Pronunciamento

Luciane Carminatti - 015ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/03/2011
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Quero cumprimentar os nobres colegas deputados, a deputada Dirce Heiderscheidt e o público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital.
Gostaria, brevemente, de fazer uma manifestação com relação a uma matéria que já foi tratada anteriormente pelos colegas deputados e que diz respeito ao grave acidente que ocorreu no extremo oeste, mas chamando a atenção para um aspecto que, talvez, não tenha sido abordado, ou seja, a triste notícia de que Santa Catarina foi o estado da região sul que mais registrou mortes nas estradas. Foram 43 vítimas fatais em nosso estado, mais do que no Paraná e no Rio Grande do Sul juntos.
Acompanhamos atentamente e lamentamos muito, como cidadãos oestinos, esse acidente - e recentemente, próximo àquele local, já acontecera outro acidente -, principalmente porque foram 26 vítimas de uma cidade de apenas 14 mil habitantes, que é Santo Cristo. Então, deputado Volnei Morastoni, imagine o quão triste e dolorido para uma cidade de apenas 14 mil habitantes é perder, da noite para o dia, 26 pessoas.
No meu entendimento, a maior causa do grande número de acidentes é a falta de educação para o trânsito. Eu mesma já fui vítima de um acidente como esse, que não ocorreu por erro meu, mas que poderia ter sido fatal.
Então, o grande desafio que se coloca é de fato ter nas escolas educação para o trânsito, a fim de preparar crianças e adolescentes para os desafios que se colocarão diante deles como futuros motoristas.
Então, temos que pensar - e este é um desafio para a secretaria de estado da Educação -, deputado Reno Caramori, num programa de educação para o trânsito. Eu não vejo alternativa. Podemos ampliar rodovias, fazer pontes, incentivar o transporte marítimo e o transporte ferroviário, mas os carros e caminhões continuarão existindo e sendo guiados por pessoas que precisam ser educadas para dirigi-los.
Vejam que a própria Polícia Rodoviária Federal afirmou que dos 6.356 testes de bafômetro feitos recentemente, 204 pessoas apresentaram resultado positivo para o consumo de bebida alcoólica. Isso é muito grave! São 204 pessoas! Isso chama a atenção.
Cada vez mais vemos as cidades modernizando-se e qual são, hoje, os maiores sinais de modernidade no trânsito? São a lombada eletrônica e a multa. E o caráter educativo? Onde fica? Não precisaria haver lombada se a sinalização indica que naquele local a velocidade máxima é de 40km/h, por exemplo.
Sr. presidente, quero aproveitar para convidar os deputados para que na quarta-feira da semana que vem, às 9h, em Brasília, participem do lançamento da Frente Parlamentar das Ferrovias. Essa frente parlamentar buscará exatamente uma alternativa para o escoamento da produção e a alternativa é justamente uma ferrovia que corte o estado inteiro. Em seguida, haverá a primeira reunião de trabalho, na qual, provavelmente, será elaborada uma agenda de trabalho relacionada às ferrovias a serem implantadas em solo catarinense.
Também quero manifestar-me brevemente com relação à Campanha da Fraternidade, que foi veiculada nos últimos dias. Este ano ela terá como tema "Fraternidade e a Vida no Planeta". Esse tema, que já foi utilizado durante três outras Campanhas da Fraternidade, abordará exatamente a preocupação que o conjunto das lideranças religiosas tem com os problemas ambientais que estão postos em toda a sociedade.
Haverá o debate nacional sobre o Código Ambiental, que será extremamente polêmico, deputado Volnei Morastoni. Temos que ter capacidade de trazer o tema do Código Florestal Brasileiro para Santa Catarina, discutindo também aqui os problemas.
Mas o tema da Campanha da Fraternidade trabalha com essa temática e a escolha do lema "A Criação Geme como em Dores de Parto" é justamente para associar, simbolicamente, a ideia da natureza com o ser humano e a vida como um todo, porque ela está em risco.
Nesse sentido, é importante também destacar que se fôssemos tratar do problema ambiental teríamos que falar de saneamento, de esgoto, de lixo; teríamos que falar, inclusive, da agricultura familiar e do agronegócio; teríamos que pensar na redução da emissão de gás carbônico; teríamos que falar da Amazônia que, hoje, responde por 80% dos 8% da água doce do planeta. Portanto, todos nós no sul temos a ver com a Amazônia. Não é um problema da Amazônia discutir a preservação da floresta.
É bom que se diga, entretanto, que a crise econômica mundial de 2009 ajudou a reduzir a emissão de gás carbônico. Quer dizer, para alguma coisa ela serviu, pois houve uma redução de 3% nessa emissão, o que representou a maior redução dos últimos 40 anos.
Para nós, mulheres - e ontem falávamos do cuidado com a vida -, não há como não tratar da vida, dos filhos, da nossa relação com o mundo e com as pessoas, se não tratarmos do meio ambiente. Não gosto de fazer o debate relacionado ao meio ambiente sem situar o ser humano nessa questão. Ou seja, não dá para preservarmos uma árvore, se não cuidarmos do mendigo que está na frente da nossa casa. Essa sensibilidade com relação às condições de vida e de miséria por que passam as pessoas também tem que ser tratada na questão ambiental.
Quero aproveitar este momento para registrar a presença do Djalma, um grande companheiro e auditor da prefeitura de São Miguel d'Oeste, e também do vereador Cleomar Weber Kuhn, que faz um excelente trabalho na administração daquela cidade.
Eu falava anteriormente da catástrofe que, lamentavelmente, aconteceu num local bem pertinho de vocês. Mas quero deixar o meu abraço e o desejo de que essas sejam sempre manchetes passadas e não futuras.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)