Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 013ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 03/03/2011
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Saúdo o sr. presidente, os srs. deputados presentes e, com mais entusiasmo, hoje, as deputadas, porque quarta-feira, dia 8 de março, comemoraremos o Dia Internacional da Mulher. Recebemos, inclusive, um expediente da sra. Maria de Andrade Silva, que é presidente da Associação Catarinense dos Professores, falando do dia da mulher e da mulher professora.
(Passa a ler.)
"Mais um Dia Internacional da Mulher, data comemorada mundialmente no dia 8 de março, como forma de impedir que se perca na história a morte de um grande número de operárias durante protesto por melhores condições de trabalho em Nova York, em 1857.
Atualmente, dados estatísticos demonstram o avanço feminino no mercado de trabalho. Em várias atividades as mulheres já são maioria e são cada vez mais numerosas em profissões antes dominadas pelos homens."
Estamos vendo isso o tempo todo. Temos mulher policial, mulher militar, enfim, em todas as atividades, inclusive no comando das grandes empresas, a mulher está demonstrando seu poder e sua capacidade, sem perder a feminilidade, como sempre disse a delegada Lúcia Stefanovich, que foi nossa secretária de Segurança e conseguia ser muito firme sem perder o carinho, o respeito pelas pessoas e o jeito maternal.
(Continua lendo.)
"Vem-se tornando comum o fato de as mulheres assumirem cargos elevados, tanto no poder público quanto na iniciativa privada. No Brasil, 11% das empresas são comandadas por executivas, um dos mais altos índices do mundo, ficando atrás apenas da Finlândia, com 13%, da Noruega e da Turquia.
Mas nesse dia não podemos esquecer a professora, a mulher que está na base dessa transformação e na evolução da sociedade como um todo, doando-se com absoluto esmero para garantir qualidade na educação popular, na educação pública, tocando a vida de tenros cidadãos e cidadãs que terão a missão de conduzir a sociedade.
A maior parte das vezes é ela, a professora, quem alfabetiza, quem abre o mundo para os olhinhos infantis e quem dá oportunidade de leitura e escrita para outros olhos, já maduros, que não tiveram a oportunidade de estudar na infância. São elas que fazem crescer a esperança e facilitam a compreensão do mundo. É a professora do bairro, da cidade, do interior, dos grandes centros urbanos, que jamais desiste de dar aulas porque tem consciência de estar formando cidadãos e cidadãs para viver com dignidade.
A dedicação das professoras traduz o que vemos hoje em Santa Catarina, um estado caracterizado pela força do trabalho que impulsiona o avanço da economia, a produção de bens e a melhoria da vida da sociedade nas fábricas, no comércio, na produção rural e no artesanato. Lá está ela, a mulher que ensina, a mulher que aprende, a mulher que educa, a mulher que orienta, a mulher que acolhe e depois entrega ao mundo sua criação.
Nada mais oportuno, portanto, neste Dia Internacional da Mulher, lembrar que toda criança precisa de uma professora para dar firmemente seus primeiros passos e caminhar em direção à cidadania, à justiça social e aos bens indispensáveis à dignidade humana."
Esse texto da Associação Catarinense de Professores, da presidente Maria de Andrade Silva, fala muito bem da mulher professora.
Ontem, fazendo um histórico da minha vida para um jornal de Canoinhas, minha terra e do deputado Antônio Aguiar, lembrei da minha professora do Grupo Escolar Almirante Barroso, no ginásio. E à noite, lendo o jornal O Tempo, de Itajaí, vi a foto da professora Rosa, que me marcou muito à época da faculdade, porque era criteriosa, exigente e que muito ajudou a minha formação.
Gostaríamos de saudar todas as mulheres neste Dia Internacional da Mulher, principalmente as policiais, porque acompanhamos o seu dia a dia e sabemos das dificuldades de cuidar dos seus afazeres, da família e de uma atividade profissional tão complexa, que é o de absorver os problemas da comunidade.
As pesquisas demonstram que a profissão de policial é a mais estressante da humanidade. Lidamos com o cidadão no momento do conflito, no momento em que está estressado. E depois, muitas vezes, lá na frente do juiz, na frente do promotor, está sentado um cidadão bonzinho que só diz "sim, senhor", mas lá no momento da violência, com uma arma na mão, é um ser totalmente transtornado, um ser totalmente diferente.
Lembro-me de um projeto, em Chapecó, no momento da implantação das Delegacias da Mulher.
Demos oportunidade, nesses últimos quatro anos, para implantar no maior número de cidades, no maior número de regiões, as Delegacias de Proteção à Mulher. Por quê? Porque é um atendimento diferenciado. A violência contra a mulher não é só a violência física. A pior violência contra a mulher é a psicológica, que atinge tanto ela quanto os filhos. Há muitos casos de pessoas que cometem algum tipo de delito que, se formos estudá-las, e os psicólogos estudam, vamos verificar que, quando criança, em idade tenra, presenciaram algum tipo de violência e tiveram a personalidade afetada.
Então, quando procuramos implementar a Delegacia da Mulher não foi apenas para fazer a ocorrência da violência, mas também para que lá pudéssemos contar com um psicólogo, um assistente social. A maioria das nossas delegacias funciona tendo em vista o esforço das próprias delegadas, dos delegados e dos policiais que lá trabalham. Ao chegarmos numa das Delegacias da Mulher vemos, na maioria das vezes, uma salinha com brinquedos. Inclusive, já ouvi, muitas vezes, alguns colegas delegados e delegadas dizendo: "Esses brinquedos eram dos meus filhos, mas trouxe para cá porque quando as mães vêm para cá machucadas, chorando, com um filho no colo também chorando, temos que dar algum atendimento profissional, temos que tentar tirar a criança daquele mundo de violência.
Por isso, São Bento do Sul, deputado Silvio Dreveck, é um exemplo. As delegacias possuem brinquedos e foi montada uma estrutura pelos próprios funcionários que lá trabalham, cada um levou alguns brinquedos de casa para que houvesse condições, na chegada de uma criança que passa por esse trauma, de tranquilizá-la e deixar que ela viva o seu mundo e saia daquele mundo de violência que, muitas vezes, ela acaba presenciando na sua residência.
Temos falado muito de combate às drogas, mas esse trabalho social de dar força e apoio às Delegacias da Mulher, de valorizar as nossas profissionais mulheres, em todos os setores, especialmente na Polícia Civil, deve ser lembrado no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Faço esse registro e conclamo todos a valorizar essas valorosas mulheres.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)