Pronunciamento

Marcos Vieira - 070ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/08/2009
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sra. presidente, nobres srs. deputados, ocupo o horário do PSDB para me dirigir a todos os telespectadores da TVAL para tratar, na tarde de hoje, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, de dois assuntos que reputo importantes.
O primeiro deles refere-se a uma matéria publicada no início de agosto no Diário Catarinense, com uma manchete que dizia o seguinte: "Banco do Brasil espera recontratar deficientes". E o subtítulo dizia assim: "Vagas de portadores de necessidades especiais que trabalhavam no Besc, como de telefonistas, poderão ser repostas".
Ora, telespectadores da TVAL, é sabido de todos que o Banco do Estado de Santa Catarina foi incorporado pelo Banco do Brasil e, presumivelmente, tinha-se claro que tudo que era feito no Besc deveria pelo menos de forma temporária ter continuidade no Banco do Brasil. Mas não foi isso o que aconteceu.
A Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos mantinha há muitos e muitos anos um convênio com o Banco do Estado de Santa Catarina, para lá colocar mão-de-obra de deficientes físicos de nosso estado. Eu procurei essa associação para me inteirar da situação e o porquê de o Banco do Brasil não aceitar continuar com os deficientes lá trabalhando na condição de telefonista, ascensorista, enfim, diversas funções no âmbito interno daquela instituição.
Fui conversar, então, com o presidente da Aflodef, sr. José Roberto Leal, que me deu o Ofício n. 0261/2009, datado de 10 de julho de 2009, endereçado ao Banco do Brasil, solicitando que aquela instituição bancária, a maior do país, pública, é verdade, recontratasse os deficientes físicos que trabalhavam quando da existência do Besc. Mas, infelizmente, até hoje, e já se vão praticamente dois meses da expedição da correspondência da Aflodef ao Banco do Brasil, não houve nenhuma resposta.
Deputado José Natal, deficiente físico já tem dificuldade de encontrar emprego, principalmente aqueles que dependem desses recursos para também sustentar a família. E o grave é que a maioria dos deficientes que o Banco do Brasil não acolheu tem dependentes.
Está aqui a relação de todos os deficientes que foram excluídos do Banco do Brasil. Rogo à superintendência do Banco do Brasil de Santa Catarina que readmita, que traga para o âmbito interno do Banco do Brasil, esses deficientes que ao longo de muitos anos prestaram serviços quando da existência do Besc, como faz a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, instituição também conhecida no Brasil inteiro; como faz a secretaria da Segurança Pública; como faz a iniciativa privada. Vamos acolher aqueles deficientes que ganham poucos recursos, mas que são tão importantes para sustentar as suas famílias no final do mês.
O segundo assunto que me traz a esta tribuna diz respeito ao editorial "Notas & Informações" do jornal O Estado de S.Paulo, do dia 11 de agosto, que diz assim: "Mais um escorregão de Dilma". Lendo a matéria, soube que dizia respeito à fiscalização nas empresas de José Sarney, bem como ao golpe contábil que a Petrobras deu na Receita Federal.
Deputado José Natal, fui atrás e hoje, dia 25, no Diário Catarinense, na coluna "Diário do Leitor", espaço em que a população de uma forma geral se manifesta acerca de qualquer assunto, está lá uma carta enviada por um leitor, que diz assim:
(Passa a ler.)
"Mentiras
A ministra Dilma Rousseff já admitiu que mentia para beneficiar seus companheiros, quando se dedicava à guerrilha. Mesmo entendendo essa mentira como humanitária, o certo é que a ministra convivia com essa falsidade. Mais recentemente, ficou comprovado que o curriculum vitae dela era mentiroso, pois creditava à ministra mestrado, ou doutorado, que ela nunca concluiu. Lembre-se, também, o rumoroso caso do dossiê contra o ex-presidente FHC, Dilma foi, mais uma vez, desmentida pela prova da participação de seu gabinete naquela armação.
Agora, vivenciamos esse disse que disse entre Dilma e a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, funcionária concursada, e que não precisa estar na mídia para turbinar sua carreira. Será que justo agora Dilma está falando a verdade?" [sic]
Se formos pesquisar na imprensa, vamos verificar que se chega à conclusão de que efetivamente a ex-secretária-geral da Receita Federal esteve, sim, no Palácio do Planalto conversando com a ministra Dilma Rousseff. O chefe-de-gabinete da própria Receita Federal confirma a declaração de Lina Vieira. E o Palácio do Planalto, deputada Ada De Luca, o palácio do presidente, diz para toda a nação brasileira que não há registro de visitas da Lina, no final do ano passado, deputado Antônio Aguiar! Vai mentir para outro! Dizer que não guardaram as imagens, vai mentir para outro! Por que, então, pegaram coisas do ministro "a", do ministro "b", imagens lá de três, quatro, cinco anos atrás? Quer dizer que exatamente desse episódio não guardaram as imagens?
Ora, a ex-chefe da Receita foi demitida sumariamente e entrou na Receita Federal exatamente um novo secretário que apoia a manobra da Petrobras, aquela manobra da qual já falei da tribuna da Assembléia, que foi o golpe contábil que a Petrobras deu em cima da Receita Federal. E hoje os jornais estampam, em razão da demissão de Lina Vieira, que há uma rebelião na Receita Federal de todo o Brasil. Toda a diretoria pediu demissão. O presidente Lula toma...
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)