Pronunciamento
Joares Ponticelli - 051ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 18/06/2009
O SR. DEPUTADO JOARES PONTICELLI - Sr. presidente, srs. deputados e sra. deputada, o segundo assunto de hoje não podia ser outro a não ser aquele que envergonha e que continua repercutindo em todas as páginas jornalísticas e policiais deste país, que é a descoberta de mais atos secretos do eminente presidente do Senado da República, senador José Sarney. Aquele que disse na última terça-feira à tarde, aquele que teve a coragem, deputado Plínio, de ir à tribuna do Senado dizer que a crise do Senado não é dele.
O Sarney é a própria crise. Não é que a crise seja dele. Ele é a crise. Há 19 anos ele está naquela Casa. Desses 19 anos, pela terceira vez ele é presidente, deputado Pedro Uczai. Dos 81 cargos, daqueles de duas ou três vezes o valor do salário de um deputado, 56 foram criados pelo senador José Sarney. E agora diz ele que não sabia que o neto e as duas sobrinhas trabalhavam no Senado.
Eu fico imaginando, deputado Moacir Sopelsa, como é que um avô não sabe onde a neta trabalha, como é que um tio não sabe onde as sobrinhas trabalham. Deputado Plínio, imagine a festa de Natal na família Sarney. Vamos imaginar o José Sarney vestido de Papai Noel. Ele é o patriarca; portanto, deve se vestir de Papai Noel. Aí vêm as sobrinhas, os netinhos, sentam no seu colo. E o vovô não pergunta onde trabalham? Netinhos marmanjos já, todos com mais de 18 anos. Aí os netinhos, os sobrinhos, as netinhas, as sobrinhas, todos trabalham, e o vovô não sabe onde. Não é em nenhuma empresa do vovô. E aí descobrem que não é numa empresa jurídica do vovô, mas é na empresa pública do vovô.
O Sarney privatizou o Senado. E a Lucia Hippolito tem razão: depois de os Sarneys terem privatizado o estado do Maranhão, agora privatizaram o Senado também.
Isso é privatização do Senado, deputado Sargento Amauri Soares! O Sarney privatizou o Maranhão e agora quer privatizar o Senado! O vovô Sarney dizer que não sabe que o netinho trabalha lá, nem as sobrinhas, isso é deboche! Esse discurso do Sarney na terça-feira foi um deboche ao cidadão brasileiro, um deboche à imprensa, às pessoas de bem, à sociedade brasileira.
E aqui no estado, deputado Pedro Uczai, o Sarney tem um aliado, um seguidor de carteirinha que é o Eduardo Moreira, que mandou o Detran contratar o filho como médico. E aí quando perguntado, sabe o que o Detran respondeu? A resposta óbvia! Nós mandamos pedimos informações do processo e o Detran respondeu o seguinte: "Procure no diário oficial." Procure no diário oficial!
Eu vejo que o seguidor do Sarney, o Eduardo Moreira, também mandou contratar o filho. E o Sarney não sabia que as sobrinhas e o neto trabalham no Senado da República. É um deboche!
Esse homem que já chegou à Presidência da República, deveria fazer como o Fernando Henrique Cardoso. Depois de passar pela Presidência foi dar palestras, escrever livros, curtir os netos, conviver com eles e não dar emprego público para eles. Vai para casa, conviver com a família.
Mas, não! Quis voltar mais uma vez para a Presidência do Senado. Eu acho que ele voltou para a Presidência do Senado, deputado Plínio de Castro, porque tinha duas preocupações: o julgamento da cassação do governador do Maranhão e o julgamento do governador de Santa Catarina. Não que ele tivesse alguma influência, imaginem, eu não estou aqui fazendo nenhuma insinuação. Mas, com o Sarney ficando na Presidência do Senado, como há uma estátua de São Luiz do Maranhão, um oratório de São Luiz, as orações lá dentro devem ficar mais fortes, porque deu certo como ele queria: o governador do Maranhão foi cassado para a filha dele assumir e o seu correligionário de Santa Catarina não foi cassado. Então, deve ter sido somente as orações do Sarney para São Luiz do Maranhão que resolveram isso, porque outro tipo de influência não acredito que ele tenha.
Agora que já deu tudo certo, que sua oração foi poderosa, que resolveu, botou o PMDB no governo no Maranhão e manteve o PMDB no governo aqui, vai para casa Sarney! Vai para casa! Vai curtir os sobrinhos e os netos em casa, tire-os do emprego público e coloque nas empresas, pois a família possui muitas mesmo. Claro, privatizaram o Maranhão! Chegaram a tomar conta de uma fundação, de um convento no Maranhão, e chamaram de Fundação Sarney. É um escândalo, não é? É Sarney para todo o lado: aeroporto, estrada, escola, prefeitura, coisa pública, privada. Lá mistura-se tudo, público e privado é uma conta só, é uma coisa só.
Vai para casa, Sarney! Não debocha mais do povo brasileiro. Isso aqui é deboche! Dizer que não sabe dos atos secretos. O presidente Sarney está pela terceira vez na Presidência do Senado. Pergunta para a família onde trabalha o Sarney? Quem foi que botou no Senado? Dizer que não sabe, isso é deboche! Isso é privatização do Senado.
E esse comportamento do Sarney, deputado Marcos Vieira, está atingindo todo o Parlamento brasileiro, as Câmaras de Vereadores, deputada Angela Albino, as Assembleias. Essa podridão de lá acaba respingando no Parlamento do Brasil inteiro. E não é verdade que estão todos comprometidos. Ele, sim, é a crise. Ele está comprometendo. Ele está manchando. E aí o Renan Calheiros - homem de bem, outra liderança de bem do PMDB nacional - desce, circula no plenário ontem, quando ensaiaram um pedido de renúncia do Sarney, e diz: "Olha, o Presidente mandou dizer que se vocês apertarem com o movimento vai botar os podres de cada um para rua." Mas bote para a rua, então! O que o Sarney sabe dos outros senadores que o Brasil não sabe? É assim que ele governa, com chantagem, com um homem indecente que envergonha a política do Brasil, como esse Renan Calheiros, como um mensageiro da chantagem! É uma podridão só que de lá se espalha pelo país afora. E ele disse em tom debochado que não tem nada a ver com a crise.
Aí eu lamento, deputado Plínio de Castro, a manifestação infeliz do presidente Lula. Tenho pelo presidente Lula profunda admiração. Agora, ele dizer que o Sarney não pode ser tratado como um comum?! Mas o que é isso! Quer dizer que o Sarney faz tudo isso: privatiza o Maranhão, privatiza o Senado, emprega a família, o neto, as sobrinhas, e não sabiam que estavam lá! Há funcionário que mora na Espanha! E aí o presidente diz que ele não é um comum. Claro que não é um comum! Ele é um corrupto de marca maior. Ele tem que ir para a casa, tem que ser banido, tem que ser afastado imediatamente da presidência do Senado para permitir que se investigue, porque sabemos que com ele na presidência não vai haver nenhuma investigação decente, correta. O tacão vai funcionar. Se ele já mandou Renan Calheiros ameaçar colega, é claro que não vai permitir uma investigação transparente.
Sarney: Vai para casa! A Assembléia já aprovou ontem a moção. Vai cuidar da família, sem emprego público e sem enlamear mais ainda o Parlamento brasileiro.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
O Sarney é a própria crise. Não é que a crise seja dele. Ele é a crise. Há 19 anos ele está naquela Casa. Desses 19 anos, pela terceira vez ele é presidente, deputado Pedro Uczai. Dos 81 cargos, daqueles de duas ou três vezes o valor do salário de um deputado, 56 foram criados pelo senador José Sarney. E agora diz ele que não sabia que o neto e as duas sobrinhas trabalhavam no Senado.
Eu fico imaginando, deputado Moacir Sopelsa, como é que um avô não sabe onde a neta trabalha, como é que um tio não sabe onde as sobrinhas trabalham. Deputado Plínio, imagine a festa de Natal na família Sarney. Vamos imaginar o José Sarney vestido de Papai Noel. Ele é o patriarca; portanto, deve se vestir de Papai Noel. Aí vêm as sobrinhas, os netinhos, sentam no seu colo. E o vovô não pergunta onde trabalham? Netinhos marmanjos já, todos com mais de 18 anos. Aí os netinhos, os sobrinhos, as netinhas, as sobrinhas, todos trabalham, e o vovô não sabe onde. Não é em nenhuma empresa do vovô. E aí descobrem que não é numa empresa jurídica do vovô, mas é na empresa pública do vovô.
O Sarney privatizou o Senado. E a Lucia Hippolito tem razão: depois de os Sarneys terem privatizado o estado do Maranhão, agora privatizaram o Senado também.
Isso é privatização do Senado, deputado Sargento Amauri Soares! O Sarney privatizou o Maranhão e agora quer privatizar o Senado! O vovô Sarney dizer que não sabe que o netinho trabalha lá, nem as sobrinhas, isso é deboche! Esse discurso do Sarney na terça-feira foi um deboche ao cidadão brasileiro, um deboche à imprensa, às pessoas de bem, à sociedade brasileira.
E aqui no estado, deputado Pedro Uczai, o Sarney tem um aliado, um seguidor de carteirinha que é o Eduardo Moreira, que mandou o Detran contratar o filho como médico. E aí quando perguntado, sabe o que o Detran respondeu? A resposta óbvia! Nós mandamos pedimos informações do processo e o Detran respondeu o seguinte: "Procure no diário oficial." Procure no diário oficial!
Eu vejo que o seguidor do Sarney, o Eduardo Moreira, também mandou contratar o filho. E o Sarney não sabia que as sobrinhas e o neto trabalham no Senado da República. É um deboche!
Esse homem que já chegou à Presidência da República, deveria fazer como o Fernando Henrique Cardoso. Depois de passar pela Presidência foi dar palestras, escrever livros, curtir os netos, conviver com eles e não dar emprego público para eles. Vai para casa, conviver com a família.
Mas, não! Quis voltar mais uma vez para a Presidência do Senado. Eu acho que ele voltou para a Presidência do Senado, deputado Plínio de Castro, porque tinha duas preocupações: o julgamento da cassação do governador do Maranhão e o julgamento do governador de Santa Catarina. Não que ele tivesse alguma influência, imaginem, eu não estou aqui fazendo nenhuma insinuação. Mas, com o Sarney ficando na Presidência do Senado, como há uma estátua de São Luiz do Maranhão, um oratório de São Luiz, as orações lá dentro devem ficar mais fortes, porque deu certo como ele queria: o governador do Maranhão foi cassado para a filha dele assumir e o seu correligionário de Santa Catarina não foi cassado. Então, deve ter sido somente as orações do Sarney para São Luiz do Maranhão que resolveram isso, porque outro tipo de influência não acredito que ele tenha.
Agora que já deu tudo certo, que sua oração foi poderosa, que resolveu, botou o PMDB no governo no Maranhão e manteve o PMDB no governo aqui, vai para casa Sarney! Vai para casa! Vai curtir os sobrinhos e os netos em casa, tire-os do emprego público e coloque nas empresas, pois a família possui muitas mesmo. Claro, privatizaram o Maranhão! Chegaram a tomar conta de uma fundação, de um convento no Maranhão, e chamaram de Fundação Sarney. É um escândalo, não é? É Sarney para todo o lado: aeroporto, estrada, escola, prefeitura, coisa pública, privada. Lá mistura-se tudo, público e privado é uma conta só, é uma coisa só.
Vai para casa, Sarney! Não debocha mais do povo brasileiro. Isso aqui é deboche! Dizer que não sabe dos atos secretos. O presidente Sarney está pela terceira vez na Presidência do Senado. Pergunta para a família onde trabalha o Sarney? Quem foi que botou no Senado? Dizer que não sabe, isso é deboche! Isso é privatização do Senado.
E esse comportamento do Sarney, deputado Marcos Vieira, está atingindo todo o Parlamento brasileiro, as Câmaras de Vereadores, deputada Angela Albino, as Assembleias. Essa podridão de lá acaba respingando no Parlamento do Brasil inteiro. E não é verdade que estão todos comprometidos. Ele, sim, é a crise. Ele está comprometendo. Ele está manchando. E aí o Renan Calheiros - homem de bem, outra liderança de bem do PMDB nacional - desce, circula no plenário ontem, quando ensaiaram um pedido de renúncia do Sarney, e diz: "Olha, o Presidente mandou dizer que se vocês apertarem com o movimento vai botar os podres de cada um para rua." Mas bote para a rua, então! O que o Sarney sabe dos outros senadores que o Brasil não sabe? É assim que ele governa, com chantagem, com um homem indecente que envergonha a política do Brasil, como esse Renan Calheiros, como um mensageiro da chantagem! É uma podridão só que de lá se espalha pelo país afora. E ele disse em tom debochado que não tem nada a ver com a crise.
Aí eu lamento, deputado Plínio de Castro, a manifestação infeliz do presidente Lula. Tenho pelo presidente Lula profunda admiração. Agora, ele dizer que o Sarney não pode ser tratado como um comum?! Mas o que é isso! Quer dizer que o Sarney faz tudo isso: privatiza o Maranhão, privatiza o Senado, emprega a família, o neto, as sobrinhas, e não sabiam que estavam lá! Há funcionário que mora na Espanha! E aí o presidente diz que ele não é um comum. Claro que não é um comum! Ele é um corrupto de marca maior. Ele tem que ir para a casa, tem que ser banido, tem que ser afastado imediatamente da presidência do Senado para permitir que se investigue, porque sabemos que com ele na presidência não vai haver nenhuma investigação decente, correta. O tacão vai funcionar. Se ele já mandou Renan Calheiros ameaçar colega, é claro que não vai permitir uma investigação transparente.
Sarney: Vai para casa! A Assembléia já aprovou ontem a moção. Vai cuidar da família, sem emprego público e sem enlamear mais ainda o Parlamento brasileiro.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)