Pronunciamento

Moacir Sopelsa - 088ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 08/10/2014
O SR. DEPUTADO MOACIR SPELSA - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, volto à tribuna desta Casa, depois deste período eleitoral para primeiramente fazer um agradecimento a todos aqueles que puderam me acompanhar durante essa caminhada política. Ninguém vai a lugar nenhum se não há um grupo de pessoas que trabalham juntos. Tenho certeza de que os parlamentares que se reelegeram, os que não conseguiram a conquista do mandato e os eleitos para um primeiro mandato trabalharam com um grupo de pessoas. Ninguém vai a lugar algum sozinho. Por isso, quero agradecer a todos que me ajudaram de uma forma ou de outra a buscar os 39.040 votos. Sem esse apoio, sem o reconhecimento e a confiança do eleitor, também não teríamos chegado.
Procurei sempre em todos os mandatos trabalhar com lealdade, dignidade, olhando sempre para onde moram as pessoas, ou seja, os municípios. É nos municípios que precisamos ter uma melhor saúde, educação e infraestrutura para que as pessoas possam ter mais qualidade de vida. Também quero trazer o reconhecimento do meu partido, o PMDB, em nível estadual, que manteve dez deputados estaduais, cinco deputados federais, o governador, o vice-governador e também tivemos a felicidade de eleger o senador Dário Berger.
O PMDB mostrou sua força através de sua militância, pois os dez deputados estaduais eleitos contaram com o apoio dos suplentes e dos 784.349 mil votos em nome da legenda. O PMDB tem o maior número de deputados no Brasil, 142. Também elegeu a maior bancada federal. Hoje tem 67 deputados federais, seguido pelo PT, que é a segunda maior bancada. Falava há pouco ao deputado Sargento Amauri Soares que vou continuar insistindo em dizer que o Congresso Nacional precisa de uma reforma partidária e política.
Nós não podemos mais fazer política e eleições da forma que elas estão acontecendo. Fala-se muito de investimentos nas campanhas, mas uma questão que precisamos resolver, deputado Padre Pedro Baldissera, é a quantia de partidos que temos instalados no nosso país. Para mim não existe partido pequeno ou partido grande, todos os partidos criados por lei têm o direito de disputar uma eleição, mas me refiro a esses partidos que no fim tem candidaturas espalhadas para oferecer aos maiores partidos mais tempo no horário político, para oferecer aos maiores partidos o apoio na majoritária. Nós vimos nessas eleições candidaturas que não poderiam, democraticamente, existir, mas sem nenhuma condição. E aí nós vemos que essas candidaturas acabam sendo candidaturas que vão ao encontro de um ou de outro interesse. Por isso, a reforma política precisa acontecer. Nós precisamos voltar a ter partidos que possam sustentar uma candidatura majoritária. E para isso acontecer, deputado Kennedy Nunes, nós não precisamos extinguir os partidos, basta que o nosso Congresso Nacional pense em uma ação, que é a ação de proibir as coligações nas proporcionais. Quando nós tivermos essa proibição, vamos fortalecer mais uma vez os partidos políticos, vamos fortalecer as candidaturas, vamos ter eleições mais regionais, vamos ter eleições em que as propostas vão ser melhor discutidas, melhor apreciadas, vamos ter eleições onde o trabalho vai ser mais reconhecido. Enfim, não podemos continuar com uma eleição a cada dois anos. É impossível o país sustentar o custo de uma eleição a cada dois anos. É impossível pararmos o país em cada dois anos para termos em um ano a eleição para governador, para presidente da República, para deputado, senador, governador e, dois anos depois, termos mais uma vez a eleição para prefeitos e vereadores. É preciso ter consciência de que esse sistema não serve. É um sistema que precisa ser mudado. O Brasil já caminhou muito na direção da democracia. Somos um país jovem, mas estamos aprendendo a democracia. Temos consciência da democracia.
Mas, além de termos essa dificuldade das alianças, temos as dificuldades daqueles que têm mais poder ou menos poder. Por isso, quando reconheço a força do meu partido, quando respeito todas as siglas partidárias, quando venho aqui agradecer àqueles que estiveram junto comigo em mais eleição, que me ajudaram, àqueles que me confiaram mais uma vez o voto, quero dizer que podem ter certeza da continuidade aqui, na Assembleia, do meu trabalho voltado sempre para o crescimento e desenvolvimento dos municípios.
Falei muito durante a campanha sobre o meu compromisso com a saúde. Não consigo admitir que tenhamos dificuldades para conseguir uma internação, que uma pessoa tenha que esperar de quatro a oito meses para fazer um exame de alta complexidade. Não consigo admitir que um pai não tenha a possibilidade de dar um curso superior para seus filhos. Não consigo também continuar vendo a nossa classe produtora sendo tratada desta forma. Precisamos repensar a infraestrutura do nosso estado, como a BR-282 que liga o extremo oeste de Santa Catarina a nossa capital. Não podemos continuar com a BR-470 como está.
Deputado Padre Pedro Baldissera, v.exa. que é do oeste de Santa Catarina. Queremos que essa ferrovia tão falada saia do papel, e para mim não importa que ela seja federal, estadual ou privatizada. Precisamos, para garantir a agricultura, o sucesso da produção de suínos, de aves, a produção de leite, é nos abastecer de milho e soja, que aqui custa quase o dobro dos estados do centro oeste. Precisamos para o agronegócio, que representa mais de 40% da economia do estado de Santa Catarina, de infraestrutura, ou seja, de condições para oferecer melhor transporte, melhor segurança no abastecimento dos cereais principais. De outra forma, estaremos perdendo esse negócio para outros centros produtores de cereais.
Enfim, a missão que nos aguarda a partir do ano que vem é continuar esse trabalho de melhorar a infraestrutura dos nossos municípios, de melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas para que isso aconteça, precisamos de muito trabalho e empenho. Temos que ter, todos nós que nos elegemos, o compromisso de trabalhar para oferecer, no mínimo, essas condições de infraestrutura, de saúde e de educação para a nossa gente.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)