Pronunciamento

Luciane Carminatti - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/02/2015
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Quero cumprimentá-lo, presidente, cumprimentar todos os deputados e deputadas.
O dia de hoje é um dia muito especial, dia 10 de fevereiro, pois nós estamos completamos 35 anos na história de construção do Partido dos Trabalhadores.
Tenho 44 anos e grande parte da minha vida construída no PT, e o PT, apesar de todas as críticas, de todos os desafios que enfrenta neste momento, é um partido que tem um olhar social, coletivo do bem comum e que se importa muito com as condições de vida da nossa população.
Então, este partido nos torna muito mais humanos, mais solidários e preocupados com o futuro do nosso país.
Em 1980, foi criado o Partido dos Trabalhadores. Atualmente, temos basicamente 10,37% do total de cidadãos filiados em todos os partidos políticos no Brasil.
Hoje, nos 35 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, continuamos a defender a democracia, continuamos a defender a justiça social e continuamos a defender a distribuição de renda, mas levantamos uma das ações que mais devem nos preocupar, e acredito que é um tema de interesse de toda a sociedade brasileira e também dos meus colegas deputados aqui presentes, que é o tema da reforma política.
O PT traz, nesses 35 anos, este tema como um dos grandes temas necessários para nós encararmos a representação e também o debate da corrupção que hoje tanto nos preocupa e nos faz pensar medidas que possam de fato coibir isso em todos os partidos, infelizmente.
E o tema da reforma política é um tema que, conforme a visão de um parlamentar, de um partido tem prioridades para uns o voto distrital, para outros o financiamento público e para terceiros o voto em lista.
Enfim, qual é a prioridade que o Partido dos Trabalhadores tem quando discute a reforma política como um tema central da nação brasileira? A prioridade é o fim do financiamento privado, porque entendemos que quando o poder econômico entra na discussão e na decisão de quem deve ser eleito, o poder econômico é que decide quem são os eleitos e não a sociedade.
Outro tema bastante importante é com relação à paridade de gênero. Por mais que façamos trabalho, e muitos colegas deputados são parceiros nisso, deputado Dirceu Dresch, nós sabemos que as mulheres são poucas e cada vez menos. Aqui mesmo nesta Casa na legislatura anterior nós tínhamos cinco deputadas eleitas. Agora temos quatro deputadas eleitas e apenas três em exercício no seu mandato. É o caso da maioria das Câmaras de Vereadores, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Nós não passamos de 10% de representação política.
Portanto, o PT traz o tema da paridade de gênero. Se as mulheres ocupam mais 52% da população brasileira é muito justo que metade dessas cadeiras seja de representação feminina, e assim se reproduzindo no Parlamento também. O Sindicato dos Armadores das Indústrias de Pesca da Itajaí e região.
Outro tema é o voto em lista para que consigamos despersonalizar a política e que possamos discutir projetos, a identidade que liga o eleitor com uma ação política e não uma pessoa que passa ser a melhor, a salvadora. Nós não acreditamos na política individualista.
Então, o PT traz esses temas. Precisamos de uma constituinte exclusiva, porque entendemos que os 513 deputados federais que foram eleitos e os 81 senadores não deverão ter a condição adequada para pensar uma reforma política sem que os beneficie. É da natureza do deputado parlamentar querer continuar o seu mandato.
Então, é muito saudável que tenhamos, a exemplo da Constituição de 1988, uma constituinte exclusiva, eleita apenas para fazer a reforma política, sem direito, deputado Leonel Pavan, a outro mandato. Acho que com isso conseguiremos dialogar de forma melhor com a sociedade e construir uma política mais séria, mais decente e, de fato, com representação popular.
Então, o PT nesses 35 anos, assim como lutou pelas Diretas Já, assim como votou contra a Ditadura Militar, agora enfrenta o debate de combate à corrupção e, portanto, da reforma política.
Quero dizer que temos orgulho de estar num partido que apesar de todas as dificuldades que tem não muda as letras, não muda os nomes, mas encara os seus desafios, reconhece a sua história, os seus limites e olha para frente com a necessidade de se reestruturar e de encarar os seus desafios.
Falar do PT é falar do povo que ganhava R$ 200,00 e hoje ganha R$ 800,00, é falar de um país que hoje permite que o cidadão possa ter a sua casa, possa ter o seu carro, possa ter o seu emprego, possa estar numa universidade federal, possa estar numa universidade com ProUni, possa estar num instituto federal, possa estar numa creche desde pequeno. Isso é falar do PT! São lutas que a esquerda brasileira fez e que nós temos orgulho em dizer que estamos comemorando.
Então, não queremos, neste aniversário, somente comemorar, mas dizer que os desafios de hoje da conjuntura brasileira apenas serão resolvidos e encarados com a coragem de enfrentar reforma política, para isso nós lançamos o debate da reforma política construída com a base social, com a CNBB, com as igrejas evangélicas, católicas, com as pastorais, enfim, com todos.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)