Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 074ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/07/2014
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Obrigado sr. presidente! Srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL.
Já fiz os registros das pessoas, dos vereadores presentes nesta Casa e, prosseguindo na fala a respeito dos homicídios, assim como o deputado Sargento Amauri Soares, realmente o Brasil tem um taxa de homicídios muito alta.
Mas temos que registrar que Santa Catarina é o estado com menor número de homicídios no Brasil. Claro que o ideal era zerar o número de homicídios, mas o ser humano desde Abel e Caim vem se matando. Então, onde tem o ser humano tem conflito, tem briga, tem desentendimento e homicídios.
Eu, inclusive, quando era delegado de Polícia, pude ver que a Colômbia, um país com elevadíssimos índices de homicídios, com trabalhos sociais conseguiu reduzir a criminalidade. E Santa Catarina é um estado diferenciado em nível de país pela forma da organização social das comunidades e têm uma taxa de desemprego menor que Cingapura.
Na estatística de homicídios, vemos que em Santa Catarina em 2011 houve 759 homicídios; em 2012, 742; e em 2013, 704, apresentando aí uma linha de redução no número de homicídios, na grande maioria, ocasionados pela guerra do tráfico. Nós tínhamos antigamente aqueles homicídios casuais, de desentendimento, de brigas, de discussões, mas hoje 95% dos homicídios ocorrem pela disputa de gangues, pela disputa do tráfico. Nos tempos mais antigos não passava uma semana sem haver um homicídio, mas hoje os índices de homicídio são bem menores, como por exemplo, a cidade de Concórdia, que num ano chegou a registrar zero homicídio, enquanto os homicídios aumentaram nas cidades maiores, no litoral, tanto que, infelizmente, municípios como Navegantes e Camboriú passaram a liderar o número de homicídios. O que resolve essa situação é uma série de ações feitas pelos municípios como iluminar locais onde há concentração de marginais, como por exemplo, uma praça iluminada que, se estiver sendo usada pela população a criminalidade não chega. Se ficar escuro, sem iluminação ali se reúnem os traficantes e a criminalidade aumenta.
O deputado Sargento Amauri Soares falou que as pesquisas dizem que uma grande parte da população diz mesmo que bandido bom é bandido morto. Não é essa a solução, mas bandido preso também é bandido que não assalta, não mata, não estupra. Mas temos um grande problema no nosso país, que é a impunidade. Então, como disse o deputado Ismael dos Santos, não adianta enxugar chão com a torneira aberta.
Nós precisamos ter em alguns estados, principalmente no nordeste, onde os índices de homicídios são muito grandes, ações sociais e ações rigorosas no combate a criminalidade. Se você tirar o marginal da rua, ele não vai matar, não vai continuar praticando o crime. Se fora da prisão, ele for recuperado é ótimo. Acho que a sua recuperação depende de uma oportunidade, mas também da sua vontade de mudar, de querer ter um convívio social saudável. Aí, sim, as coisas melhorarão. Não adianta dar a opção, se ele não quer.
A maioria dos marginais que sai por sete dias na época do Natal, acaba saindo para fazer acerto de contas, para roubar e não para visitar a família, para procurar um trabalho, para ter uma reinserção social. Então, essa situação precisa mudar.
Felizmente, Santa Catarina tem o menor número de homicídios no país, seus policiais militares são referência para os outros estados. Temos neste estado uma Segurança diferenciada, até pela índole do povo e pelas condições de emprego. Aqui há muitas empresas, poucas pessoas desempregadas, muitos estudantes. Em Chapecó, no começo do ano, houve um número alarmante de homicídios, e depois, com intervenções policiais e ações, chegamos a ficar mais de 30 dias sem ter um homicídio. Temos preocupação também com regiões do litoral. Camboriú passou um período turbulento, hoje tem uma situação mais confortável, principalmente por ações sociais realizadas nos bairros. É preciso abrir escolas, iluminar as ruas nos bairros, enfim fazer com que o cidadão de bem tenha a liberdade de ir e vir e que a ação dos marginais fique inibida. Isso é importante.
Quero também registrar que, ontem, esta Casa apreciou projeto de autoria deste deputado que denomina Renato Hendges a Diretoria Estadual de Investigações Criminais. O Renato Hendges trabalhou em Blumenau, começou sua carreira como comissário e é para nós, catarinenses, um ícone, um símbolo. É justa essa homenagem da Assembleia Legislativa a esse grande policial, que teve o sonho de ser também presidente da Adepol, e como tal conseguiu implementar os projetos que os colegas, delegados há muito esperavam. Juntamente com a Assembleia Legislativa, conseguimos aprovar a carreira jurídica, a forma de pagamento por subsídio. O governador encampou essas leis e isso foi muito importante. Quanto à carreira policial, o seu grande pleito foi a promoção automática para os policiais civis, cumprindo o interstício de tempo. Esses foram sonhos que o Renato Acalentou, sendo que alguns ele viu acontecer.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)