Pronunciamento

Marcos Vieira - 067ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/09/2007
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sra. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, eu me vou permitir, ainda na tarde de hoje, ocupar a tribuna desta Casa, pela segunda vez, para voltar a falar da precária infra-estrutura de Santa Catarina.
O jornal A Notícia, que é um dos maiores jornais de circulação em Santa Catarina, publica na página A2 o seu editorial com o título Infra-Estrutura.
(Passa a ler.)
"Elevados custos de transporte, dificuldades de armazenagem, portos desaparelhados e baixa qualificação de mão-de-obra são desafios que o país precisa enfrentar."
Quero me ater especificamente a Santa Catarina, até porque a própria Folha de S.Paulo, que é um dos maiores jornais de circulação do país, no dia 2 próximo passado, domingo, também em matéria de página inteira, traz o seguinte título: "Governo abre temporada de leilões para atrair investimentos de R$ 30 bilhões".
Não estou ocupando esta tribuna simplesmente por querer criticar o governo federal pela sua ineficiência; não vim aqui nesta tribuna afirmar tão-somente que dos R$ 450 milhões somente 2.36 foram liberados já no nono mês em curso, mas quero dizer que a maioria das cidades de Santa Catarina se ressente de uma infra-estrutura adequada. E vou me reportar, deputado Moacir Sopelsa, a um evento ocorrido na querida cidade de Caçador, um evento promovido pela diretoria da Associação Comercial e Industrial de Caçador, Acic, na figura do seu presidente Jovelci Gomes, que reintroduz um programa de visitas a empresas daquela cidade. E Caçador tem-se transformado num dos principais pólos de Santa Catarina.
Lá estava, junto conosco, a visitar a empresa Sincol, o eminente deputado Reno Caramori, natural daquela cidade, que por cinco vezes já exerce o mandato de deputado estadual e conhece profundamente a estrutura da cidade.
A empresa Sincol, que possui naquela cidade cerca 1.350 empregados, fabrica e exporta para cerca de 50 países do mundo inteiro, só num item, cerca de 800 mil portas. E aí por que, às vezes, quando vamos a uma loja, uma porta dessa custa além do nosso orçamento? Exatamente porque há uma reclamação generalizada, há falta de estrutura de transporte e deslocamento daquilo que é fabricado em Santa Catarina.
O Sr. Deputado Moacir Sopelsa - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Pois não!
O Sr. Deputado Moacir Sopelsa - Nobre deputado, quero agradecer a v.exa. e dizer que quando aparteei v.exa., durante o seu primeiro pronunciamento, não falei que é culpa desse ou daquele governo. Não sou eu que digo que as estradas estão intransitáveis. É a Fiesc que está dizendo que isso está custando caro para as empresas e para a sociedade brasileira.
Não sou eu que digo que os fiscais do ministério da Agricultura, em sete meses, entraram sete vezes em greve, e o prejuízo que isso traz para o agronegócio em Santa Catarina ninguém calcula. É o sindicato da carne que está dizendo. Se foi melhorado, que bom. Se existem mais investimentos nas rodovias, que bom. Se existem mais investimentos para a saúde, que bom. Mas ainda continuam os hospitais com milhares de pessoas nas filas, morrendo em cima das macas.
Acho que precisamos investir mais e resolvermos de uma vez por todas esse problema. E quanto ao que v.exa. traz, agora, no seu pronunciamento, são as empresas, aquelas que geram emprego, que dão impostos, que estão sendo prejudicadas.
Então, independentemente, vou repetir, de quem esteja governando Santa Catarina, independentemente de obras estaduais que estejam saindo, de obras que saem também do governo federal, como a duplicação da BR-101, enfim, independentemente de tudo isso, deputado Marcos Vieira, que se busque soluções para tirar da miséria os 30 milhões de brasileiros que passam fome, aqueles que não têm oportunidade de emprego. E isso só acontecerá se o poder público fizer o seu investimento.
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - V.Exa. tem absoluta razão quando toca e aprofunda-se nesta questão.
O Sr. Deputado Reno Caramori - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Pois não!
O Sr. Deputado Reno Caramori - Nobre deputado, quero cumprimentar v.exa. pelo seu pronunciamento e agradecer a sua visita na minha terra, onde juntamente com os empresários tivemos a oportunidade de observar o quanto é importante trabalhar com seriedade.
A empresa Sincol, como tantas outras que lá estiveram com os seus capitães de indústria fazendo uma visita, causou-nos admiração, até porque o empresário hoje procura cuidar da sua empresa, e os contatos são de direção para direção e nem sempre conhecem o complexo produtivo da empresa do seu colega, da empresa do seu município. Mas lá estava o PIB municipal. E v.exa. teve a oportunidade de ver a qualidade do produto, a qualidade da mão-de-obra do funcionário, tanto das mulheres como dos homens que lá trabalham, cada um na sua atividade.
V.Exa. pôde ver o quanto é importante o funcionamento da Cipa com relação ao acidente de trabalho, que, felizmente, é mínimo o ocorrido naquela empresa anualmente, onde o empregado se sente satisfeito com o patrão. V.Exa. também pôde ver a satisfação do funcionário em ver os diretores transitando conosco dentro daquela empresa - e três deles nos acompanharam na oportunidade.
V.Exa. pode ter certeza de que a nossa visita foi importante para os empresários, mas foi muito mais importante para nós, que pudemos conhecer uma empresa tipo a Sincol, que exporta para muitos países, mas que lamentavelmente por uma situação criada pelos xiitas, e não pelo meio ambiente, mas por segmentos que estão dificultando até o seu próprio desenvolvimento, baixou de 2.500 funcionários, que era o quadro de funcionários da Sincol, para 1.700 funcionários, na totalidade. Veja v.exa. que houve um retrocesso não pelo mecanismo aplicado, não, mas porque diversas áreas deixaram de ser cultivadas.
Nobre deputado, quando eles apresentaram o potencial florestal, tanto o florestamento como o reflorestamento, deu-nos a impressão de que o florestamento está acontecendo muito pouco, porque não se pode mais cortar uma samambaia. E agora vem o problema dos campos de altitude, ou seja, com mais de 850 metros não se pode mais cultivar.
Onde é que nós vamos plantar pínus? Onde é que nós vamos plantar a matéria-prima para aquela empresa, para retomarmos os empregos e voltarmos para 2.500 funcionários?
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Eu agradeço as suas palavras e quero terminar dizendo que a cidade de Caçador, que é administrada pelo meu correligionário Saulo Sperotto, tem feito um trabalho harmonioso junto com a classe empresarial, junto com os sindicatos, junto com as entidades que lá estão estabelecidos.
Então, deixo aqui o meu abraço ao Jovelci Gomes, presidente da Acic, e a toda população de Caçador, pelo maravilhoso trabalho em favor de uma sociedade caçadorense cada vez melhor.
Muito Obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)