Pronunciamento

Marcos Vieira - 011ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 01/03/2011
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, senhoras e senhores que estão também presentes nesta Casa, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, assomo a esta tribuna no dia de hoje para tratar de dois importantes assuntos para a sociedade catarinense. Um deles diz respeito a um equipamento que está sendo construído na capital, que com certeza absoluta servirá de apoio à saúde de todos os catarinenses. Trata-se, pois, do SOS Cárdio que até então se encontra instalado no centro da cidade, na avenida Trompowsky, numa casa que foi adaptada para ser um hospital.
Um grupo formado por médicos e por empresários resolveu investir dinheiro do próprio bolso na construção de um moderno hospital para cuidar do coração das pessoas que, eventualmente, possam precisar. O equipamento, sras. deputadas e srs. deputados, custará aproximadamente R$ 60 milhões e vai criar cerca de 350 empregos diretos e a sua especialidade, como já disse, é cardiologia e neurologia. A expectativa é de que aconteçam três mil atendimentos ao mês. Esse hospital está sendo construído no início da rodovia SC-401, que liga o bairro da Agronômica às praias do norte da ilha.
Deputado Dado Cherem, v.exa. foi secretário da Saúde por duas vezes e sabe da necessidade de equipamentos modernos para a assistência médica da população. Mas me causou surpresa, sr. deputado, às vésperas da inauguração desse importante equipamento para a saúde pública de Santa Catarina, que o Ministério Público Federal ameace com uma ação de demolição sob o argumento de que o hospital está sendo construído em cima de uma área de preservação, o mangue.
Quero dizer a v.exa., deputado Dado Cherem, que conheço aquela região desde criança. Passava com meu pai por lá quando íamos em direção a Santo Antônio, a Sambaqui, a Canasvieiras e a Ingleses. E, pelo que me lembro, aquela área já havia sido aterrada. Ao lado há uma loja comercial, uma universidade e o cemitério do Itacorubi.
Mas há uma pergunta que quero fazer, deputado Dado Cherem: por que somente agora, às vésperas da inauguração, o Ministério Público Federal vem questionar se o hospital está sendo ou não construído em cima de uma área de preservação permanente, se as pessoas que investiram obtiveram todos os licenciamentos necessários, tanto os da prefeitura quanto os da Fatma e de outros órgãos? Essa é a pergunta que faço: por que somente agora, às vésperas da inauguração, é que o Ministério Público Federal vem indagar?
O Sr. Deputado Dado Cherem - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Pois não!
O Sr. Deputado Dado Cherem - Sr. deputado Marcos Vieira, quero ater-me à questão da Saúde. Vejo que é de extrema importância esse investimento que ora se propõe para atender também à grande demanda de todo o estado de Santa Catarina. E por que vejo com preocupação a sua manifestação? Porque com certeza é mais um serviço que está sendo ofertado a todos os catarinenses, enfim, a todos os brasileiros.
O paciente que vai se privar desse serviço, que provavelmente tem um plano privado, que tem condições financeiras de pagar pelo serviço - porque em tese o hospital pode não ser aberto -, acaba muitas vezes concorrendo com o leito ou com o procedimento cirúrgico daquele que não tem recursos e não tem um plano, ele acaba concorrendo à vaga de internação em uma unidade de serviço hospitalar público.
Então, deputado Marcos Vieira, é de extrema importância que o serviço privado também oferte esse tipo de serviço para aqueles que podem pagar. Assim esses pacientes não tiram o leito daqueles que não podem pagar pelo atendimento hospitalar.
Então, quanto mais serviços vierem para cá melhor, sejam públicos ou privados. Não tenha dúvida, deputado, de que a sua preocupação é extremamente importante e pertinente, porque quem acaba sofrendo, geralmente, é aquele que não pode usufruir do serviço privado e que acaba muitas vezes perdendo uma vaga para alguém que teria condições de pagar pelo serviço.
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Eu agradeço, deputado Dado Cherem.
Quero, aqui, sr. presidente e sra. deputada Ana Paula Lima, aplaudir aqueles empresários, os investidores, os médicos que se propuseram a tirar do próprio bolso cerca de R$ 60 milhões para investir na construção de um hospital moderno, equipado, com equipamentos de última geração. E, por certo, todas aquelas pessoas que para lá correrem, quando houver necessidade, haverão de ter um pronto atendimento com equipamentos de primeira linha, de última geração, com profissionais gabaritados, que com certeza absoluta haverão de prestar relevantes serviços à sociedade catarinense.
Sr. presidente, tenho outro assunto relevante a tratar, mas vou falar en passant, e numa próxima sessão vou tratar do tema de uma forma um pouco mais demorada.
Trata-se, pois, da Lei n. 15.431, de autoria deste deputado, que proíbe a realização de trotes nos estabelecimentos educacionais públicos de Santa Catarina. E, para nossa felicidade, ontem o assunto foi motivo de uma ampla reportagem no jornal O Estado de S.Paulo: "Educação - Apesar de ações, trote violento resiste. Aluno diz que foi atacado mais de 50 vezes na universidade por não ter participado de um trote violento." Mas vamos voltar a tratar dessa questão num próximo pronunciamento, numa próxima sessão.
É muito importante termos claro que as universidades podem ofertar o trote cidadão, o trote social, e banir, de uma vez por todas, o trote violento, o chamado, também, trote sujo.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)