Pronunciamento

Marcos Vieira - 044ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 03/06/2008
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sra. presidente e srs. deputados, não poderia ser diferente o dia de hoje. Tanto os deputados da Situação quanto os da Oposição assomaram à tribuna desta Casa para tratar da matéria que está estampada em todos os jornais de Santa Catarina, que é a prisão de alguém que estava extorquindo o governo.
Eu quero pegar uma carona nas palavras do deputado Herneus de Nadal, para também dizer que conheço, e conheço bem, a figura de Luiz Henrique da Silveira.
Na eleição de 2002, Luiz Henrique deixou a prefeitura de Joinville, ficou sem mandato, sem a máquina de um município dos mais importantes do sul do país, para concorrer ao governo do estado, uma eleição que muitos diziam que seria um suicídio político, pois quem despontava nas pesquisas era exatamente quem estava no poder, quem tinha a caneta na mão, que se fazia presente como todo poderoso em Santa Catarina.
Eu acreditei: ganhamos a eleição, assumimos o governo e passamos a dividir as responsabilidades.
E o governo, que era tão centralizado, tipo uma fogueira, porque quem se aquecia era exatamente quem estava perto dela, em Florianópolis não dava oportunidade aos demais catarinenses de obter o benefício de um governo que se fazia presente. Então, veio todo o processo de descentralização em Santa Catarina, fazendo com que o governo se tornasse presente, na ponta da linha, em cada uma das cidades, em cada um dos bairros, em cada uma das ruas de Santa Catarina.
Veio a eleição de 2006 e Luiz Henrique da Silveira não praticou o mesmo ato que o seu adversário na eleição anterior, não ficou no governo. Ele propôs renunciar exatamente para não ter ao seu lado a máquina, que poderia ajudá-lo na eleição, mas a lei não proibia de permanecer no governo, e concorreu com o mesmo adversário da eleição de 2002, mano a mano, os dois fora do governo, e a população consagrou Luiz Henrique da Silveira e Leonel Pavan com uma votação histórica em Santa Catarina.
Mas faço esse pequeno histórico para dizer que alguns deputados nesta Casa estão querendo fazer a inversão de valores: o extorquido vira bandido e quem pratica extorsão vira mocinho. Uma pessoa é presa no bairro do Estreito, em Florianópolis, por estar praticando um ato de extorsão e a Oposição assume a tribuna desta Casa para dizer que o bandido é o extorquido, deputado Edison Andrino. É a inversão de valores!
O que nós temos que fazer é pedir à polícia que investigue a fundo o crime de extorsão que estava sendo praticado contra o governo, contra Luiz Henrique da Silveira e contra outros que fazem parte do governo do estado.
E ainda, de forma debochada, diz o dono da revista que foi preso por estar extorquindo o governo, que queria simplesmente cobrar dívidas. Ora, cobrar dívidas com extorsão? Temos toda uma legislação civil no país e pode, quem tem crédito a cobrar, recorrer ao Judiciário para fazer a devida cobrança e não recorrer ao crime, sujeito ao Código Penal Brasileiro, para cobrar essa pretensa dívida.
Numa outra matéria ele diz que é armação! Mas quem está armando para cima dele? Que armação que praticaram? A polícia de Santa Catarina fez um trabalho sério, a polícia de Santa Catarina foi a fundo e descobriu um crime que estava em curso e programou a prisão. Pegou o homem com o dinheiro na mão tentando extorquir o governo do estado.
Não vamos fazer a troca de valores! No Parlamento catarinense temos a tradição de defender o que é legal; o Parlamento catarinense tem a tradição de respeitar os valores e o respeito à dignidade humana é muito bom.
Extorsão é crime e quem extorque tem que ir para a cadeia. O extorquido não pode virar bandido, o extorquido é vítima! E que a Polícia Civil de Santa Catarina, que deu um bom exemplo, continue fazendo a investigação e o Judiciário, lá na frente, apene o responsável pelo ato praticado.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)