Pronunciamento
Luciane Carminatti - 097ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 29/10/2014
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Sr. presidente, quero cumprimentá-lo, como todos os deputados e deputadas e também os que acompanham esta sessão.
Como não me manifestei, ontem, em relação ao processo eleitoral vitorioso, quero dizer da nossa felicidade e, em grande parte, da nação brasileira, que venceu esta eleição com muito amor e com menos ódio, na defesa de um país que é para todos, um país que não separa classes, que não separa etnias, um país que colocou como prioridades, nesses últimos anos, os investimentos na educação, na saúde e na área social, um país que tem preocupação com a qualidade de vida do seu povo, um país que quer e está reduzindo a inflação e, acima de tudo, mantendo empregos e garantindo que setores possam crescer. Enfim, um país em que todo o povo brasileiro, com salário e emprego, tenha direito à vida, ao pão, à moradia, ao emprego, ao trabalho e à educação, acima de tudo.
Nós temos um grande desafio, neste momento, e um deles é, passada as eleições, a realização da tão chamada reforma política, que é a mãe de todos os males.
Se nós vemos, hoje, muitos casos de corrupção - e quero dizer que esta é a grande lição deste período eleitoral -, é porque ninguém está isento de ter que enfrentar corrupção enquanto agente público. Mas o que diferencia é a sua conduta, é como o agente público enfrenta a corrupção, se ele tem coragem de denunciar a tudo e a todos, doa a quem doer, e enfrentar a corrupção. E se ele não fala sobre isso, como acontece em tantos lugares deste país, dá a impressão de que a corrupção não existe.
Então, entendo que esse processo eleitoral proporcionou a nós, brasileiros, muito mais condições de maturidade para discutir alguns temas neste país, mas também escancarou que algumas pessoas estão preocupadas com o seu negócio, com a sua vida e estão pouco se lixando se alguns estão comendo, estão tendo acesso à universidade, estão morando, andando e vivendo melhor.
Este processo para mim ficou muito nítido, deputado Ismael dos Santos. De um lado quem pensa no coletivo, no bem público da nação brasileira e, de outro; quem pensa somente no seu bem, que estando bem, os outros não importa.
Quero dizer também que é um momento de agradecer muito. Nós trabalhamos bastante no período pós-primeiro turno, mesmo pelo fato de ser um período, digamos, de ressaca para todos nós, candidatos, pois queríamos descansar e nos dedicamos com carinho à eleição desta mulher guerreira, forte, corajosa, íntegra e que ficará na história do Brasil como uma das lideranças que mais teve coragem de enfrentar setores extremamente conservadores da nossa sociedade, como é o caso da grande mídia representada na figura da revista Veja.
Coragem, presidenta! Parabéns! V.Exa. teve coragem de mostrar que também se escreve lixo neste Brasil, e muitos consomem esse lixo como se fosse informação, e ainda mais informação imparcial.
Mas quero dizer que a maior vitória em Santa Catarina é da militância do Partido dos Trabalhadores, essa militância que foi às ruas, dedicou-se, abriu mão de muita coisa, pegou a sua bandeira, colocou o seu tênis e foi para a rua, fez reuniões e atividades, arrancou cada voto, não desanimou e lutou.
Nas ruas e nas redes sociais fomos xingados de tudo, de bandido para cima, mas o povo compreendeu que não se tratava de gerar ódio, mas, sim, garantir as conquistas da democracia brasileira.
Então, quero agradecer a essa militância do Partido dos Trabalhadores e à esquerda brasileira. E aos que não gostam do PT, não gostam da Dilma ou da Luciane, também quero agradecer. Acima de tudo, o que está em jogo não é gostar, querer ou ser do PT. O que está em jogo é o respeito à condição humana do direito de dizer o que queremos. Muitos não tinham o direito de dizer o que queriam e hoje têm o direito, nas urnas, do voto do rico valer o mesmo que o voto do pobre. Lá não existe classe social, lá não há quem tem mais poder de persuasão. Eu sempre dizia para os meus eleitores que na urna sou eu, você e Deus. Na urna é você que decide, e a urna foi a vitória do povo brasileiro.
Eu quero, então, agradecer nas palavras da presidenta Dilma Rousseff, que disse: "Agradeço a cada um e a cada uma dos integrantes dessa militância combativa, que foi a alma, que foi a força dessa vitória, e agradeço, sem exceção, a todos os brasileiros e brasileiras".
Agora é momento de união, não é momento de separação. Os pobres do nordeste estão aqui em Santa Catarina também. Temos 100 mil famílias em Santa Catarina que recebem o Bolsa Família. Se os daqui têm direito, os do norte e nordeste também têm. E aos que querem tentar jogar um povo contra o outro, quero dizer que o Brasil tem uma tradição de República, de respeito aos estados e de união federativa, e isso precisa ser assegurado. Quem é pobre aqui tem o mesmo direito que os pobres de outras regiões deste país. Assim como quem tem direito à universidade em São Paulo, que deu uma grande vitória a Dilma Rousseff também... Porque, se somarmos os votos do sudeste e do sul, veremos que temos muito mais votos do que no norte e nordeste.
Então, quero dizer que essa conta em que alguns tentam, de uma forma matematicamente incorreta, dizer que uma região vale mais do que outra é a expressão clara do fascismo, autoritarismo e conservadorismo. Eu não quero um país que seja separado pela região onde se mora. Eu quero um país onde nós, brasileiros, tenhamos condições de viver bem e onde todos valham do mesmo jeito.
Também quero agradecer ao presidente Lula, essa figura maravilhosa que também sempre enfrentou tudo com muito preconceito, porque onde já se viu um operário querer ousar ser presidente da República?! Isso não é coisa que está escrito em livro, isso é coisa que não cabe na história. Pois coube! E esse presidente se reelegeu na primeira vez e ajudou na eleição da presidenta Dilma Rousseff.
Então, o sentimento, neste momento, é de gratidão e união de quem nos ajudou e quer que este país vá para frente; é de nós nos unirmos em favor das grandes causas da nossa pátria.
A presidenta também disse: "Não acredito, sinceramente, que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas unidas por sentimentos comuns: a busca por um futuro melhor para o país".
É isso que eu acredito que todos querem. Independentemente de quem gosta ou não da presidenta Dilma.
As primeiras palavras da presidenta Dilma são de chamamento da base e muita união. Disse a presidente: "Nas democracias maduras, união não significa ação monopolítica, pressupõe a abertura e disposição para o diálogo. Quando uma reeleição se consuma, ela tem que ser entendida como um voto de esperança dada pelo povo na melhoria do governo. Quero ser uma presidenta muito melhor do que fui até agora."
Algumas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, diz a presidenta, foi: mudança.
Nesse sentido, a nossa presidenta termina dizendo que há uma profunda disposição em ampliar, de forma pacífica e democrática, esse momento de transformação.
Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. E creio que nós, parlamentares, temos uma tarefa muito grande: contribuir para que a reforma aconteça e que melhore a representação política nos parlamentos, no Poder Executivo e que ela possa fazer um debate mais maduro sobre os processos dos quais nos temos pela rente.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)
Como não me manifestei, ontem, em relação ao processo eleitoral vitorioso, quero dizer da nossa felicidade e, em grande parte, da nação brasileira, que venceu esta eleição com muito amor e com menos ódio, na defesa de um país que é para todos, um país que não separa classes, que não separa etnias, um país que colocou como prioridades, nesses últimos anos, os investimentos na educação, na saúde e na área social, um país que tem preocupação com a qualidade de vida do seu povo, um país que quer e está reduzindo a inflação e, acima de tudo, mantendo empregos e garantindo que setores possam crescer. Enfim, um país em que todo o povo brasileiro, com salário e emprego, tenha direito à vida, ao pão, à moradia, ao emprego, ao trabalho e à educação, acima de tudo.
Nós temos um grande desafio, neste momento, e um deles é, passada as eleições, a realização da tão chamada reforma política, que é a mãe de todos os males.
Se nós vemos, hoje, muitos casos de corrupção - e quero dizer que esta é a grande lição deste período eleitoral -, é porque ninguém está isento de ter que enfrentar corrupção enquanto agente público. Mas o que diferencia é a sua conduta, é como o agente público enfrenta a corrupção, se ele tem coragem de denunciar a tudo e a todos, doa a quem doer, e enfrentar a corrupção. E se ele não fala sobre isso, como acontece em tantos lugares deste país, dá a impressão de que a corrupção não existe.
Então, entendo que esse processo eleitoral proporcionou a nós, brasileiros, muito mais condições de maturidade para discutir alguns temas neste país, mas também escancarou que algumas pessoas estão preocupadas com o seu negócio, com a sua vida e estão pouco se lixando se alguns estão comendo, estão tendo acesso à universidade, estão morando, andando e vivendo melhor.
Este processo para mim ficou muito nítido, deputado Ismael dos Santos. De um lado quem pensa no coletivo, no bem público da nação brasileira e, de outro; quem pensa somente no seu bem, que estando bem, os outros não importa.
Quero dizer também que é um momento de agradecer muito. Nós trabalhamos bastante no período pós-primeiro turno, mesmo pelo fato de ser um período, digamos, de ressaca para todos nós, candidatos, pois queríamos descansar e nos dedicamos com carinho à eleição desta mulher guerreira, forte, corajosa, íntegra e que ficará na história do Brasil como uma das lideranças que mais teve coragem de enfrentar setores extremamente conservadores da nossa sociedade, como é o caso da grande mídia representada na figura da revista Veja.
Coragem, presidenta! Parabéns! V.Exa. teve coragem de mostrar que também se escreve lixo neste Brasil, e muitos consomem esse lixo como se fosse informação, e ainda mais informação imparcial.
Mas quero dizer que a maior vitória em Santa Catarina é da militância do Partido dos Trabalhadores, essa militância que foi às ruas, dedicou-se, abriu mão de muita coisa, pegou a sua bandeira, colocou o seu tênis e foi para a rua, fez reuniões e atividades, arrancou cada voto, não desanimou e lutou.
Nas ruas e nas redes sociais fomos xingados de tudo, de bandido para cima, mas o povo compreendeu que não se tratava de gerar ódio, mas, sim, garantir as conquistas da democracia brasileira.
Então, quero agradecer a essa militância do Partido dos Trabalhadores e à esquerda brasileira. E aos que não gostam do PT, não gostam da Dilma ou da Luciane, também quero agradecer. Acima de tudo, o que está em jogo não é gostar, querer ou ser do PT. O que está em jogo é o respeito à condição humana do direito de dizer o que queremos. Muitos não tinham o direito de dizer o que queriam e hoje têm o direito, nas urnas, do voto do rico valer o mesmo que o voto do pobre. Lá não existe classe social, lá não há quem tem mais poder de persuasão. Eu sempre dizia para os meus eleitores que na urna sou eu, você e Deus. Na urna é você que decide, e a urna foi a vitória do povo brasileiro.
Eu quero, então, agradecer nas palavras da presidenta Dilma Rousseff, que disse: "Agradeço a cada um e a cada uma dos integrantes dessa militância combativa, que foi a alma, que foi a força dessa vitória, e agradeço, sem exceção, a todos os brasileiros e brasileiras".
Agora é momento de união, não é momento de separação. Os pobres do nordeste estão aqui em Santa Catarina também. Temos 100 mil famílias em Santa Catarina que recebem o Bolsa Família. Se os daqui têm direito, os do norte e nordeste também têm. E aos que querem tentar jogar um povo contra o outro, quero dizer que o Brasil tem uma tradição de República, de respeito aos estados e de união federativa, e isso precisa ser assegurado. Quem é pobre aqui tem o mesmo direito que os pobres de outras regiões deste país. Assim como quem tem direito à universidade em São Paulo, que deu uma grande vitória a Dilma Rousseff também... Porque, se somarmos os votos do sudeste e do sul, veremos que temos muito mais votos do que no norte e nordeste.
Então, quero dizer que essa conta em que alguns tentam, de uma forma matematicamente incorreta, dizer que uma região vale mais do que outra é a expressão clara do fascismo, autoritarismo e conservadorismo. Eu não quero um país que seja separado pela região onde se mora. Eu quero um país onde nós, brasileiros, tenhamos condições de viver bem e onde todos valham do mesmo jeito.
Também quero agradecer ao presidente Lula, essa figura maravilhosa que também sempre enfrentou tudo com muito preconceito, porque onde já se viu um operário querer ousar ser presidente da República?! Isso não é coisa que está escrito em livro, isso é coisa que não cabe na história. Pois coube! E esse presidente se reelegeu na primeira vez e ajudou na eleição da presidenta Dilma Rousseff.
Então, o sentimento, neste momento, é de gratidão e união de quem nos ajudou e quer que este país vá para frente; é de nós nos unirmos em favor das grandes causas da nossa pátria.
A presidenta também disse: "Não acredito, sinceramente, que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas unidas por sentimentos comuns: a busca por um futuro melhor para o país".
É isso que eu acredito que todos querem. Independentemente de quem gosta ou não da presidenta Dilma.
As primeiras palavras da presidenta Dilma são de chamamento da base e muita união. Disse a presidente: "Nas democracias maduras, união não significa ação monopolítica, pressupõe a abertura e disposição para o diálogo. Quando uma reeleição se consuma, ela tem que ser entendida como um voto de esperança dada pelo povo na melhoria do governo. Quero ser uma presidenta muito melhor do que fui até agora."
Algumas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, diz a presidenta, foi: mudança.
Nesse sentido, a nossa presidenta termina dizendo que há uma profunda disposição em ampliar, de forma pacífica e democrática, esse momento de transformação.
Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. E creio que nós, parlamentares, temos uma tarefa muito grande: contribuir para que a reforma aconteça e que melhore a representação política nos parlamentos, no Poder Executivo e que ela possa fazer um debate mais maduro sobre os processos dos quais nos temos pela rente.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)