Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 069ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 09/08/2011
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, gostaria de registrar a presença do vereador Paulo Roberto Halla, de Curitibanos; de José Lóes; do prefeito de Anita Garibaldi, Roberto Marin; do prefeito de Tigrinhos, Rudimar Francisco; do secretário de Administração, Moacir Borges, meu particular amigo; do prefeito de Palmitos, Norberto Gonzatti; do pastor missionário presidente da Igreja O Senhor é meu Pastor, Miguel Clóvis dos Santos, e do representante da Juventude do PSDB, Tiago Costa, trazendo um tema atinente à preocupação da nossa juventude, que deve ser também dos pais e dos educadores, quanto à qualidade do ensino em nosso país, medida pelo Ideb, que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Temos a boa notícia de que uma escola de Garuva recebeu a maior nota do Ideb do estado, ou seja, 6,9 nas séries iniciais. A diretora da escola comemora, inclusive, com faixas em frente ao colégio.
Que avaliação que a sociedade pode fazer quanto à educação escolar dos seus filhos? Muitas vezes fazemos uma avaliação com base na aparência da escola, pela pintura, pelas instalações, pelo que é oferecido e não efetivamente pela qualidade do ensino. Mas depois encontramos problemas na qualidade do ensino, na aprovação do aluno. Os pais acham que o problema é da escola, do professor. E o professor muitas vezes entende que o problema é do aluno ou da família, conforme alguns artigos que tivemos a oportunidade de ler.
Então, entendo ser muito importante para a educação neste país o acompanhamento dessa média. O Ideb deu nota 4,6 até o 5º ano e nota 4,9 até o 9º ano, deputado Reno Caramori, mas os pais, avaliando a educação dos seus filhos, dão média 8,6.
(Passa a ler.)
"Desde que o governo, em 2007, implantou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que é um indicador da qualidade da educação de toda escola pública brasileira, medido pelo ministério da Educação - MEC - no 5º e 9º anos do ensino fundamental (antigas 4ª e 8ª séries). Sua escala vai de zero a dez, e a 'nota' de cada escola é o resultado do cruzamento de duas variáveis: a aprendizagem dos alunos, medida por um teste chamado Prova Brasil, e a taxa de aprovação da escola.
Apesar de existir desde 2007 e de estar disponível na internet, o Ideb é ainda desconhecido pela maioria da sociedade brasileira. A maioria dos pais dos alunos das escolas públicas não conhece o Ideb da escola de seu filho e costuma acreditar que a qualidade da educação oferecida nela é bem melhor do que realmente é. Apesar de o Ideb médio do Brasil em 2009 ser de 4,6 para o 5º ano e 4,9 para o 9º ano, pesquisa do MEC com pais de alunos mostrou que a nota média que os pais atribuem à qualidade de ensino do filho é de 8,6, na mesma escala de zero a dez. Essa percepção enganosa da qualidade do sistema acarreta uma série de problemas. Gera uma acomodação por parte da sociedade, que não demanda melhorias na qualidade do ensino. Faz com que os pais acreditem que a culpa pelo não aprendizado ou repetência do seu filho é exclusiva da criança, quando em realidade é um problema sistêmico.
Dentre as próprias escolas, o conhecimento do Ideb é muito baixo. Pesquisa recente da Fundação Victor Civita apontou que 47% dos coordenadores pedagógicos brasileiros não conhecem o Ideb da própria escola. É provável que o desconhecimento entre professores seja ainda maior.
O competente sistema de avaliação da educação brasileira, portanto, não está servindo nem para engajar a população em um processo de demanda por melhorias de qualidade, nem para orientar a escola na definição de seus objetivos e métodos".
Sr. presidente, vários critérios são utilizados para essa avaliação, desde a taxa de rendimento escolar, até a aprovação e as médias dos resultados nos exames. Existe um cálculo para essa avaliação do ensino e entendemos que agora, com a iniciativa da divulgação, conseguir identificar as escolas pelo índice é um fator preponderante para repensarmos a educação.
Não escolheremos uma porque as instalações físicas são boas, porque tem uma boa pintura, porque tem uma boa estrutura, mas pelo seu rendimento saberemos se atinge a média buscada. E o Brasil quer chegar até 2022 à média 6, ou seja, uma média de país já com uma melhor classificação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Recebi a visita de Thiago Costa, da Juventude do PSDB, que me trouxe esse documento no sentido de divulgar, de levar à juventude, aos pais e aos professores essas informações, para que efetivamente façamos uma análise da qualidade do ensino. Às vezes os pais acham que está tudo muito bem quanto ao ensino de seus filhos, mas, na realidade, quando eles são submetidos aos exames, a verdade que se apresenta é bem outra.
Por mais esforço que os professores, os diretores tenham, se não houver uma avaliação sistemática, estaremos enganando a nós mesmos. Os pais acreditando que o filho está aprendendo, o filho acreditando que aquilo é o máximo que ele pode aprender e o professor acreditando naquilo que está repassando.
Quando o problema é verificado, procuram jogar a dificuldade para o outro. O professor diz que é porque o aluno está revoltado, não se concentra, não tem noção de respeito, não quer seguir as normas da escola. E o filho, às vezes, contesta o próprio sistema educacional.
Então, quero registrar a iniciativa dessa juventude em fazer com que efetivamente o Ideb seja levado a sério, como está sendo levado pelo governo, e que seja divulgado, valorizando a educação.
Muito obrigado, sr. presidente.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)