Pronunciamento

Julio Garcia - 039ª SESSÃO ORDINARIA

Em 30/05/2001
O SR. DEPUTADO JÚLIO GARCIA - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Deputada, muito embora tivesse outros assuntos a abordar na tarde de hoje neste Plenário, evidentemente, considero que seria uma falta de respeito não permanecer no mesmo diapasão e tema, até em consideração a todos os servidores da agricultura que visitam a Assembléia Legislativa na tarde de hoje.
Dia bom para falar, quando a platéia certamente declara de pronto os seus objetivos, de modo a deixar o orador a vontade para agradá-los.
Mas, certamente, devemos agir com responsabilidade e com conseqüência, até em respeito à história da agricultura em Santa Catarina. Se a agricultura em Santa Catarina é forte, pujante, importante e avançada, certamente isso não aconteceu do dia para a noite e nem por acaso. Isso é fruto de investimento de muitos anos, na pesquisa, na assistência técnica, na extensão rural, e também no funcionário, que é o responsável pela condução da política agrícola no Estado de Santa Catarina.
Por esses investimentos e pela capacitação dos servidores da agricultura é que nós hoje temos uma situação relativamente privilegiada. Mas isso não nos livrou dos índices elevados do êxodo rural e dos inúmeros problemas enfrentados pelos nossos agricultores, de modo especial, disse bem a Deputada Ideli Salvatti, do pequeno. O pequeno agricultor é o que mais sofre, porque o grande faz empréstimo em dólar, arruma um sócio, não paga imposto, e resolve o seu problema. E o pequeno já não tem a mesma sorte de facilidades para poder continuar atuando de forma dedicada e decisiva, de modo a manter, pelo menos, a sua subsistência, e por conseqüência, a sua manutenção no campo.
Por isso, Srs. Deputados, Sr. Presidente, também sou favorável a que se abra uma ampla negociação para que possamos ter a reposição das perdas. Não se está discutindo - e esse não é um problema apenas da agricultura - é um problema geral. É da polícia, da segurança, da saúde e da educação. Os salários no Brasil, hoje, são uma verdadeira vergonha! Tem-se a estabilidade da moeda, isso é bom? É bom, mas o ônus que o trabalhador esta pagando é muito grande. Não é só na agricultura, mas também na agricultura.
Por isso entendo que é chegado o momento de começarmos, em termos de Governo, a enxergar o horizonte para que possamos definir melhor as nossas prioridades. Ou será que vale a pena termos estradas de primeiro mundo, com o servidor passando fome, não podendo prestar os serviços que ele deve prestar, que é pago para isso, ao Estado e a população. Acho, que é chegado o momento de estabelecer as verdadeiras prioridades, e, aí, é que se identifica um Governo no estabelecimento de metas e de prioridades.
Por isso, quero, ao encerrar essa minha manifestação, dizer que estou solidário àqueles que defendem a abertura de uma ampla negociação para resolver o problema salarial. Se não resolver, minimizar o sofrimento daqueles que hoje são funcionários públicos e que certamente já estão apagando a sua televisão, desligando o seu frezzer, enfim, fazendo todo o tipo de economia para poder se manter. É preciso, que se abra essa negociação, e ela certamente só vai ser levada a bom termo se for feita com a mobilização das categorias, de forma respeitosa, civilizada, como aquela que acontece na Assembléia Legislativa.
Por isso termino, cumprimentando a todos os servidores da agricultura, por essa unidade, essa manifestação, essa mobilização, e de modo especial, pela forma como ela ocorre.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)