Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 075ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 15/07/2014
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, Rádio Alesc Digital ou pessoalmente nesta Casa.
Na sessão desta tarde queremos falar a respeito das rodovias catarinenses que ainda, em razão das chuvas, em vários pontos, não foram recuperados, e também da necessidade de apoio aos empresários atingidos pelas enchentes.
Nos município de Palmitos, no balneário de Ilha Redonda, quando iniciou a chuva, os proprietários de uma pousada levaram os móveis, camas e colchões para o primeiro piso, mais tarde, a água subiu, e levaram tudo para o segundo piso, depois, para o terceiro piso, e a água atingiu tudo. Quase 50 camas Box, mais de 30 camas de casal foram destruídas. Houve um prejuízo de quase R$ 1 milhão aos empresários da pousada.
Após baixar a água, os funcionários retornam aos seus trabalhos, recebem seus salários, ou seja, têm a sua renda garantida, e os empresários precisam de auxílio do governo, principalmente do governo federal, dos bancos, para que possam refinanciar a aquisição de utensílios necessários para recompor aquilo que perderam com a enxurrada.
Então, é o mesmo problema que enfrentamos aqui em São Bento do Sul, Rio Negrinho, Mafra, Canoinhas e Porto União, onde as águas baixaram, mas não houve incentivo, financiamento para os empresários. Muitas vezes há liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço aos trabalhadores, mas o empresário acaba não sendo atendido. Sobre esse assunto, pretendo falar um pouco mais na próxima sessão.
Quero comentar sobre o editorial do Diário Catarinense a respeito da rotina das transgressões nos estados onde têm ocorrido greve da Polícia Militar e, parte da população, acha-se no direito de desrespeitar a tudo e a todos, quebrando o patrimônio público, invadindo lojas, enfim, tudo o que veem pela frente. Será que essa é a ideia da impunidade que o cidadão tem? Infelizmente corremos o sério risco da paz social, da tranquilidade do país ser quebrada em caso de greve dos organismos de segurança.
Ora, reclamamos tanto que há muitas lombadas ao longo das rodovias, mas o cidadão não está preparado para ficar sem elas e respeitar o limite de velocidade. As pessoas apenas respeitam o limite se houver a lombada eletrônica, a penalização e a multa. As pessoas, hoje, respeitam o limite de velocidade um pouco por causa da perda de pontos na carteira de motorista, pois podem perdê-la. E ainda a grande maioria das pessoas procura achar um jeitinho para resolver as coisas.
Então, acho que o país passa por um momento de repensar as coisas, de se reorganizar. E tivemos um exemplo de organização na Copa do Mundo. O Brasil foi goleado impiedosamente pela Alemanha, mas, mesmo assim, na decisão, a grande maioria dos brasileiros torcia pelos alemães, pois ali estava um exemplo de organização, de respeito.
Eles investiram, construíram um centro de treinamento, tiveram uma convivência harmoniosa durante todo o período da Copa com a população da comunidade onde ficaram. Conviveram, como se ali morassem. Trataram as pessoas com respeito. Então, os brasileiros, quando viram essa organização, esse respeito, torceram por eles. É claro que existem picuinhas, aquela eterna rivalidade com os argentinos, mas o brasileiro torceu pela Alemanha porque viu ali um exemplo de seriedade, respeito e planejamento. Foi por isso que torcemos. Seria injusto o desorganizado receber um prêmio que não lhe era devido. Não vimos nenhum atleta alemão com o cabelo enfeitado, como os dos brasileiros. Não quero nem falar nisso, respeito todas as pessoas, e sei que muitos usam tatuagens, mas alguns queriam aparecer mais pelas caricaturas que fazem no corpo do que pelo seu potencial e capacidade.
Ganhou quem mostrou organização, planejamento e respeito. E o povo brasileiro, na sua grande maioria, aprovou o vencedor, porque também quer ver organização e primar pelo que se faz dentro da ética, com muito respeito. Digo que este país corre um sério risco quanto a sua paz social se não voltarmos, todos, a ter o pensamento de que aquilo que é certo é certo, e quer esteja um policial olhando, uma pessoa fiscalizando ou não, temos que agir dentro da conduta e dentro da ética.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)