Pronunciamento

Luciane Carminatti - 036ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/05/2011
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Sr. presidente, srs. deputados, deputada Angela Albino, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, ontem foi o Dia do Taquígrafo e quero cumprimentar nossas funcionárias pela data. Ontem a data passou batida nas nossas manifestações, mas hoje quero desejar, acima de tudo, muita saúde a todas vocês, porque hoje esse é o grande problema para quem trabalha numa área técnica.
Aproveito a oportunidade para cumprimentar também os estudantes da UFSC aqui presentes.
Quero fazer o registro de que fizemos uma visita ao Hospital Municipal Materno Infantil de Chapecó. Foi uma visita muito importante da comissão de Saúde desta Casa e eu, que resido naquela cidade, nunca tive a oportunidade, nunca me foi permitido fazer uma visita às instalações do hospital que está pronto, equipado, desde 2005, só faltando a prefeitura decidir quando começará a funcionar. Portanto, há sete anos temos esse hospital pronto, mas ainda não está prestando atendimento à população.
Srs. deputados, foram investidos no hospital R$ 14 milhões: 64% de recursos do ministério da Saúde, 32%, do município de Chapecó e 4%, do estado. Desde o final de janeiro deste ano está funcionando apenas o ambulatório de pediatria, através do SUS, uma parceria entre a UnoChapecó, a nossa universidade e a prefeitura, e estão sendo atendidas 1.300 pessoas por mês.
As obras físicas do hospital ocupam uma área construída de 6.400m², ele tem 54 leitos, uma sala de parto, duas salas de cirurgia, aparelhos de raios X e de ultrassom. Inclusive, quero mostrar as fotos para que as pessoas vejam que enquanto a Saúde está sendo tão questionada, muito dinheiro foi investido num hospital, com equipamentos esperando para iniciar o atendimento à população. Ouvi de profissionais da área da saúde que não sabem se temos hospitais públicos e privados tão bem equipados como aquele. São quartos com, no máximo, dois leitos, a energia funcionando, tem água à disposição, assim como toda a parte destinada à preparação de alimentos, lavanderia e assim por diante.
Depois de muita pressão e questionamento, o hospital passou a funcionar, deputada Ana Paula Lima, v.exa. que é enfermeira, apenas no ano passado. Desde 2005 está pronto e apenas em 2010 o ambulatório de pediatria e o laboratório começaram a funcionar.
Vemos muitas situações em que os hospitais estão sucateados, quebrados, em más condições, os usuários sendo atendidos nos corredores, enquanto temos um hospital como aquele sem utilidade. Até brinquei dizendo que estava com vontade de ter mais um filho, porque num hospital tão bonito toda mãe gostaria de ter mais filhos.
Deputada Ana Paula Lima, sempre acusam, deputado Neodi Saretta, que o PT é um partido que se reúne muito, mas não encaminha e não decide nada. Pergunto: sete anos para colocar um hospital em funcionamento é muito? O que é isso? O que está faltando?
Então, é lamentável que tenhamos essa situação, que foi identificada pela comissão de Saúde, na pessoa do nosso presidente, deputado e médico Volnei Morastoni, que visitou o hospital juntamente com várias outras lideranças desta Casa. Todos ficaram surpresos, perplexos.
Deputado Dado Cherem, v.exa. é da área da saúde, por isso lhe pergunto: como temos em Chapecó um hospital dessa magnitude fechado, não prestando atendimento às mães e às crianças?
A audiência pública feita em Chapecó pela comissão de Saúde, deputado Dado Cherem, já surtiu efeito, pois ela ocorreu no dia 29 de abril e já no dia 2 de maio um jornal da minha cidade noticiava que no dia 16 de maio (vejam bem, depois de sete anos) ele vai funcionar. Fomos lá fazer uma audiência no dia 29 de abril, repito, e no dia 2 de maio, depois de três dias somente, os resultados apareceram.
Será que as comissões da Assembleia Legislativa têm que ir o tempo todo para as escolas, para os hospitais, para os presídios, para as unidades de saúde, para as rodovias, a fim de que as coisas aconteçam?! O que é isso?
Sr. presidente, quero registrar minha indignação porque tenho certeza de que quando esse hospital entrar em funcionamento a população ficará muito satisfeita, porque ele é maravilhoso, como já disse. É uma obra bem feita, bem pensada, com corredores largos, restaurante, espaço para estacionamento. Não há problema de energia, não há problema de água, não há problema de equipamentos, não há problema de nada. Basta uma decisão da prefeitura para colocá-lo em funcionamento. E decisão é a seguinte, srs. deputados e quem nos acompanha: colocar dinheiro, sim! Essa é a decisão. Ou priorizamos os Orçamentos municipais naquilo que mexe com que é mais sagrado no ser humano, que é a vida, ou não se abre um hospital como esse.
Faltou decisão política, porque durante sete anos o hospital ficou fechado, quando poderia atender a toda a região e não apenas a Chapecó, fazendo com que diminuísse a demanda sobre o Hospital Regional.
Esta é a minha avaliação; foi cometido um grande crime ao não deixar esse hospital ser aberto para atender mães e crianças que merecem cuidados especiais.
(Discurso interrompido por término do horário regimental.)
(SEM REVISÃO DA ORADORA)