Pronunciamento

Luciane Carminatti - 041ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 17/05/2011
A SRA. DEPUTADA LUCIANE CARMINATTI - Quero cumprimentar o presidente, os srs. deputados que se encontram nesta sessão, os ouvintes da Rádio Alesc Digital e também os telespectadores da TVAL.
Minha manifestação inicial, sr. presidente, é com referência à nossa querida Chapecoense, que desde 1973 tem-se superado e buscado com muita raça, coragem e determinação, tanto por parte da diretoria quanto dos torcedores, por essa conquista, a do tetracampeonato no último domingo.
A Chapecoense, a exemplo de muitos empreendimentos ditos pequenos, tem uma folha de pagamento mensal de R$ 200 mil, ao passo que os outros times gastam em média R$ 1 milhão por mês. Tem a quinta maior folha salarial do estado e está atrás do Avaí, do Figueirense, do Criciúma e do Joinville. Tem o apoio de patrocinadores, pois muitos empresários colocam recursos para ver o nosso time com o brilho que apresentou no último campeonato. Também conta com o apoio do poder público, da torcida, dos sócios e dos colaboradores. Os jogos na Arena Índio Condá contam com uma das maiores médias de público, chegando a seis, sete mil torcedores por jogo, sendo que nos últimos jogos tivemos uma média de 13 mil torcedores. Nas 22 partidas obteve 12 vitórias, seis empates e quatro derrotas.
Então, quero fazer essa menção à cidade que nasci e a esse time. Lembro-me quando ia com meu pai assistir aos jogos da Chapecoense, que sempre enfrentamos dificuldades por ser um time do interior do estado, assim considerado, para vencer o Campeonato Estadual.
Assim, o maior feito da Chapecoense, srs. deputados, foi vencer o que era muito difícil de vencer, mas acho que todos os times merecem o nosso reconhecimento, porque sem os outros não haveria campeonato. Mas vale dizer que foi com muita raça, com pouco recurso e com muita determinação de equipe que o nosso comandante Mauro Ovelha conseguiu trazer esse resultado maravilhoso para a torcida e merece, com certeza, de uma chapecoense o nosso reconhecimento, o nosso gesto singelo de homenagem a esse time e a todos, como já falei, que também participaram desse campeonato.
Quero, neste segundo momento da minha fala, fazer o registro, deputado Jorge Teixeira, do grande problema que será instalado em Santa Catarina a partir de amanhã. Trata-se da manifestação do governo do estado ao sindicato da educação quanto ao fato de não apresentar, lamentavelmente, nenhuma proposta que realmente convencesse os professores de que este governo governa pensando efetivamente nas pessoas. E vamos lembrar aqui que o atual governo se elegeu dizendo que as pessoas estão em primeiro lugar.
Pois bem: se for verdade que as pessoas estão em primeiro lugar, quem forma as pessoas neste estado é a categoria do magistério e sem essa profissão maravilhosa não teríamos advogados, professores, médicos e motoristas. Inclusive, depois de uma pesquisa realizada pelo jornal Diário Catarinense no início deste ano, foi constatado que a expectativa da população catarinense, quando se trata de desenvolver o estado, é de que a educação é a principal força para desenvolver o estado de Santa Catarina no futuro.
Foi realizada, hoje, uma audiência entre o governo do estado e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação e em nenhum momento o governo, desde janeiro deste ano, fez algum gesto nobre que demonstrasse vontade de implementar em nosso estado o piso nacional do magistério.
Eu quero dizer aos deputados e a todos que acompanham esta sessão que o nosso governo está perdendo tempo, pois ele tem recurso, tem lei, tem decisão judicial e tem apoio da sociedade. Então, ele está brincando com os professores, porque um governo tem que dar exemplo no cumprimento da lei. Já temos uma lei. O que falta a este governo? Falta somente disposição de sua parte para demonstrar para a categoria do magistério que vai construir um processo para o pagamento desse piso. E o Sinte/SC sabe que o governo não aplica a lei de hoje para amanhã. No entanto, em nenhum momento o governo sinalizou que vai pagar esse piso aos professores.
O estado do Rio Grande do Sul, que é vizinho ao nosso estado, também era autor da Adin que era contra a implantação do piso salarial, mas ele já concedeu, no mês passado, 10,91% para além do debate do piso, porque com relação ao piso salarial existe uma comissão discutindo quando será implantado. Mas imediatamente, em caráter emergencial, aquele estado concedeu 10,91% para todos os aposentados, professores efetivos e também para os pensionistas da área da Educação. Para todos!
Quero dizer com isso que existe um lema que os professores estão adotando: Pague o piso ou Pague o Preço. Esse é o recado que está sendo dado ao governo do estado. E quero dizer mais: se a partir de amanhã tivermos em Santa Catarina escolas fechadas, professores na rua, alunos voltando para casa e pais questionando por que está ocorrendo greve, o governo tem que se explicar, porque ele está hesitando em aplicar uma lei. Infelizmente, essa é a realidade.
Como é que um governo republicano, composto por mais de 20 estados, consegue ser diferente de outros tantos estados que já aplicam o piso nacional desde 2008? Por que Santa Catarina tem que ser diferente nesse quesito? Essa é a grande pergunta.
E queremos dizer aos srs. parlamentares e a quem nos está acompanhando, na tarde de hoje, que manifestamos mais uma vez a nossa solidariedade a todos os educadores deste estado: aos que estão trabalhando, aos que são professores inativos, aos que estão aguardando o cumprimento de uma lei. Quero dizer também que estamos aguardando o gesto deste governo de sinalizar que é um governo que cumpre a lei, que não é um governo fora da lei.
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)