catarina.
Primeiro quero dizer da alegria, do prazer de estar de volta a esta Casa depois de três anos e três meses. Confesso, deputado Onofre Santo Agostini, que ainda sinto alguma dificuldade para me adequar, mas vamos procurar, junto com todos estes bravos deputados e bravas deputadas, fazer aqui o papel de um legislador.
Quero agradecer ao sr. governador Luiz Henrique da Silveira, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira por ter-me dado a oportunidade de estar à frente da secretaria da Agricultura, da qual tenho orgulho, não por ter dirigido a secretaria, mas pela importância que ela tem no estado de Santa Catarina.
Quero dizer ao deputado Joares Ponticelli, que cumprimenta e parabeniza o governador pela iniciativa que teve de deixar todos os direitos que poderia ter para disputar uma eleição, deixando a Casa d’Agronômica, deixando toda a estrutura do governo, para concorrer em iguais condições com os outros candidatos, que esta é uma coisa que nós nunca vimos em Santa Catarina.
É a primeira vez, que eu lembre e que eu saiba, que um governador teve esse desprendimento. Está de parabéns o governador, porque não vimos isso em outra ocasiões. E essa decisão do sr. governador mostra o seu desprendimento e o seu compromisso com a lealdade, com a ética, com a moral e com a transparência.
Da mesma forma, srs. deputados, quero dizer que o sr. governador, enquanto não me provarem o contrário, é um homem de compromisso, de palavra em suas realizações, nas obras que estão sendo feitas no estado e nos seus compromissos de campanha. E não é apenas esse deputado que diz isso, mas se andarmos por todo o estado de Santa Catarina vamos ver pessoas, prefeitos, lideranças de todos os partidos políticos que reconhecem e agradecem ao governador pelo cumprimento do seu trabalho e da sua palavra.
Quero, srs. deputados, falar sobre a questão da Rússia, com relação à carne suína. Quando assumi a secretaria da Agricultura, em janeiro de 2003, nós tínhamos a Rússia fechada para a entrada de carne de Santa Catarina.
Naquela época, deputado Joares Ponticelli, o nosso estado oferecia um certificado às autoridades russas de que Santa Catarina era livre da doença de Aujeszky. E, ao mesmo tempo, nós estávamos fazendo um programa para erradicar a doença. Portanto, o certificado dado era frio.
Quando a Rússia descobriu isso, fez imediatamente um embargo às exportações de Santa Catarina. Ainda em abril de 2003, estivemos na Rússia e me perguntaram o que faziam no Brasil com uma pessoa que emitia um documento frio, ou seja, que providências seriam tomadas.
Nós conseguimos mostrar que o trabalho em Santa Catarina, apesar de tudo, desse desencontro, era um trabalho sério. Abrimos o mercado mais uma vez e Santa Catarina começou a exportar o seu produto.
Nesses três anos tivemos fechamento por três vezes. Sempre conseguimos buscar o entendimento com transparência, mostrando a qualidade do trabalho sanitário que Santa Catarina tem e buscamos de volta esse mercado.
Agora, em outubro do ano passado, aconteceu o episódio de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, especialmente no estado do Paraná, quando, numa queda de braço entre o governo do estado do Paraná e o governo federal, se demorou cinco meses para tomar uma decisão do que seria feito com os animais portadores do vírus da febre aftosa.
A Rússia fechou mais uma vez o país todo. E, deputado Lício Silveira, em 1988, quando o Brasil, quando Santa Catarina abriu o mercado para a Rússia, foi assinado um documento dizendo que o estado doente ficaria dois anos sem exportar para a Rússia e o estado vizinho ficaria um ano.
Nós somos o estado vizinho do estado do Paraná. Embora, deputado Joares Ponticelli, Santa Catarina seja reconhecida pelo ministério da Agricultura como um estado livre de febre aftosa sem vacinação, nós não temos esse reconhecimento no exterior, nós não temos esse reconhecimento pela OIE. Por isso que lá fora somos tratados da mesma forma que são tratados os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Quando o sr. governador foi à Rússia, nós o acompanhamos agora em janeiro. V.Exa. disse aqui que o governo foi à Rússia sem agenda. O governador foi recebido pelo ministro da Agricultura e o veterinário-chefe de Sanidade Animal da Rússia recebeu a nossa justificativa, o nosso documento, e a partir dali passamos a aguardar que fôssemos mais uma vez reconhecidos para abrir esse mercado. Se até agora isso não aconteceu, não foi por falta nenhuma de trabalho do governo catarinense, não foi por falta nenhuma de trabalho mostrado pelos nossos técnicos e que vem sendo feito, srs. deputados, desde 1971, quando Santa Catarina começou a vacinar o seu rebanho - em 1991 partimos para a agulha oficial e erradicamos a doença no nosso estado, e em 1998 abrimos o mercado para a Rússia.
De lá para cá, não só este, mas todos os governos procuraram buscar uma estrutura cada vez melhor. A suinocultura e a avicultura têm, sem dúvida nenhuma, uma representação forte dentro do nosso estado. Nós temos 28% das nossas exportações baseadas na carne suína e na carne de aves, e não é justo que se condene um governo que, pela primeira vez, foi tentar abrir esse mercado. Estavam juntos o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, o verdadeiro representante dos produtores, e o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Carne, sr. Pedro Camargo, também fazendo o mesmo pleito na ocasião em que o governador pedia, mais uma vez, a abertura desse mercado àqueles que representavam os produtores e a indústria da carne.
V.Exa. se referiu ao Teatro Bolshoi e eu quero dizer, deputado Joares Ponticelli, que bom seria se todos os estados, todos os municípios pudessem ter uma Escola do Teatro Bolshoi, pois lá há cultura. Estou dizendo isso por dever e obrigação porque não se pode injustiçar uma pessoa que não merece. Quando o sr. governador vai à Rússia, é recebido e reconhecido como uma autoridade máxima, como uma das pessoas que tem uma ligação estreita com a Rússia, com o município de Moscou, com a Escola Bolshoi, que é, sem dúvida nenhuma, um orgulho para nós, catarinenses. E precisamos reconhecer isso.
Agora, dizer que a equipe do governo não buscou a abertura desse mercado...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)