Pronunciamento

Marcos Vieira - 043ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 24/05/2007
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, usando o horário do PSDB, fiz um pronunciamento parabenizando a Cidasc e seus empregados, num gesto de contentamento que Santa Catarina vive no dia de hoje. Permito-me ocupar a tribuna desta Casa para também manifestar-me, num gesto de tristeza, num gesto de decepção, num gesto de contrariedade pelos atos praticados contra a capital de todos os catarinenses no dia de ontem.
Eu quero falar sobre o fechamento das duas pontes que dão acesso à Ilha de Santa Catarina e que fazem também milhares e milhares de catarinenses saírem em direção ao continente. Fiquei triste, fiquei muito triste ao ler hoje de manhã os jornais e ver a manchete do Notícias do Dia, quando diz: "Já está virando bagunça". Vou repetir! "Já está virando bagunça". Já está virando bagunça fechar as pontes que dão acesso à Ilha de Santa Catarina; já está virando bagunça bloquear o acesso das pessoas que saem de Florianópolis em direção ao continente, em direção aos municípios que fazem parte da Grande Florianópolis. Fico triste ao ler nos jornais manifestações da população externando a contrariedade pelos atos praticados.
Diz a sra. Sandra da Luz, que mora no município de São José e que tem 26 anos de idade. Vejam, srs. deputados:
(Passa a ler)
"Estou desde as 9h na rua e com pneumonia, não sei a que horas chegarei em casa".
Ponte bloqueada. Esta Casa tem mais é que condenar essas atitudes que infernizam a vida de dezenas de milhares de pessoas que querem, ao sair do seu trabalho depois de oito, de dez, muitas vezes, de 12 horas de labuta chegar mais cedo em casa e ao se dirigirem ao ponto de ônibus vêem o trânsito no estado em se encontrava ontem em Florianópolis.
Muitos, evidentemente, e é aos mais abastados que me refiro, têm condições de esperar, porque têm algum dinheiro no bolso e vão a um restaurante ou a um bar conversar com os amigos e esperar o trânsito desafogar. Mas eu pergunto: e as dezenas de pessoas, mães sofredoras que estão espremidas dentro dos ônibus por uma, duas horas parados? Eu fico indignado, deputado Antônio Aguiar, e pergunto: quem vai fazer com que essa gente não perturbe mais a paciência da grande maioria?
Eu não quero aqui entrar no mérito das manifestações, porque foi um dia de protestos em todo o país contra as injustiças que são praticadas contra o povo brasileiro. Se essas pessoas foram para a rua protestar contra as injustiças praticadas, eu deixo uma pergunta no ar: elas próprias que foram protestar contra as injustiças, será que não praticaram uma severa injustiça contra a população, bloqueando o seu direito de ir e vir, que é um direito constitucional?
Onde estamos? Aonde vamos chegar? O que nós temos é que fazer um movimento de agenda positiva sem fechamento de rodovias, sem bloquear pontes, no sentido de pedir ao governo federal, mais especificamente ao DNIT, que acelere as obras, os projetos de duplicação da Via Expressa tão necessária para que o trânsito possa fluir todos os dias.
O que me chama a atenção são as manifestações da população. Vejam o que diz a jovem Cristiane Schmidt, de apenas 18 anos de idade, que mora no Ribeirão da Ilha: "Faz mais de uma hora que espero o ônibus para o Ribeirão da Ilha".
Se já não bastasse esperar no terminal mais de uma hora pelo ônibus que a levaria em direção a sua casa, por certo enfrentaria ainda um trecho altamente congestionado em Florianópolis, que é o sul da ilha, na SC-405, que é outra vergonha e que precisa ser resolvido, precisa da duplicação, de melhorias, porque são dezenas e milhares de pessoas que moram no sul da ilha e têm a sua vida infernizada no dia-a-dia em razão do trânsito.
Apresentei nesta Casa uma emenda ao projeto de reforma administrativa para vender apenas 18% de um terreno ocioso do estado, para com o dinheiro auferido no leilão público resolver alguns gargalhos rodoviários da capital de todos os catarinenses. Há uma manifestação contrária, mas não vou esmorecer, vou continuar na luta para que possamos fazer com que autoridades competentes, municipais, estaduais e federais, possam dar condições de trafegabilidade a todos os catarinenses que para cá acorrem; é o gargalho no acesso e na saída da Ilha de Santa Catarina; é o gargalho da SC-405 no sul da ilha que precisa ser duplicado; é o gargalho em direção ao leste da ilha, na SC-404, que vai do trecho do cemitério do Itacorubi até a subida do morro da Lagoa, que é outro inferno para a população do leste da ilha; e o quarto grande gargalho em Florianópolis, que é o trecho que vai do trevo de Jurerê até o trevo de Ingleses na altura do Ilha Shopping, que não está duplicado, trazendo transtornos a dezenas e milhares de pessoas todos os dias.
Ontem mesmo eu também sofri no trânsito, mas não só aqui na parte central da cidade. Vinha de uma cerimônia em homenagem a policiais civis na Acadepol e um pouquinho para cá do Centro Administrativo já enfrentei engarrafamento.
Então, conclamo este Parlamento a trabalhar no sentido de que possamos resolver de uma vez por todas esses transtornos diários que nós, florianopolitanos, catarinenses, sofremos dia-a-dia. Eu gosto de Florianópolis, quero crer que v.exas. também gostem de Florianópolis! Pois bem, vamos juntos, de mãos dadas, pedir às autoridades competentes que resolvam os problemas que nos afligem diariamente.
Quero aqui, deputado Antônio Aguiar, fazer um apelo para que as entidades que costumam fazer manifestações, sem entrar no mérito, não as façam, não pratiquem atitudes como as que foram praticadas no dia de ontem.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)