Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 025ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/04/2007
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Sr. presidente, vou dividir os 16 minutos do PMDB com o deputado Genésio Goulart.
Sr. Presidente, sras. deputadas e deputados Herneus de Nadal e Cesar Souza Júnior, vejo que está aumentando o número de deputados que defendem ações da agricultura, que começam a ter consciência de que quando o povo do interior migra para as cidades sem ter mão-de-obra qualificada, realmente vem para inchar as nossas favelas, para viver uma vida sem dignidade e para ter as mesmas dificuldades que cada vez mais têm os bolsões de pobreza nas grandes favelas, nas grandes cidades do estado de Santa Catarina. Nós precisamos, em conjunto, deputados urbanos e rurais, políticos urbanos e rurais, buscar esse encaminhamento da permanência do nosso homem no campo.
Da mesma forma, vejo o deputado Herneus de Nadal trazer essa preocupação que trago. Desejo que a 10ª Marcha dos Prefeitos a Brasília possa lograr êxito para que se possa ter, de uma vez por todas, uma divisão de recursos mais justa entre o governo federal, estados e municípios.
Eu indagava, há pouco, sobre qual o valor um médico recebe por consulta pelos SUS, deputado Onofre Santo Agostini. Disseram-me que é algo em torno de R$ 7,50, e que esse valor teve um grande aumento nos últimos tempos, deputado Genésio Goulart. Nós temos também que fazer justiça a essa categoria. Muitas vezes, o médico é visto apenas quando tem a infelicidade, deputado Serafim Venzon, de não ter sucesso com a vida humana. Muitas vezes não se vê o trabalho humano, o trabalho sério, o trabalho importante que faz esse profissional no salvamento, no atendimento, no cuidado com a vida das nossas pessoas, e por aí afora.
Se formos ver, o médico é um dos exemplos de dedicação. Mas se olharmos para outro lado, veremos os professores, que têm a responsabilidade de educar os nossos filhos, de educar a nossa gente, de elevar o nível de cultura e conhecimento dos nossos filhos, mas que também não têm o salário, a representação que deveriam ter. A mesma situação vivem as nossas universidades. Os nossos filhos e os filhos, principalmente, das pessoas mais humildes, gostariam de ter a oportunidade de ingressar numa universidade e ter um curso superior, mas às vezes não conseguem.
Infelizmente, nós continuamos lutando por aquilo que pleiteiam os nossos prefeitos e que também que é uma das marcas do governador Luiz Henrique. Estamos batendo sempre forte na necessidade do pacto federativo, numa divisão melhor dos recursos. Queremos que 75% dos recursos não fiquem só em Brasília, mas que sejam distribuídos aos municípios; que os prefeitos possam participar de um atendimento melhor à saúde da nossa gente; deputadas Ada De Luca e Odete de Jesus - e v.exa.também é professora -, que os nossos filhos e que os filhos das pessoas mais humildes também possam ter, deputado Herneus de Nadal, como outros, a oportunidade de estar próximos de uma universidade, de ingressar num curso superior.
Enquanto não tivermos esse mínimo de dignidade, ou seja, que todos possam ter acesso à saúde e à educação, com certeza não teremos um país mais justo e mais digno.
Para isso nós precisamos ter consciência de que, concentrando a receita e fazendo com que os prefeitos precisem ir a Brasília mendigar em torno de apenas 1% daquilo que estão buscando há mais de dez anos e não conseguem, nós não vamos construir um país com justiça, um país com dignidade.
Por isso com críticas e com questões que ainda precisam ser melhor aprofundadas, com questões das secretarias Regionais, que talvez tenhamos que caminhar muito para que as coisas possam acontecer, efetivamente, com trabalho competente, com trabalho transparente, com trabalho de lisura...
Mas, mesmo que não estejamos conseguindo fazer aquilo que gostaríamos e aquilo que a sociedade quer, pelo menos o governador teve a iniciativa de encaminhar esse trabalho, esse novo sistema de divisão dos recursos, de divisão das receitas, com a participação dos municípios na decisão de onde devem ser feitos os investimentos e de que forma eles precisam ser feitos.
Por isso quero torcer para que os nossos prefeitos possam lograr êxito nessa 10ª caminhada e trazer para os nossos municípios uma divisão melhor dos recursos. Assim, poderemos ter a oportunidade de fazer investimentos, já que é lá que moram as pessoas, é lá que existem as necessidades. E é preciso atender as necessidades das pessoas, principalmente daquelas que têm mais dificuldades porque, muitas vezes, têm a infelicidade de ter uma doença em casa; daquele que tem o filho que gostaria de ter um curso superior e não consegue; daquele agricultor que gostaria de permanecer na sua propriedade e não tem esta oportunidade; daquele que foi excluído da suinocultura porque não consegue mais sobreviver com meia dúzia de matrizes; daquele que está sendo excluído da avicultura porque não consegue mais ter um aviário com 12 mil frangos; daquele que não pode mais ficar na atividade da produção de cereais.
Portanto, precisamos buscar uma alternativa para aqueles agricultores, para aqueles pecuaristas, para aqueles que não têm uma produção de 200, de 400 ou de mil litros de leite por dia, mas que têm a oportunidade de produzir 50 litros que são, muitas vezes, o sustento da sua família.
Então, é essa a vontade que tenho: de trabalhar em defesa de um país mais justo, mais sério e mais democrático.
Encerro meu pronunciamento para o deputado Genésio Goulart usar os oito minutos restantes do horário reservado ao PMDB.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)