Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 096ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 28/10/2014
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, senhores e senhoras da imprensa, eu ouvi, deputado Mauro de Nadal, v.exa. fazer menção aos produtores de fumo, e quero dizer que na minha infância a minha família foi produtora de fumo de estufa. O proprietário da primeira estufa que nasceu em Santa Catarina, em Concórdia, foi o meu pai. Portanto, sei do sacrifício e da dificuldade que essas pessoas têm nessa atividade que, embora seja difícil, hoje tem muita tecnologia e ficou mais facilitada.
Mas o extremo oeste de Santa Catarina ainda é uma das grandes regiões produtoras do estado. Por isso é justa a homenagem que v.exa. faz.
O que me traz a esta tribuna, deputado Valdir Cobalchini, deputados e deputadas, é a questão da adulteração, deputado Reno Caramori, do leite.
Eu sou produtor de leite, tenho parceria com minha família, com meu irmão, na produção do leite e sei o quanto a minha família presa pela qualidade deste produto, o quanto os bons produtores investem para ter qualidade, para vender ao consumidor segurança no produto que vai consumir.
Aliás, tem que se dizer que é um produto que está na mesa desde a criança nascida até o meio idoso. Todos aqueles que têm o hábito de consumir leite. Isso não tem idade, não tem cor, não tem enfim, nenhum preconceito daqueles que são os consumidores. Mas, sim, um produto que é um das bases da alimentação das pessoas, da população humana.
E quando vemos algumas indústrias querendo fazer uma melhoria de ganho em cima de um produto que é consumido pelos inocentes, pelas crianças, quando vemos que é preciso envolver o Ministério Público, a Polícia Militar, o Gaeco, para ir buscar aqueles que fizeram a adulteração deste produto, não podemos nos calar.
Primeiramente, gostaria de cumprimentar todos aqueles que participaram desta operação, que foram investigar quem são as pessoas sem consciência que fizeram esse tipo de crime com a população brasileira.
Em segundo lugar, parabenizo os integrantes do ministério da Agricultura, da Cidasc, que foram os responsáveis pela inspeção desses produtos. E acredito que essas indústrias envolvidas sejam inspecionadas pelo ministério da Agricultura, mas pode ser que alguma tenha inspeção estadual.
Mas o que importa realmente, deputado Reno Caramori, é saber o nome das indústrias e das transportadoras envolvidas com o fato, e mais ainda, saber os lotes desses produtos que podem estar, ainda, nas prateleiras dos supermercados. Isso é muito ruim para a indústria boa, que preserva, que faz um produto que tem qualidade, que respeita o consumidor, que respeita o produtor e que respeita a marca dela, porque essa indústria está sendo penalizada também. Mas o maior penalizado, além do consumidor, é o nosso produtor. No momento em que se põe em dúvida um produto que está sendo consumido a primeira coisa que acontece é a diminuição do consumo e, quando diminui o consumo, a primeira tendência é baixar o preço na mão do nosso produtor.
Estou apresentando à comissão de Agricultura, deputado Reno Caramori, um pedido para que possamos no máximo, na próxima quarta-feira, ouvir os representantes do Ministério Público e os representantes da Polícia Militar, que trabalharam nessa investigação.
E acredito que tenhamos que convidar o superintendente do ministério da Agricultura de Santa Catarina e, quem sabe, o presidente da Cidasc, para buscar melhores esclarecimentos sobre esta questão que, eu não tenho nenhuma dúvida, é um crime bárbaro. E eu repito. O leite está na mesa de todos os brasileiros, é o alimento número um das crianças e não se sabe quais as consequências que estes produtos agregados, proibidos, podem trazer à saúde da nossa população no dia de amanhã.
Então, tenham absoluta certeza de que o ministério da Agricultura, através dos seus fiscais, tem condições de fazer esse trabalho e de fazer esta fiscalização, embora saibamos que não temos à disposição, tanto de uma entidade quanto de outra, técnicos em quantidade suficiente para fazer toda essa fiscalização necessária.
Que se penalize àqueles que cometeram essa injustiça, mas que se faça justiça àqueles que têm nessa produção a atividade principal do seu ganho de vida. Que se preserve a indústria que tem consciência de ter um produto de qualidade oferecido aos seus consumidores e que se preserve o produtor que tem consciência, que sua, que trabalha, inclusive nos feriados, sábados e domingos, que faz um produto com qualidade para oferecer ao mercado, que investe no seu rebanho, na sanidade do seu rebanho, na higiene da produção do leite, que põe tecnologia para oferecer um produto de primeira qualidade que, alguns, adulteram pela ganância, às vezes, de alguns centavos.
Eu espero que a comissão de Agricultura, da qual faço parte, possa, na próxima semana, deputado Reno Caramori, senhores deputados e senhoras deputadas, ouvir os responsáveis por esse episódio. Cumprimento, mais uma vez, o Ministério Público, a Polícia Militar e o Gaeco, que tiveram esse trabalho de ir buscar e punir aqueles que estão brincando com um produto tão sério quanto o leite no consumo do dia a dia da população brasileira.
Era isso, sr. presidente, srs. deputados.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)