Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 047ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 09/06/2009
O SR. DEPUTADO MOACIR SOPELSA - Vou procurar dividir, sr. presidente, deputado Gelson Merísio.
Srs. deputados e sras. deputadas, quero hoje fazer aqui com justiça, deputado Elizeu Mattos, um agradecimento e cumprimentar a Câmara de Vereadores de Otacílio Costa. Na quinta-feira, deputado Elizeu Mattos - v.exa. que é deputado por aquela região, e eu tenho lá alguns poucos votos -, aquela Câmara de Vereadores, juntamente com a secretaria do Meio Ambiente e a secretaria da Educação, fez uma homenagem aos funcionários da secretaria do Meio Ambiente entregando a eles um reconhecimento pelo trabalho que fazem na questão ambiental daquela cidade.
Há que se deixar registrada aqui a importância e o que mudou a cidade de Otacílio Costa nos últimos nove anos, nos últimos oito anos, primeiro, com o prefeito Altamir José Paes e, agora, com o prefeito Denilson Luiz Padilha.
A cidade está um cartão de visita, com o embelezamento, a limpeza, aquilo que a administração atual faz em defesa do meio ambiente, da conservação das ruas, das avenidas daquela cidade. Por isso, quero deixar aqui os meus cumprimentos, os meus parabéns, os meus agradecimentos por ter participado, deputado Serafim Venzon, desse evento na Câmara de Vereadores de Otacílio Costa.
Também quero registrar e cumprimentar o prefeito de Braço do Norte, onde estive participando da Feagro, uma exposição que mostra o potencial da agropecuária da região sul do estado de Santa Catarina, especialmente daquela região de Braço do Norte. O prefeito Edson mais uma vez promoveu um grande evento, onde foi mostrada a qualidade, o potencial, a genética que tem o rebanho bovino de leite daquela região e daquele município.
O prefeito não é do meu partido, ele é do Partido Progressista. Mas precisamos registrar que é um prefeito vinculado com as ações da agricultura, como foi o nosso secretário de estado, deputado Serafim Venzon, que é do seu partido na Regional de Braço do Norte, que participou, através do governo do estado, da secretaria Regional de Braço do Norte, desse evento, junto com a Associação de Produtores de Bovinos de Leite, a Associação de Produtores de Suinos e também o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura.
Por isso, quero deixar registrado, nesta Casa, os meus cumprimentos ao prefeito pelo evento e pela demonstração do potencial, do desenvolvimento daquela região e daquele município.
Outro assunto que quero trazer, hoje, à tribuna desta Casa é com relação, deputado Sargento Amauri Soares, à minha função principal, à minha vinculação principal com a agricultura. Quero deixar registrado aqui que às vezes não compreendo o prefeito Jackson Luiz Patzlaff - v.exa. que é de um município essencialmente agrícola, o município de Arabutã -, porque parece que a agricultura é proibida de ganhar dinheiro.
Nós tivemos agora nos últimos dias um aumento no preço do leite para o produtor de R$ 0,06. Ou seja, a média paga para o produtor no oeste de Santa Catarina por um litro de leite é de R$ 0,62. Enquanto que a média paga pelo consumidor nos mercados na região de Concórdia e Chapecó é de R$ 2,20. Portanto, R$ 0,62 é o que ganha o produtor e R$ 2,20 o que paga o consumidor. E já ouvimos dizer que o leite aumentou 25% nos últimos 30 dias, mas para o produtor aumentou de R$ 0,56 para R$ 0,62. Apenas R$ 0,06 por litro, num momento em que o produtor até então pagava para produzir o produto que deveria estar na mesa de todo cidadão, na mesa de todos os consumidores, porque é gênero de primeira necessidade na alimentação de qualquer pessoa, de qualquer ser humano.
Também quero comemorar a abertura, mais uma vez, do mercado de Santa Catarina, do mercado de carne suina para exportarmos, principalmente para a Rússia. Ficamos durante quase três anos impedidos de exportar para a Rússia não pela falta de qualidade, não pela falta de sanidade, não pela primazia que tem o produto produzido de carne suina em Santa Catarina, mas, sim, porque entenderam que não deveriam comprar carne suina de Santa Catarina. Isso fez com que nesses últimos dois anos o nosso produtor amargasse, tendo prejuízo, produzindo com prejuízo, não conseguindo cobrir o custo de produção, não conseguindo cobrir aquilo que ele gasta para produzir um quilo de suino. Vendendo mais barato ou por menos do que aquilo que ele paga para produzir um quilo de carne.
Tive a informação, hoje, pela manhã, do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suinos, de que o suino em São Paulo, deputado Plínio de Castro, já passou dos R$ 2,60 o quilo. Enquanto que em Santa Catarina ainda vemos o nosso produtor do sistema integrado vendendo o quilo do suino por R$ 1,60. Mas também me deixa espantado por que R$ 2,60 de uma semana para outra. O que foi que movimentou?
Foi apenas dizer que tínhamos o mercado internacional ou especialmente o mercado da Rússia aberto para podermos ter esse aumento no preço? Ainda vivemos num mercado de oferta e procura, deputado Ismael dos Santos, mas às vezes é difícil compreender por que o mercado segura o achatamento dos preços. Realmente, de um momento para outro houve abertura, sim, mas não vimos ainda o embarque de carne suina para a Rússia ou para outro país.
Quero acreditar que não só o mercado da Rússia, como disse o governador Luiz Henrique da Silveira, mas que possamos ter outros mercados abertos para as carnes brasileiras, especialmente para nós de Santa Catarina, com a abertura do mercado da venda de carne suina, porque é uma das atividades que tem na economia do nosso estado uma força muito grande, principalmente no oeste, onde estão instaladas as maiores indústrias do gênero de carnes do nosso país.
Quero crer que conseguimos, deputado Plínio de Castro, sair do fosso, sair do fundo do poço para começarmos a recompensar esse produtor, que vive com sacrifício, que foi penalizado e que com a fibra que sempre teve e tem suportou mais esses dois anos pagando para produzir.
Entendo que o mercado internacional deverá se abrir, que o mercado brasileiro deverá ter uma melhoria, e eu espero que possamos agora, com a mudança do clima, pois a carne suina é mais consumida no inverno, ter melhores condições para que o nosso produtor possa recuperar aquilo que perdeu durante esses últimos dois anos. Aliás, a agricultura brasileira ainda não tem uma política de segurança, uma política de garantia de preço, porque ainda vivemos conforme o mercado, conforme a oferta, conforme a procura, ou seja, em determinada ocasião temos preços baixos que não pagam o custo de produção; e às vezes, quando o nosso produtor não tem a mercadoria para oferecer, os preços se elevam, podendo, aí sim, ser uma atividade lucrativa.
Eu disse aqui outro dia, deputado Pedro Uczai, que vejo a grande imprensa ainda mostrando a produção de suinos, a produção de leite especialmente, em cima de lixões, duas atividades que têm no campo muita higiene, muita qualidade, pois a suinocultura que vai para as indústrias, que vai para as gôndolas de supermercados, é uma suinocultura que vem de propriedades com tecnicalidade, de propriedades sanitariamente controladas e com toda qualidade.
A mesma coisa acontece com o leite. Não vemos mostrarem a higiene que se tem hoje e os equipamentos que se tem para tirar leite de uma vaca. O que mostram ainda é uma vaca embaixo de uma árvore, amarrada em uma corda, e o produtor tirando o leite com as mãos. E isso deixa imagens ruins para o nosso produto. Por isso, precisamos conscientizar a grande mídia para que mostre a realidade da produção agrícola do estado de Santa Catarina.
É a mesma coisa quando a grande imprensa não anuncia mais um caso de gripe do vírus A ou sei lá o quê, a imprensa fala em mais um caso de gripe suina. Ora, isso depõe mal, depõe contra os nossos produtores. Então, precisamos, e não me calarei, conscientizar a grande imprensa para mostrar a realidade da produção agrícola do estado de Santa Catarina, que vai ao encontro do nosso produtor e que também garante e dá proteção para aqueles que irão consumir os produtos criados, produzidos na agricultura.
Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, quero deixar esse registro de que a agricultura de Santa Catarina, principalmente a nossa pecuária de leite, a nossa produção de suinos, a nossa produção de aves, dão ao estado de Santa Catarina o primeiro lugar em produção de suinos, o segundo lugar em produção de aves e o quinto lugar em produção de leite. Então, que possamos dar a esses produtores o reconhecimento; que eles possam ter na sua atividade dignidade e que possam continuar oferecendo para a população brasileira produtos de qualidade, produtos com sanidade, produtos com higiene e produtos que possam atender de fato aquilo que quer o nosso consumidor.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)