Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 056ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/06/2011
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente, srs. deputados, telespectadores que nos acompanham pela TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, o nosso boa-tarde!
Tivemos, sr. presidente, no último final de semana, uma audiência pública sobre segurança pública no município de Porto União, na Universidade do Contestado. Foi uma audiência muito representativa, com a presença de todos os segmentos da comunidade: prefeitos, vereadores e demais lideranças. O prefeito de Porto União, Renato Stasiak, esteve presente, assim como o presidente da Câmara de Vereadores, o reitor da UnC, os representantes de Consegs, de centros comunitários e de associações de moradores.
O grande pedido, hoje, da população catarinense é a questão da segurança pública. O que pede? Pede um maior efetivo e uma maior atuação da polícia. Sabemos das dificuldades que existem para aumentar o efetivo, principalmente com referência à Lei de Responsabilidade Fiscal. Quando se vai fazer um concurso público para a contratação de novos servidores para a Segurança Pública vê-se que não é possível porque esbarra na secretaria da Fazenda, em função da dificuldade de aumentar a folha de pagamento.
Então, temos que buscar alternativas que sejam viáveis. Entendo que para a realização da Copa do Mundo o Brasil está, através da Presidência da República, encontrando alternativas, fazendo, inclusive, um regime diferenciado de compras. Ora, se com toda essa fiscalização, com toda a legislação que regulamenta a licitação, a Lei n. 8.666, ainda ocorrem desvios e aplicação irregular de verbas, imaginem com o regime diferenciado, em que tudo pode a pretexto de se cumprir o prazo para a infraestrutura da Copa do Mundo!
Entendo que o governo federal deveria pensar, sim, num regime diferenciado para a questão da saúde e da segurança pública no nosso país. Temos que abrir uma exceção para aumentar os investimentos na saúde e para aumentar a nossa segurança. E uma das alternativas que percebi na audiência pública e que não afronta o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal são investimentos em tecnologia, investimentos em equipamentos.
Todos os municípios estão solicitando a instalação de câmeras de vigilância, que têm demonstrado ser um equipamento muito importante para a segurança pública. Sabemos que para a Grande Florianópolis já foram adquiridas mais ou 160 câmeras de vigilância para ser implantadas em pontos estratégicos e ajudar na segurança pública.
Então, se há dificuldade na contratação de pessoal, o que se pode fazer? Motivar, valorizar o atual servidor da Segurança Pública, encontrando mecanismos de realização profissional. Há excelentes profissionais, e os resultados dos trabalhos de segurança em Santa Catarina demonstram isso. Temos que valorizar o nosso profissional e investir em equipamentos e tecnologia, que vão fazer com que o trabalho desses profissionais cresça significativamente.
Portanto, temos que implantar em quase todos os municípios de Santa Catarina um sistema de câmeras de monitoramento. Em Caçador, presidente Reno Caramori, com câmeras e dois ou três agentes para acompanhar toda a movimentação nas entradas e saídas do município, nos locais de concentração de pessoas, em frente aos estabelecimentos escolares, melhorar-se-á significativamente a segurança das pessoas.
Enfim, trata-se de um investimento que não é tão grande, que não afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal e com o qual se consegue aumentar a segurança dos nossos municípios. Com isso valorizaremos também os Consegs, as entidades locais que participam e querem uma segurança pública melhor.
Ontem, e já foi falado aqui pelo deputado Darci de Matos, foi instalada a Frente Parlamentar de Transporte, que é muito importante. Está de parabéns o deputado Darci de Matos, assim como todos os presidentes de associações, de sindicatos e da federação, na pessoa do seu presidente, Pedro Lopes, que estão mobilizando-se na organização e na defesa desse segmento tão importante para a economia de Santa Catarina e do país.
No último final de semana, quando estávamos numa audiência pública em Porto União, tive a oportunidade de ler o jornal Gazeta do Povo, do Paraná, que trazia uma manchete mostrando que em três anos o número de acidentes caiu 19% naquele estado, apesar do aumento da frota em torno de 36%. Por quê? A reportagem credita essa melhoria à Lei Seca. Mas eu, que tenho preparado um pedido da criação de uma frente parlamentar referente ao trânsito no estado de Santa Catarina, pergunto por que esse resultado não é o mesmo no estado de Santa Catarina? Conversando com especialistas da área de segurança credita-se isso, e muito, a uma maior fiscalização.
Portanto, não é admissível que o nosso estado, com o nível educacional que tem, com o povo trabalhador que tem, com a qualidade de vida que tem, seja campeão brasileiro em termos de acidentes de trânsito. Precisamos debater esse assunto com a secretaria de Infraestrutura, com as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual e encontrar uma solução. Não podemos permitir que essa carnificina continue.
Então, vamos levar adiante, deputado Reno Caramori, o pedido de criação de uma frente parlamentar específica, porque é muito importante para o nosso estado discutir essa questão. E como vemos que outros estados estão reduzindo o número de acidentes, devemos aplicar também em Santa Catarina as medidas que deram certo para deixarmos de lado o título de estado campeão brasileiro de acidentes.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)