Pronunciamento

Maurício Eskudlark - 001ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/02/2015
O SR. DEPUTADO MAURÍCIO ESKUDLARK - Obrigado, sr. presidente! É uma honra tê-lo entre nós, v.exa. que também já foi governador do estado e hoje preside esta sessão.
Gostaria de saudar todos os colegas e todas as colegas, principalmente os novos. Ontem revivi a emoção, porque já fui suplente, e tive a oportunidade de ver um colega de partido assumir como suplente. Na eleição passada assumi como primeiro suplente; em 2002, fiquei como segundo suplente do partido; e em 2010, como primeiro suplente. E nessa data, neste ano, no dia 1º de fevereiro, tive a honra de assumir uma cadeira como deputado titular nesta Casa.
Gostaria de dizer que aqui aprendemos muito, amadurecemos, tratamos do diálogo, da conversação e de buscar um melhor encaminhamento para as questões do nosso estado de Santa Catarina.
Eu me programei, me inscrevi, deputado Kennedy Nunes, para agradecer todas as pessoas, os companheiros, a equipe que nos ajudou nesta caminhada e dizer do compromisso de estar aqui.
Queria falar um pouco sobre a preocupação com as obras federais que temos no estado. Algumas obras, como a BR-163, que paralisou em dezembro e todo mundo entendeu como férias coletivas. Só que também paralisou em janeiro e, agora, vai começar depois do Carnaval. Com essa desordem que está o governo federal já ficamos preocupados se depois do Carnaval as obras federais vão continuar ou não. Nós temos importantes rodovias, algumas já alteradas, quer dizer, estão pior do que estavam, e temos que ter esta preocupação.
Então, além disso, queria falar também do trabalho que fazemos em todo o estado de Santa Catarina, deputado Kennedy Nunes. Sou nascido em Canoinhas, fiz a minha carreira política em São Miguel d'Oeste onde fui vereador e tenho residência. Em Balneário Camboriú também tenho a minha residência quando estamos aqui no litoral, e participamos, o meu filho participa, do diretório do partido, onde temos a nossa vida, a nossa convivência.
E de Balneário Camboriú gostaria de falar sobre o Hospital Santa Inês e o Hospital Ruth Cardoso. O Santa Inês já fecharam, não deram apoio. Mas no Hospital Ruth Cardoso, uma mulher esperando o primeiro filho - casal residente no centro de Balneário Camboriú -, rompeu a bolsa e foi para o Hospital Rute Cardoso. Essa jovem mãe, e está aqui o depoimento dela, referiu-se àquela "m" de hospital. Uma mãe quando vai dar à luz tem que ter só alegria e tranquilidade, mas havia, deputado Kennedy Nunes, apenas quatro pessoas atendendo naquele hospital. Sobre outra jovem que ia dar a luz, a enfermeira disse que precisava de cesariana porque ela corria um grande risco, mas isso apenas não era feito porque não havia médicos. E o atendimento que deram a essa mãe que fez esse relato foi inadmissível. Ela contraiu uma infecção e teve que ser levada para a maternidade Santa Luiza, onde os médicos conseguiram prestar atendimento, mas ela quase perdeu a vida. Eu fui lá, esta semana, e vi a situação daquela família, que deveria estar feliz com o filho, com a criança recém-nascida, está vivendo um drama.
Aquela administração, que é municipal, é incompetente em tudo. Construíram uma passarela, que nós, no nosso tempo do oeste, chamaríamos de pinguela, porque não atende às necessidades dos moradores da Barra e não atende às necessidades do município. Poderiam ter feito ali um elevado, algo que atendesse a Barra e o município como um todo, mas fizeram uma pinguela e está lá a investigação do Gaeco. Não conseguem manter a maternidade do Hospital Ruth Cardoso e querem pegar o Centro de Eventos para fazer.
É o fim da picada! Não conseguem administrar o município e querem pegar o Centro de Eventos, que o governo do estado só não iniciou pelas exigências da Caixa Econômica Federal, que tem recursos federais e é compromisso do governador Raimundo Colombo fazer o Centro de Eventos.
Mas isso me preocupa muito. Acho que a secretaria da Saúde, o Ministério Público, a comissão de Saúde desta Casa terá que olhar para esta questão. Entendo que aquela maternidade, do jeito que está, é melhor fechar. As pessoas terão que procurar outros municípios, mas as mães não correrão risco de vida como acontece na maternidade Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, onde há apenas quatro pessoas apenas atendendo durante a madrugada. É uma irresponsabilidade.
No caso dessa mãe que faz o relato, a família ainda teve condições de socorrer, mas para as mães humildes, em que aquela maternidade é o último porto seguro, como é que fica? Precisamos acompanhar essa situação. Então, trouxe essa preocupação.
Também ouvi a deputada Luciane Carminatti falar do plano de salários, porque o governo federal dá o aumento, mas quem paga são os estados. O governo do estado está tentando consertar um problema que o governo federal criou na questão do piso salarial dos professores. E o presidente do Sindicato dos Professores Luiz Vieira demonstrou um entusiasmo com a proposta do governo, mas o PT, aqui, diz que não está bom. O próprio presidente do sindicato diz que está bom, mas quem tem que fazer política diz que não está. Então, precisamos ver o que está acontecendo.
Há um esforço do governo estadual. O plano de carreiras cria a promoção automática, que é um pedido, uma vontade de todas as categorias. Pode ser que o plano não seja perfeito, mas é bom. Vamos ajudar a corrigir, ver os detalhes e melhorar. No Rio Grande do Sul quando era o governo do PT não pagavam, agora com o PMDB vamos ver se pagam. Vamos ver se as coisas mudam. O discurso é muito bonito.
Quero dizer ao deputado Kennedy Nunes que ter dez delegacias em Joinville não resolve, se houver apenas dois, três policiais em cada uma. Nós precisamos é de respostas. Aqui, em Florianópolis, cada distrito investigava um homicídio. Na época em que fui chefe da Polícia havia dez delegacias investigando homicídios, porque um ocorrera no norte, outro no sul e tal. Mas os homicídios estavam interligados. Por isso criamos a delegacia de homicídios com apenas um ou dois delegados e uma equipe, e hoje há uma média de 80% de solução de homicídios enquanto a média nacional é de menos de 10%.
Então, entendo que todo mundo queira uma delegacia perto de casa, mas não é a delegacia que dá a segurança, é o ser humano. É melhor ter uma equipe numa viatura, podendo se deslocar do que ter dois policiais cuidando da delegacia e não dando segurança.
Muito Obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)