Pronunciamento

Luciane Carminatti - 065ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/06/2012
O SR. PRESIDENTE (Deputado Gelson Merisio) - A próxima oradora inscrita é a deputada Luciane Carminatti por até dez minutos.
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Quero cumprimentar o presidente Gelson Merisio.
Neste momento, farei uma pequena apresentação de um vídeo sobre a Universidade Federal Fronteira Sul. Mas antes quero dizer que realizamos uma audiência pública da comissão de Educação, Cultura e Desporto, no dia 4 de junho, em Chapecó, para discutir os investimentos na Universidade Federal Fronteira Sul e a implantação do curso de Medicina.
(Procede-se à apresentação do vídeo.)
Esse é o evento que realizamos no Clube Industrial, lotado, com mais de 400 pessoas presentes, deputados, o presidente da comissão de Saúde, deputado Volnei Morastoni, a Federação do Comércio de Santa Catarina, Fecomércio, a Associação Comercial e Industrial, Cicon, a Associação Catarinense dos Municípios, Amosc, a Ordem dos Advogados do Brasil, representantes dos movimentos sociais, do Hospital Regional do Oeste, da classe médica, da Associação das Câmaras Municipais, da Prefeitura de Chapecó, da Reitoria e dos estudantes.
Para se ter uma ideia, realizamos a audiência no dia 4, e o anúncio do governo federal se deu no dia 5. Tínhamos uma leitura de que demoraria um pouco mais esse anúncio, mas infelizmente ou felizmente o governo anunciou em tempo recorde a expansão da Medicina no Brasil.
São 2.415 vagas, sendo que nas universidades federais temos 1.260 de cursos novos, 355 existentes e 800 vagas no ensino superior, nas universidades privadas.
Por que estamos dizendo que Santa Catarina merece mais um curso de Medicina? Porque temos apenas um curso de Medicina na capital totalmente público, na Universidade Federal de Santa Catarina. E se imaginarmos, formamos 40 alunos, 40 médicos, a cada seis anos, para um universo de 293 municípios. É por isso que falta médico.
Hoje na tribuna muito se falou do problema da falta de médicos que é ainda mais grave nos municípios de médio e pequeno porte, uma vez que em Santa Catarina 80% dos médicos estão concentrados na região metropolitana da capital.
Então, em Santa Catarina temos uma média de 1,7 médicos por mil habitantes, e em relação a vagas, 8,9. Bem diferente do Rio Grande do Sul que tem mais, de Minas Gerais, que levou 220 vagas, ou seja, tem muito mais médicos por mil habitantes e mais vagas.
A Universidade Federal da Fronteira Sul foi criada em 2009, em 396 municípios, três estados, cinco cidades, sendo que Chapecó é a sede da universidade. Portanto, merece o maior investimento.
Hoje, temos 33 cursos de graduação, oito lato sensu e um curso stricto sensu de pós-graduação.
Todas as graduações têm um enfoque regional. É por isso que temos as Ciências Agrárias como um centro importante dessa universidade e os cursos específicos de acordo com o desenvolvimento e a necessidade de cada região.
São 442 professores, 181 doutores e 243 mestres, para uma universidade que começou em 2009. Dos 405 servidores técnicos, 166, portanto, 40%, graduados, 30% especialistas e 5% mestres.
Essa obra federal tem sido a principal obra do oeste catarinense e também de Chapecó nos últimos 30 anos. E deixa uma folha de pagamento de quase cinco milhões por mês. Só Chapecó leva quase dois milhões por mês, deputado Gelson Merisio. São dois milhões que a nossa Universidade Federal está deixando por mês em Chapecó, para investimento na economia local. É pouco, sim, mas já é muito, depois de 50 anos com uma única universidade na Capital. E isso é graças ao governo Lula.
Nos cinco campi, em 2012, temos 5.095 alunos cursando. Em Chapecó, em 2012, temos 2.034 alunos cursando a universidade. Qual é o perfil dos alunos? Aqui há algo que muito nos orgulha nessa universidade. Quem tem acesso à universidade pública federal são alunos oriundos do ensino médio público. Para termos uma ideia, 97,9% em 2012 são alunos que tiveram, no mínimo, no ensino médio, um ano de escola pública. Esse é um critério.
Quando pensamos a concepção dessa universidade, compartilhamos do conflito de que os pobres neste Brasil, além de não chegar à universidade, quando chegam, têm que pagar. E os filhos dos ricos ou da classe média são aqueles que também se beneficiam da universidade pública. Então, ganham duplamente. Neste sentido, garantimos que os alunos do ensino médio da escola pública tivessem prioridade, inclusive levando uma pontuação para além da nota do exame. Isso possibilitou que quase 100% dos alunos viessem do ensino público.
Em 2011, portanto, no ano passado, foram concedidos quase R$ 2 milhões em investimentos somente para bolsas de estudo. Além de não ter a mensalidade, os alunos também recebem uma bolsa benefício para que possam ter então direito a pagar o seu transporte, alimentação ou moradia. No ano de 2012, já foi investido praticamente meio milhão em função de bolsas.
Foram entregues 225 bolsas de extensão, além dos benefícios anunciados, para os alunos que fazem seus projetos de pesquisa e programas de extensão.
Temos em Chapecó praticamente 80 salas de aula. Falta apenas a prefeitura fazer a pavimentação do acesso, que é compromisso assumido pelo prefeito, mas as obras já podem ser inauguradas neste mês. São 80 salas de aula num custo de R$ 13 milhões, e a maioria das empresas são de Chapecó.
O projeto ainda prevê mais quatro blocos. Várias dessas obras estão sendo edificadas, bem como um restaurante universitário, 13 laboratórios, centro de convivência com auditório para mil pessoas, biblioteca, reitoria, entre outras dependências. Um total de R$ 106 milhões foi investido por parte do governo federal.
Quanto aos cursos que temos em Chapecó, quero chamar atenção à afirmação de que Chapecó vai ter o curso de Medicina. Pode não ter neste momento, mas terá no futuro, com certeza. Os cursos foram elencados a partir da ideia de se estruturar centros. E um dos cursos implantados foi Enfermagem, justamente para estruturar o Centro de Ciências da Saúde. Não dá para imaginar uma universidade federal com apenas um curso num centro.
Quero deixar o registro da importância que tem essa obra que como tenho dito é a maior obra, sem sombra de dúvida, dos últimos 30 anos para Chapecó não apenas porque deixa R$ 2 milhões por mês para a economia local, pois esses recursos acabam no comércio, no mercado, na farmácia, nas lojas, mas também porque aquece o setor imobiliário que vende mais apartamentos, casas. Além disso, é claro, essa universidade garante aquilo que é o nosso bem maior, que é o acesso ao ensino superior, à pesquisa, ao mestrado, ao doutorado e à graduação.
Portanto, temos orgulho dessa universidade e estamos fazendo todas as tratativas em Brasília para que Santa Catarina tenha vagas de Medicina na Universidade Federal da Fronteira Sul.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)