Pronunciamento

Kennedy Nunes - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/02/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sra. presidente, srs. deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TVAL, ouvintes da Rádio Digital, colegas de imprensa e público aqui presente, desejo ressaltar aqui as presenças: do ex-vereador Oswaldo Henrique Daru, de Joinville; do prefeito de Barra Velha; e do vice-prefeito e do vereador de Cunhataí, do PP, que estão fazendo um belo trabalho para a comunidade catarinense.
Ocupo este espaço para falar na cidade onde eu nasci, Joinville, que tem uma relevância muito importante no contexto estadual e no sul do Brasil. Hoje só perde para Curitiba e Porto Alegre e é responsável por 25% da arrecadação do ICMS. Joinville possui dez mil funcionários públicos municipais. Esses são números que demonstram a importância da cidade. Joinville é uma cidade de imigrantes suíços, alemães, mas recebeu gente de todos os estados e de todas as regiões de Santa Catarina. Na época da enchente em Tubarão, deputado Joares Ponticelli, muitas pessoas fincaram suas raízes em Joinville. Pessoas do oeste, do sul, do norte e até de Balneário Camboriú vivem em nossa cidade.
Joinville tem filhos naturais. Sou um deles porque nasci na Maternidade Darci Vargas, em 1970. E existem os filhos adotivos, que são as pessoas que decidiram a fazer de Joinville a sua cidade natal, de trabalho, até pelas grandes oportunidades que possuem. Em virtude disso, muitos adotaram Joinville para morar. E costumo dizer que Joinville é uma verdadeira mãe por não dizer "não" para qualquer um de seus filhos.
Temos em Joinville o caso de uma senhora, dona Abigail, que tem mais de 30 filhos adotivos. Ela adota filhos que realmente ninguém quer adotar. Um dia, sendo entrevistada, disse-nos: "Kennedy, já fiz laqueadura do meu aparelho reprodutivo, mas do meu coração eu não fiz. Sempre estou disposta a adotar mais uma criança". E imagino que com a nossa cidade acontece a mesma coisa.
Nasce em Joinville uma sala de aula por dia. É claro que não vou aqui falar dos quatro anos que o governo estadual não construiu nenhuma escola. Isso vai ser ao longo do processo legislativo e da nossa passagem por aqui que vamos falar. Mas estou falando, deputado Clésio Salvaro, desta minha cidade que está disposta a adotar, e quando adota o faz de verdade, não pela metade! A adoção que Joinville faz é de verdade!
Mas o que dizer de uma mãe, deputado Jorginho Mello, que adota um filho, que abre seus braços para ele, que dá tantas coisas para ele representar a mãe, a família joinvilense, e, de repente, esse filho acaba trazendo um vexame para a mãe? Por que estou dizendo isso? Porque há pouco mais de 10 ou 12 anos, um filho adotivo de Joinville por um pouco mais de tempo, há mais de 30 anos, apresentou para esta mãe, Joinville, alguém que veio com o requisito de ser uma boa pessoa, de ser um bom profissional, e pediu a adoção. E a mãe, Joinville, por indicação desse outro filho adotivo, acabou adotando-o e dando-lhe a ilustre missão de representar a família joinvilense.
Mas esse filho simplesmente aboliu qualquer sentimento de respeito à mãe, Joinville, e aos seus filhos naturais e adotivos, quando chegou às bancas, neste final de semana, a revista IstoÉ trazendo na capa uma mulher bonita, ex-miss Brasil, com os seguintes dizeres: "Mentira, sexo e dinheiro: o drama de uma miss Brasil, a história de Taíza Thomsen." Dentro da revista, traz a matéria que está rodando no mundo inteiro sobre o desaparecimento dessa miss.
Mas por que estamos trazendo este assunto para esta Casa de Leis? Queremos dizer, deputado Renato Hinning, que não o traríamos se não tivéssemos um envolvimento direto de gestores públicos e de pessoas responsáveis por isso. Falam aqui, deputado Pedro Uczai, que o assessor de imprensa dessa prefeitura, que tem 10 mil funcionários, diz que realmente o prefeito, esse filho adotivo de Joinville que foi há pouco tempo para lá e que recebeu uma missão tão grande, viajou várias vezes com a miss que hoje está sumida.
Faço aqui um apelo para que os nobres vereadores da cidade de Joinville pensem. Porque se o prefeito foi, segundo informações do Wagner Baggio, várias vezes para São Paulo, mas que o seu contato era apenas profissional, será que não foi o dinheiro público que pagou os flats, as passagens e as diárias, na desculpa de estar lá talvez representando Joinville? E o pior de tudo é que aqui na revista está dizendo, deputado Silvio Dreveck, que o caso já está na Polícia Federal. E toda esta matéria foi levantada pelo jornal Gazeta, de Joinville, que tem a sua função social naquela cidade. Está dizendo aqui que quem reservou, deputado Jorginho Mello, o flat onde a miss estava foi alguém com o telefone final 1545. Essa é a combinação PMDB e PSDB: 1545.
Nós, do processo eleitoral, entramos na Justiça, deputado Jailson Lima, para que a prefeitura tirasse do ar as propagandas de televisão e de rádio, que remetiam para o telefone 0800471545, que concediam benefícios em relação aos juros de quem estava inadimplente com o Executivo. E dizem aqui - eu não sei e talvez o deputado Darci de Matos, que é de Joinville e amigo do prefeito, possa saber o telefone - que o final do telefone é 1545, que seria o mesmo final do telefone do prefeito Marco Antônio Tebaldi.
Estou trazendo este assunto como um filho legítimo de Joinville e que não pode ver a sua cidade, a sua mãe, sendo enxovalhada por casos e mais casos neste sentido. Eu espero que a sociedade de Joinville receba, sim, tratamento sério dos filhos adotivos que ela adota.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)