Pronunciamento

Julio Garcia - 088ª SESSÃO ORDINARIA

Em 13/11/2001
O SR. DEPUTADO JULIO GARCIA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, aproveitando esse clima tenso que campeia o Plenário desta Casa na tarde de hoje, assomo à tribuna para falar de um assunto mais ameno, mas que tem algumas correlações.
A política, como quase tudo na vida, é constituída de momentos favoráveis e desfavoráveis. Os desfavoráveis devem ser enfrentados e os favoráveis comemorados. O momento de hoje, como Líder do PFL, é de comemoração.
A Sra. Deputada Ideli Salvatti - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO JULIO GARCIA - Pois não!
A Sra. Deputada Ideli Salvatti - Deputado Julio Garcia, V.Exa. está se referindo ao aquecimento do debate, às questões colocadas nas falações anteriores. Mas vamos continuar trazendo a paz, vamos trazer a paz à tribuna. Vamos trazer um pouquinho das informações do plano de assistência à saúde que acabou com a Saúde no Município de São Paulo na gestão do Maluf e do Celso Pitta. Não precisa se preocupar, que teremos paz ainda no dia de hoje.
O SR. DEPUTADO JULIO GARCIA - Então, já vi que vou apenas fazer uma trégua.
Hoje, na condição de Líder do PFL, desejamos comemorar a performance da nossa candidata à Presidência da República, a Governadora Roseana Sarney, que tem uma trajetória vitoriosa de uma mulher que sofreu as mais variadas adversidades, de modo especial enfrentando problemas sérios de saúde, ultrapassando e vencendo 11 cirurgias, e que se tornou Deputada Federal, Governadora do seu Estado, e foi reeleita e teve a aceitação de 88% da população do Maranhão.
Bastou ela se aproximar, Deputada Ideli Salvatti e Deputado Volnei Morastoni, da casa dos 20%... E eu estava reunido na sexta-feira com o Presidente Nacional do Partido e ele me dava conta de que estavam acampadas no Estado do Maranhão nada mais, nada menos do que as revistas Época, Veja e Isto É, numa verdadeira devassa à vida daquela Governadora, coisa não acontecida até então.
E eu me lembrava de que em épocas anteriores o big boss da comunicação do Brasil, Silvio Santos, resolveu também lançar-se candidato à Presidência da República e não foi outra a reação havida.
Nós, que temos vida pública, muito embora devamos ter alguns cuidados no trato desse assunto, devemos compreender também que a própria expressão daquilo que é a nossa atividade, é, na mesma medida, a liberdade que se dá não só ao cidadão comum, como, de modo especial, também aos meios de imprensa, no sentido de ter a sua vida efetivamente pública.
Não podemos concordar, evidentemente, com determinados exageros, com armadilhas, com métodos sorrateiros de se fazer política no sentido de desbancar aquele que de alguma forma consegue passar uma mensagem à população e que, em função disso, recebe um nível de aceitação que passa a incomodar os adversários.
É nesse diapasão que vai se desenvolvendo a corrida sucessória no Brasil. E agora, com o surgimento da candidatura de Roseana Sarney, sem dúvida nenhuma a sucessão ganha novos contornos, contornos de equilíbrio e de oposição àquele que é hoje o candidato da Oposição - e candidato pela quarta vez -, e vai transformar a campanha numa campanha melhor, na medida em que com a aproximação da situação de duas candidaturas teremos um debate certamente mais rico a ser feito, coisa que não aconteceria no caso de não termos candidatos dos chamados blocos do Governo para enfrentar a candidatura do presidenciável Luís Inácio Lula da Silva.
Então, o meu pronunciamento é no sentido de reconhecer a fibra da nossa candidata e de comemorar os resultados obtidos, frutos, evidentemente, da sua capacidade pessoal, da sua imagem e da sua atuação na vida pública, mas, inegavelmente, aliados à organização do nosso Partido, o PFL, em nível nacional, que tem sabido dar com competência a sustentação necessária de quem deseja fazer chegar à Presidência da República alguém que faz parte dos seus quadros.
Era este o registro que queria fazer, Srs. Deputados, na tarde de hoje em que se debate, tão acaloradamente, essas questões partidárias.
Efetivamente destacamos a participação do Partido porque entendemos que só com Partidos fortes é que teremos democracia forte. E só com democracia forte é que vamos atingir a democracia duradoura. E esse debate, sem dúvida nenhuma, é imprescindível, necessário, como são necessárias as candidaturas e os Partidos devidamente organizados.
A população sabe bem diferenciar o que são acusações verdadeiras, bem intencionadas - e quando falo bem intencionadas é no sentido de que atinjam o objetivo de sanear qualquer vício ou problema na condução da coisa pública -, daquelas que são levianas e apenas se colocam para se antepor diante de candidaturas que crescem e que conseguem sensibilizar o eleitorado.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)