Pronunciamento

Marcos Vieira - 052ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/07/2007
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados, eu acredito ser realmente uma grande coincidência o assunto que vou tratar no dia de hoje na tribuna desta Casa.
Enquanto o deputado Pedro Uczai, que me antecedeu na tribuna, vem aqui e tece mil elogios ao presidente Lula fazendo referência aos investimentos do Pronaf e outros programas sociais do governo federal, ele se esquece de citar que quem criou o Pronaf foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que hoje a existência do Bolsa Família está aí em razão de alguns benefícios sociais implementados por ele no exercício do seu mandato.
Hoje, temos estabilidade financeira no país, e aqui há de se fazer uma referência de que nunca na história mundial a economia navega num mar de almirante e voa num céu de brigadeiro. Se bem que o país é o penúltimo em crescimento das Américas, mesmo assim tem uma estabilidade financeira. Mas isso é fruto do Plano Real implantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E aí, deputado, eu quero dizer que o presidente Lula está-se divertindo com a alegria dos outros. Mas se v.exa. fala no PAC e que Santa Catarina recebe "a", "b", "c" e "d" investimentos, eu acho muita coincidência que o Diário Catarinense do dia 8 de abril, srs. deputados Pedro Baldissera e Pedro Uczai, traga em uma página inteira o seguinte: "PAC empacou". E mais: "E quase três meses depois do lançamento, o PAC aqui em Santa Catarina ainda não saiu do papel".
A própria ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, admitiu, e isso saiu nos jornais de circulação nacional, principalmente na Folha de S.Paulo e no Estadão, que estava preocupada com o andamento do PAC.
No dia 22 de abril, o jornal A Notícia, também em matéria de página inteira, trata dos obstáculos para as obras do PAC, dizendo que problemas burocráticos podem fazer o governo federal desistir de projetos no estado.
Quero também fazer referência à duplicação da BR-280, que é um dos principais corredores de escoamento da produção catarinense em direção ao mercado internacional, por intermédio do porto de São Francisco do Sul. Na BR-470, principalmente no trecho entre Blumenau e Rio do Sul, tenho que fazer este registro, em razão da demora da duplicação dezenas e dezenas de pessoas faleceram drasticamente.
O Sr. Deputado Pedro Uczai - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Depois eu lhe concedo um aparte, deputado Pedro Uczai, pois quero terminar o meu raciocínio.
Agora, bem recentemente, há praticamente dez dias, o nosso jornal A Notícia trouxe também, de página inteira, uma manchete enfocando que há seis obras federais paradas em Santa Catarina. O Tribunal de Contas da União afirma que são necessários alguns milhões de reais para a conclusão das obras aqui em Santa Catarina. São obras importantes como a restauração da BR-470; a restauração da BR-116; o corredor viário da BR-101; a ponte sobre o canal das Laranjeiras; o corredor viário 101 - Paraná/São Paulo/Santa Catarina, lote 17; BR-282 - Santa Catarina/São José do Cerrito/São Miguel d'Oeste.
Também na semana passada, ao lermos os jornais constatamos que Santa Catarina é campeã nacional em acidentes nas estradas, sendo que as rodovias estaduais são as principais. Então, eu digo que é coincidência o que estou dizendo agora, pois o deputado Pedro Uczai vem à tribuna e faz mil elogios ao PAC e eu, em seguida, assomo à tribuna e constato, através dos jornais de Santa Catarina, que o PAC empacou.
O Sr. Deputado Pedro Uczai - Eu acho que v.exa., deputado Marcos Vieira, está torcendo pela desgraça do PAC e para que não venha esse dinheiro do governo Lula para Santa Catarina, porque com isso terá muitos discursos aqui.
Todos sabem do processo de construção de grandes obras, dos processos de tramitação da BR-470. Agora se está discutindo a questão ambiental, para depois duplicá-la, através de um projeto de viabilidade que não havia, pois no governo anterior nunca houve, para depois ser viabilizada a implantação.
Segundo, se nós nos expomos nesta tribuna para anunciar todos os projetos nesta Casa é porque confiamos no presidente Lula, é porque nós confiamos no governo federal e temos certeza de que eles vão ser implementados. Dessas seis obras paradas, v.exa. percebe que não são grandes obras, são pontes, são restaurações. A BR-101 está parada? Não está! Está em andamento. A BR-282 tem meta e tem toda perspectiva de cronograma de execução. O próprio deputado Onofre Santo Agostini, que me antecedeu há pouco na tribuna, falou sobre os recursos destinados pelo governo federal para dois aeroportos no interior do estado. E há tantas obras em andamento nos portos, como o porto de São Francisco do Sul, o porto de Itajaí. Ou seja, o governo federal vai realizar, em menor ou maior espaço de tempo, as obras do PAC em Santa Catarina. Além destas, virá também dinheiro do governo federal para as obras de saneamento, de habitação, etc.
Então, deputado Marcos Vieira, eu acho que v.exa. tem que torcer para que o plano do governo federal seja vitorioso em Santa Catarina e não torcer para a desgraça.
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Eu não sei por que v.exa. diz que as seis obras que eu citei são pequenas. Ora, deputado, revitalizar a BR-470, sinalizar a BR-470, para que todos nós possamos ter segurança ao trafegar naquela rodovia em dias de chuva, com sinalização perfeita, para que possamos fazer uma curva com tranqüilidade, isso não é pequena obra, isso é garantir a vida, é garantir a sobrevivência.
Pequena obra é recuperar a BR-116, deputado Pedro Uczai? Não, não é! É uma grande obra, porque é um dos principais corredores do sul do país que liga o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná com os demais estados da federação. Ela é importante!
Concluir a BR-282 é uma pequena obra? Não! É a integração do estado de Santa Catarina. Eu torço, sim, para que os recursos do governo federal venham para Santa Catarina com tanta pressa quanto têm ido para outros estados. Que venham rápido, que o PT peça rapidez na liberação dos recursos ao presidente Lula e à ministra Dilma Roussef, da Casa Civil.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)