Pronunciamento

Marcos Vieira - 092ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/11/2008
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, sra. deputada e srs. deputados, não será diferente a minha postura ao ocupar a tribuna no dia de hoje, pois tratarei de um assunto que vem tomando conta da mídia nacional, que é a questão do desastre que assolou o território catarinense, o desastre climático que atinge principalmente do sul ao norte do estado, em toda a sua faixa litorânea e alguns municípios do alto vale do Itajaí e da serra catarinense. É lamentável o que aconteceu com todos os catarinenses!
Os últimos registros, sr. presidente e srs. deputados, que me chegam às mãos dizem que já são quase 55 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas. E 69 já são vítimas fatais em muitos municípios - eu vinha no carro escutando o noticiário.
Vou-me permitir, sr. presidente, com a aquiescência de v.exa., prestar uma homenagem a todos aqueles que tiveram as suas vidas ceifadas nessa que é uma das maiores catástrofes climáticas de Santa Catarina, pedindo um minuto de silencia deste Parlamento.
(Procede-se a um minuto silêncio.)
Sr. presidente, os municípios que tiveram vítimas fatais são: Brusque, Gaspar, Blumenau, Jaraguá do Sul, Pomerode, Bom Jardim da Serra, Luis Alves, Rancho Queimado, Ilhota, Benedito Novo e Rodeio - em alguns casos famílias inteiras.
Rodovias estão interditadas, tanto federais, quanto estaduais e municipais. A Defesa Civil de Santa Catarina tem agido constantemente no sentido de diminuir a dor dos catarinenses. As prefeituras municipais estão envolvidas. O governo do estado, como um todo, está envolvido. O governo federal, igualmente, está envolvido nessa que é, realmente, uma catástrofe enorme. Para cá já estão vindo ministros de estado designados pelo presidente Lula, e com certeza absoluta, sr. presidente, nós haveremos de ter diminuída a dor dos catarinenses que tiveram perdas não só dos seus entes queridos que se foram, mas também perdas materiais.
Mas daqui por diante temos uma preocupação. Não será pura e simplesmente lavarmos as casas, tamparmos os buracos das ruas, arrumarmos os muros, reconstruirmos as casas, mas uma preocupação - e já foi um ponto abordado pelo eminente deputado Kennedy Nunes - é o pós, sr. presidente, o prejuízo ao catarinense que vem em seguida da catástrofe que se abateu sobre Santa Catarina: o caso específico do rompimento do gasoduto, na cidade de Gaspar; o setor cerâmico já tem um prejuízo incalculável, e pode refletir em cima do emprego. O sistema de transporte coletivo de Florianópolis para o sul do estado e o Rio Grande do Sul está completamente prejudicado, da mesma forma como para outros estados do sudeste brasileiro e do oeste de Santa Catarina. Escolas suspenderam as aulas e, evidentemente, o prejuízo será enorme.
Mas eu queria tocar num ponto de fundamental importância, já que Santa Catarina é um estado solidário. A sua gente trabalha muito, acorda cedo, trabalha o dia inteiro, vai dormir tarde, mas quando acontecem eventos dessa natureza, vem a solidariedade, e a solidariedade é muito maior do que simplesmente união que faz diferença.
(Passa a ler.)
"Solidariedade é somar forças, solidariedade é multiplicar poderes. E mais uma vez em Santa Catarina o catarinense mostra que conhece muito bem o significado dessa palavra, quando o momento é de reconstrução.
Mais uma vez estamos a mostrar para todo o Brasil por que Santa Catarina, apesar de possuir apenas 1,1% de todo território nacional, é o sexto maior estado a contribuir com impostos para os cofres federais. É que o catarinense prefere arregaçar as mangas e ir à luta, ao invés de ficar lamentando-se, seja para ajudar a levantar a casa do próximo, como para levantar a sua própria casa."
Desde sexta-feira, eu e o meu gabinete temos acompanhado hora a hora os fatos e as conseqüências das chuvas não só na Grande Florianópolis, mas em Santa Catarina como um todo, pois a agricultura também foi seriamente afetada na nossa Grande Florianópolis.
Estamos acompanhando todos os atos que os prefeitos municipais, que as Câmaras Municipais, que o governo do estado, que o governo federal vêm praticando em favor daquele que sofreu.
E eu quero, sr. presidente, abrir um parêntese na minha fala e dizer que v.exa., quando tomou as medidas de também colocar esta Casa à disposição do Poder Executivo nas três esferas de governo para que pudéssemos estar juntos no sentido de resolver essa catástrofe que se abateu sobre Santa Catarina, mais uma vez deu uma demonstração de um homem público de caráter e que quer ver Santa Catarina finalmente reconstruída.
Parabéns, sr. presidente, por colocar esta Casa em favor de tudo o que possa ser feito.
Mas também quero cumprimentar o presidente Lula, que tem destacado os seus ministros para que aqui em Santa Catarina possam acompanhar in loco a situação que vivemos. Quero ainda cumprimentar o governador Luiz Henrique da Silveira e seu vice, Leonel Arcângelo Pavan, bem como toda a estrutura do governo do estado, que estão acompanhando pari passu a situação, o desenrolar de toda essa crise.
Mas quero cumprimentar também aquelas entidades públicas que têm dado tudo de si para que o sofrimento do catarinense possa ser diminuído, principalmente o Corpo de Bombeiros Militar e Voluntário, a Defesa Civil, a Polícia Civil, a Polícia Militar, entidades que não têm tido nem dia nem hora para tentar fazer com que os problemas sejam resolvidos.
Estamos na véspera do início de uma temporada de verão geradora de trabalho e renda para milhares de famílias catarinenses. Vamos, pois, juntos, unidos, solidariamente, fazer a reconstrução, mais uma vez, do território catarinense!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)