Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 029ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 15/09/2011
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, também havia anotado para falar de Canoinhas, que é a minha terra natal, lembrando estive na última segunda-feira naquela cidade, quando a Câmara de Vereadores fez uma homenagem muito bonita para os canonienses que marcaram a história do município. E lá homenagearam o ferreiro, o carpinteiro e o alfaiate mais antigos, um gesto muito bonito, reconhecendo o trabalho de pessoas que fizeram a história de Canoinhas.
Djalma Tabalipa, que é tipógrafo, e eu, que tive a felicidade de também ter sido tipógrafo, participamos da montagem do jornal Barriga Verde por muitos anos. Hoje é tudo computadorizado, mas naquela época o trabalho era quase manual e, inclusive, durante algum tempo fiz a entrega dominical do Barriga Verde. O jornal ficava pronto na sexta-feira ou no sábado, mas como a data impressa era a de domingo, a entrega só era feita naquele dia.
Assim, com muito carinho, ainda um gurizão, fiz esse trabalho para ajudar a minha família. E durante a homenagem na Câmara de Vereadores, revi pessoas que na Páscoa, no Natal ou em algum evento festivo ficavam esperando na porta de casa para receber o jornal e dar de presente um chocolate ou outra alguma lembrança.
Então, tenho grandes lembranças da nossa Santa Cruz de Canoinhas, que completou 100 anos. Fui também sacristão, coroinha, como dizem. Atuei na igreja na época de frei Henrique Muller, que depois foi bispo de Joaçaba e que hoje, infelizmente, já é falecido.
Só deixei Canoinhas aos 18 anos, quando vim para Itajaí e Balneário Camboriú para cursar a faculdade de Direito. Tive vontade de retornar a Canoinhas para advogar, mas, convidado por alguns colegas, acabei fazendo concurso para delegado de Polícia. Com isso, minha vida mudou. Acredito muito em Deus, nada é por acaso e agradeço por todos os caminhos que Ele me abriu.
Sr. presidente, com relação às palavras do deputado Silvio Dreveck, quero dizer que o trecho da estrada entre Mafra e Canoinhas foi quase todo recuperado, mas o trecho de Canoinhas a Porto União realmente está muito precário e as autoridades têm que tomar uma providência. Com essas chuvas as coisas devem estar ainda mais caóticas, pois a rodovia está muito esburacada.
Apesar disso, no sábado estaremos na homenagem da Assembléia Legislativa ao município de Canoinhas, assim como estivemos na segunda-feira na homenagem da Câmara de Vereadores, que foi conduzida pelo presidente Beto Passos e acompanhada pelos demais vereadores.
Ontem, assinamos a proposição do deputado Jean Kuhlmann, que conta com o apoio de todos os deputados do vale e do alto vale do Itajaí, além dos demais, propondo a criação de um fórum permanente para acompanhar a questão das cheias na região.
Então, nossis cumprimentos à deputada Ana Paula Lima e aos deputados Volnei Morastoni, Dado Cherem, Jailson Lima, Jorge Teixeira e Aldo Schneider, que acompanharam muito de perto a calamidade que se abateu as suas regiões. É claro que ficamos acompanhando a marcha dos acontecimentos, mas sem poder fazer muita coisa e sentimo-nos até um pouco impotente.
Tenho orgulho de, nas últimas eleições, ter recebido votos em todos os municípios do alto vale e do médio vale do Itajaí e sinto-me, como deputado catarinense, responsável por trabalhar essa questão, mesmo porque não nos podemos cingir a atuar somente após as catástrofes, temos que pensar fortemente em prevenção.
O ministro Fernando Bezerra e o governador Raimundo Colombo foram claros em dizer que temos que atuar - e este fórum permanente ajudará nisso - na construção de soluções para prevenir essas catástrofes. Os vendavais e os ciclones são imprevisíveis, mesmo em países como os Estados Unidos, mas as cheias em Santa Catarina são cíclicas, às vezes demoram anos, outras vezes repetem-se no mesmo ano.
Então, em Santa Catarina não podemos deixar a população à mercê das chuvas, olhando para o céu na esperança de que o sol apareça. Temos que ter projetos. Havia o projeto da construção de seis barragens, três foram construídas e ajudaram a minimizar os efeitos das cheias, caso contrário o problema talvez fosse pior.
Ouvimos a explanação do ex-senador Geraldo Althoff, secretário da Defesa Civil, do deputado Valdir Cobalchini, secretário da Infraestrutura, e do engenheiro Paulo Meller sobre as obras necessárias que farão com que daqui a cinco, dez anos, no máximo, Santa Catarina esteja mais preparada para enfrentar as adversidades climáticas. Será construído um canal extravasor, que sairá da região de Indaial e desviará o fluxo da água, levando-o até o mar, mais ou menos na altura de Navegantes e Penha, o que fará com que as cidades ribeirinhas fiquem mais protegidas. Esse canal e o aumento do potencial das barragens ajudarão.
Então, não adianta equipar a Defesa Civil e não pensar em prevenção. Vamos pensar em livrar o estado de Santa Catarina dessas catástrofes. Isso é possível, dá para fazer. O governo federal quer, o governador Raimundo Colombo também quer e nós, daqui a alguns anos, em vez de vir aqui registrar o trabalho da Defesa Civil, viremos, sim, comemorar as obras realizadas e que protegeram a população.
Sábado falei por telefone, pois não consegui chegar até sua casa, com o delegado de Rio do Sul. No prédio onde ele mora, a água chegou até o primeiro piso, como chegou também ao primeiro piso da Delegacia de Polícia e do IML. Isso no centro de Rio do Sul!
Então, não podem ficar na expectativa de que não chova cidades como Rio do Sul, Blumenau e Itajaí. Temos um estado capaz, com pessoas que têm capacidade de luta, mas essa luta não pode ser permanentemente no sentido da reconstrução.
O Badesc prorrogou prazo do vencimento dos empréstimos, o governo está adotando todas as medidas necessárias para amenizar esse problema, mas na verdade o estado de Santa Catarina tem que sair dessa situação com obras que evitem futuros desastres climáticos.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)