Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 006ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 18/02/2015
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Sr. presidente e srs. deputados, quero saudar a todos os catarinenses. Recebi a visita do Joel de Moura, presidente da Associação Três Fronteiras e diretor da Fetaesc, que traz a preocupação que a agricultura familiar enfrenta neste momento em razão de algumas dificuldades econômicas que o país enfrenta, assim como também em razão de alguns pleitos anunciados pelo governo federal e não implementados, como é o caso da habitação rural, do pagamento de indenização de serviços ambientais, da questão da energia elétrica e da legislação que procura beneficiar os grandes produtores e prejudica os pequenos agricultores.
O sindicato dos agricultores e a Fetaesc realizarão um grande evento no dia 16 de março, às 14h, em São Miguel do Oeste, debater esses assuntos, elaborar um documento, mobilizar a classe política e buscar uma solução. Hoje enfrentamos no oeste do estado uma preocupação grande com a questão do leite.
Ouvi um deputado anteriormente falando da questão do aeroporto de Jaguaruna, e uma das prioridades do Ministro da Aviação Civil Elizeu Padilha é o fortalecimento dos aeroportos regionais. Ele está brigando por essa questão e também o faremos. Mas quanto à produção leiteira em Santa Catarina há uma série de dificuldades. Através da produção do leite, o pequeno produtor consegue obter uma renda melhor, fazer uma prestação e enfim cumprir seus compromissos mensais. Antigamente a agricultura familiar dependia unicamente da safra, com uma ou duas produções anuais e ficava dependendo das condições meteorológicas. Uma seca ou o excesso de chuvas trazia um transtorno muito grande para a renda anual da agricultura.
Hoje, com a produção leiteira, o agricultor tem uma renda mensal. E temos que conservar essa renda forte no sentido de fortalecer e manter as famílias no campo. Queremos que não haja o êxodo rural, como já ocorreu em grande escala neste estado e no país.
Então, esse movimento conta com o nosso apoio e precisamo-nos empenhar. As empresas que recebem os leites e os lacticínios estão procurando adquiri-los de propriedades maiores, deixando de lado os pequenos agricultores, que já estão prejudicados com as questões da habitação, dos serviços ambientais, da energia elétrica, da legislação e enfrentam dificuldades.
Esse era um dos temas que queria abordar. Também ouvi o meu colega, deputado Darci de Matos, falando da ética na política. Isso nos preocupa. Como ele disse aqui, o governo federal, que iniciou há dois meses, já traz um descrédito por parte da opinião pública. Infelizmente o PT em nível nacional tem sido decepcionante para todos os brasileiros. Fala-se que cuidou da questão da pobreza, mas, de uma forma ou de outra, todos os governos cuidaram. Agora quando se fala em bilhões desviados na corrupção, isso atinge os menos favorecidos, as pessoas com que o PT diz que se preocupa tanto, porque o crime de corrupção é muito grave. Ele não é específico contra uma pessoa, mas contra uma nação. E, sendo assim, é contra aquele mais privilegiados, quantos estudantes poderiam estar beneficiados, quanta bolsa de estudo, quantas novas universidades, quantas novas creches poderiam ser implantadas se nós não tivéssemos essa corrupção no país. E o que se espera da corrupção? Ora, numa empresa quando alguém comete uma irregularidade, ela é afastada ou demitida. Na prefeitura, no estado, nos órgãos públicos é simples: Faz-se um processo administrativo, uma sindicância e afasta. E quando o chefe não afasta o que se diz? Que tem o rabo preso. Ele não vai afastar, porque ele está junto nisso. E quando se vê que a presidenta da República não afasta, fica complicado. Isso começou lá atrás.
Eu estava lendo um comentário do jornalista político, Paulo Alceu, que disse que começou no governo Lula, depois que ele assumiu, quando foi flagrado o Valdomiro Diniz pedindo dinheiro, foi filmado, para o Carlinhos Cachoeira. E ninguém foi afastado.
Então, para o leigo, quem tem o rabo preso não vai tomar providência. E o mínimo que se esperava em todas essas denúncias é que a presidenta não precisasse que a diretoria viesse em comissão pedir demissão, entregar os cargos. Ora, quando há uma irregularidade numa empresa pública, num órgão público, e tem alguma base legal a denúncia, a pessoa tem que entregar o cargo ou o chefe tem que pedir para que ele se afaste até a devida apuração dos fatos.
Então, um partido que criou a maior expectativa de mudança neste país é o partido que também criou a maior decepção. O PT somente era diferente, porque corrupto só tinha em outros partidos. Isso é que mudou. A diferença do PT era essa. Ele era um partido diferente, porque não tinha corrupto, somente os outros partidos tinham. Infelizmente, quando assumiu o governo nós vimos tudo isso. Então, existe um histórico de denúncia. Se nós lembrarmos um pouco, a Caixa Econômica já passou por dificuldades, porque pessoas colocadas lá, politicamente, criaram problemas. O Correio que é uma instituição histórica neste país já teve problemas durante a administração do PT, do Lula, da Dilma. Então, infelizmente, o que está faltando é a presidente mostrar que não tem o rabo preso, porque quem não tem o rabo preso, toma providência. Quem não tem o rabo preso afasta, manda apurar, doa a quem doer. As provas são fortes demais para alguém não tomar providências.
Esse não era o assunto que eu gostaria de falar hoje, mas como vários deputados se manifestaram...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)