Pronunciamento

Marcos Vieira - 045ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/05/2010
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, servidoras e servidores, talvez nesta Casa não haja nenhum deputado ou deputada que conheça mais vocês do que eu, até por causa da proximidade que tivemos quando estive no exercício do honroso cargo de secretário de estado da Administração.
Pautei-me, ao longo dos anos em que exerci o cargo de secretário do estado, por manter sempre com todos vocês uma conversa clara, franca e transparente, preservando, sobretudo, a tomada de decisão de forma coletiva.
Lembro-me bem, ainda na secretaria da Administração, quando pedi o apoio dos servidores de uma diretoria para que elaborassem um projeto interno e uma servidora levantou-se e disse: "Secretário, esse é mais um projeto bonito que nós vamos construir que, infelizmente, daqui algum tempo vai ser colocado na gaveta."
Passado um ano e meio, quando efetivamente conseguimos tirar o projeto do papel e implementá-lo, numa ampla reunião onde estávamos, perguntei se aquela funcionária que havia dito aquelas palavras estava lá. Quando ela se apresentou, perguntei: "Tiramos do papel ou não?" E ela respondeu que realmente havíamos tirado do papel.
Tem sido assim nesta Casa também, com jogo claro, transparente, o jogo da verdade. E no que diz respeito, especificamente, à Medida Provisória n. 0170, desde o início de todas as conversas, não há um aqui que afirme que alentei qualquer esperança na concessão dessa gratificação, mas me comprometi, ao longo desse tempo, de lutar lado a lado para que conquistassem esse benefício. Essa é a verdade! Mas quando me procuravam no meu gabinete, eu afirmava para todos e para todas: "Aqui, neste gabinete, não há problema. O problema está no outro lado, no Centro Administrativo e nos outros gabinetes da Assembleia Legislativa."
Verdade ou mentira? Mas o tempo foi passando e o momento final chegando. Então perguntei: "Vocês têm os votos suficientes para aprovar isso?" Responderam-me: "Temos, deputado, e por unanimidade!" Eu disse: "Olha, olha. Corram atrás!"
Quero colocar aqui outra verdade.
Ninguém de vocês conheceu o meu voto antes da leitura do relatório que fiz na comissão de Constituição e Justiça. Honrei a palavra dada a mim mesmo.
(Manifestações das galerias)
O meu voto seria conhecido no dia da reunião da comissão de Constituição e Justiça e nenhum dos servidores conheceu o meu voto antecipadamente. Mas eu continuava perguntando: "Vocês têm o apoio dos outros deputados?" Ao que respondiam: "Temos, deputado". E eu dizia: "Olha!"
Eu quero que todos me escutem olhando nos meus olhos. Deputada Ana Paula Lima, quanta incoerência. A senhora vem para o plenário no dia de hoje, faz uma apologia para esses servidores; o deputado Décio Góes vem a plenário e faz uma apologia. Mas o deputado Pedro Uczai, na reunião da comissão de Constituição e Justiça - e quem estava lá viu e está gravado -, disse que a emenda era intempestiva e que fora apresentada a uma medida provisória à qual não cabe oferecer emenda. Está lá, deputada Ana Paula Lima, gravado! O deputado Pedro Uczai afirmou isso!
Que incoerência é essa? Eu assumi o meu voto, mas a bancada do PT na Assembleia Legislativa é incoerente! Ela mente para o servidor público. Ela diz uma coisa entre as quatro paredes dos gabinetes, faz outra coisa nas comissões e vem a plenário dizer uma terceira ao servidor.
O deputado Décio Góes, da mesma forma, foi ao microfone da comissão de Finanças e Tributação - está gravado e que a gravação venha à tona - e disse o seguinte - e vocês são testemunhas do que eu estou falando: "A nossa bancada é contra, mas para não prejudicar o andamento da matéria, vou-me abster". Essas foram as palavras do deputado Décio Góes! Está gravado! E aí fazem o jogo da mentira, fazem um jogo perigoso. No Congresso Nacional a bancada do PT aprovou um aumento, mas agora pede ao presidente Lula para vetar.
Que partido é esse? Que partido da incoerência é esse? Deputado Décio Góes, v.exa. por acaso tratou tão bem os servidores públicos de Criciúma, à época em que foi prefeito, quanto diz querer tratar na Assembleia Legislativa? Essa pergunta tem que ser feita.
Eu, pelo menos, em toda a minha vida pública não menti para vocês. E vou continuar sem mentir porque a minha verdade é a mesma. Eu sou favorável à concessão da gratificação para vocês por intermédio da emenda ou pela continuidade da luta junto ao governo do estado.
Eu nunca ocupei a tribuna da Assembleia para falar acerca da medida provisória e disse a vocês também que não ocuparia. Mas na hora em que vi a incoerência, no momento em que ela aflorar neste plenário, eu não tinha como não vir e falar a verdade. Eu sou coerente, estou com vocês, não prego mentiras! O PT é incoerente e mente para vocês!
Muito obrigado!
(Palmas das galerias)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)