Pronunciamento
Ismael dos Santos - 086ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 15/09/2011
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, preciso iniciar esta breve intervenção lamentando a 103ª morte na BR-470 ocorrida no dia de ontem.
Temos, de forma até insistente, cobrado a aceleração do processo de licenças ambientais, para que se possa de fato, conforme compromisso da presidente Dilma Rousseff, a partir de março de 2012 dar início à efetiva da duplicação da BR-470, em especial os 74km iniciais entre Navegantes e Indaial.
Pela BR-470 transitam hoje 25 mil veículos por dia, lembrando que pela BR-101 passam 35 mil veículos/dia. Portanto, mais do que nunca precisamos aumentar a pressão pela duplicação da BR-470, a fim de que se dê capacidade de escoamento para cerca de 40% da economia catarinense, uma vez que por lá passam mais de quatro mil contêineres/dia.
Naturalmente que também não podemos deixar de, mais uma vez, referir-nos às cheias do vale do Itajaí - a deputada Ana Paula Lima e o deputado Jailson Lima já o fizeram no dia de hoje -, dizendo que são muitos os sentimentos que afloram neste momento: nostalgia, lembrança de fatos por que já passamos e impotência em relação aos desafios diante de uma possível nova calamidade climática.
O nosso escritório de atendimento regional em Blumenau também foi atingido, a água chegou a 1,70m, mas também temos sentimento de solidariedade, o mesmo que vimos em todos os 90 municípios atingidos pelas águas da última semana. E eu acrescentaria a esses sentimentos, o de expectativa. Ontem, ouvimos o relatório do governador Raimundo Colombo sobre os desafios das cheias e também o que já foi realizado, especialmente a perspectiva de uma melhor tecnologia no acompanhamento do volume das águas, mas especialmente no que diz respeito ao projeto da Jica, essa agência do governo japonês que está propondo que Santa Catarina construa no vale do Itajaí um canal extravasor. Essa obra foi muito comentada há cerca de duas décadas, mas depois acabou caindo no esquecimento. Agora a idéia surge com muita força.
Para os catarinenses que nos acompanham, gostaria de elucidar que, basicamente, seria construído um desvio do rio Itajaí-Açu, um canal paralelo à calha original do rio, de Blumenau até o litoral, talvez nas proximidades da cidade de Piçarras. Seriam 50km ou 60km, que na época das cheias aliviariam o volume das águas que passam pelo rio Itajaí-Açu.
Ontem, tivemos a oportunidade de subscrever o requerimento do deputado Jean Kuhlmann, que solicita a instalação, nesta Casa, do Fórum permanente de Prevenção de Desastres Naturais no Vale do Itajaí. Já existe na Casa uma comissão de desastres naturais liderado pelo deputado Kennedy Nunes, mas esse seria um fórum específico para acompanhar especialmente os projetos da Jica e outros que dizem respeito a soluções definitivas às enchentes no vale do Itajaí.
Se formos, deputado Maurício Eskudlark, contabilizar os prejuízos que a região do vale do Itajaí - e v.exa. que mora no litoral sabe disso e também acompanha de perto a situação - sofreu com as cheias, acho que são imensuráveis, sejam os das famílias, os das obras públicas ou os das empresas.
Segundo especialistas, um canal extravasor custaria, hoje, US$ 200 milhões, ou seja, R$ 400 milhões, um número que parece assustador. Mas qual foi o prejuízo que tivemos com a cheia da semana passada? Talvez R$ 1 bilhão. Além disso, o canal extravasor certamente seria uma solução definitiva e que daria segurança não somente às famílias, mas aos investidores, às empresas que acabam indo embora ou que deixam de se instalar em Santa Catarina por causa de cheias como essa.
Alguém até pode achar isso uma utopia, mas sem utopia na há história. Gosto muito de um pensamento de Francisco de Assis, que diz o seguinte: "Comece fazendo o necessário, depois tente o possível e de repente você acabará fazendo o impossível". Acho que é uma reflexão que cabe muito bem para o projeto de um canal extravasor no vale do Itajaí.
Quero ainda, complementando essa intervenção sobre as cheias no vale do Itajaí, ratificar a nossa gratidão à presidente Dilma Rousseff e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, pela liberação imediata de R$ 13 milhões, sendo R$ 3 milhões para o estado e R$ 10 milhões para 19 municípios. Ressaltamos também a criatividade do cartão de débito, uma vez que os prefeitos de Itajaí, Rio do Sul e Blumenau já saíram do encontro com um crédito de R$ 1,5 milhão para gastar em ações emergenciais referentes às cheias do vale do Itajaí.
Quero também parabenizar o prefeito João Paulo Kleinübing, de Blumenau, pela retomada do projeto de recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu. Quem conhece Blumenau ou já viu imagens sabe muito bem que a avenida Beira-Rio tem, hoje, um talude de concreto, mas a margem esquerda, infelizmente, mais uma vez ficou extremamente prejudicada e 20 moradores da região central da cidade precisaram abandonar suas casas.
O projeto está sendo retomado em parceria com o governo federal, no sentido de dar aos 900m da margem esquerda do rio Itajaí-Açu um talude de concreto, com a perspectiva de recuperação da vegetação. Trata-se de um investimento de R$ 10 milhões, que certamente propiciará beleza ao cenário e dará segurança aos moradores, aos investidores e à rede hoteleira da região.
Sr. presidente e srs. deputados, são atitudes positivas que merecem o nosso aplauso e que certamente apoiaremos na busca de parceria com o governo federal para a retomada total da recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu, no centro do município de Blumenau.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Temos, de forma até insistente, cobrado a aceleração do processo de licenças ambientais, para que se possa de fato, conforme compromisso da presidente Dilma Rousseff, a partir de março de 2012 dar início à efetiva da duplicação da BR-470, em especial os 74km iniciais entre Navegantes e Indaial.
Pela BR-470 transitam hoje 25 mil veículos por dia, lembrando que pela BR-101 passam 35 mil veículos/dia. Portanto, mais do que nunca precisamos aumentar a pressão pela duplicação da BR-470, a fim de que se dê capacidade de escoamento para cerca de 40% da economia catarinense, uma vez que por lá passam mais de quatro mil contêineres/dia.
Naturalmente que também não podemos deixar de, mais uma vez, referir-nos às cheias do vale do Itajaí - a deputada Ana Paula Lima e o deputado Jailson Lima já o fizeram no dia de hoje -, dizendo que são muitos os sentimentos que afloram neste momento: nostalgia, lembrança de fatos por que já passamos e impotência em relação aos desafios diante de uma possível nova calamidade climática.
O nosso escritório de atendimento regional em Blumenau também foi atingido, a água chegou a 1,70m, mas também temos sentimento de solidariedade, o mesmo que vimos em todos os 90 municípios atingidos pelas águas da última semana. E eu acrescentaria a esses sentimentos, o de expectativa. Ontem, ouvimos o relatório do governador Raimundo Colombo sobre os desafios das cheias e também o que já foi realizado, especialmente a perspectiva de uma melhor tecnologia no acompanhamento do volume das águas, mas especialmente no que diz respeito ao projeto da Jica, essa agência do governo japonês que está propondo que Santa Catarina construa no vale do Itajaí um canal extravasor. Essa obra foi muito comentada há cerca de duas décadas, mas depois acabou caindo no esquecimento. Agora a idéia surge com muita força.
Para os catarinenses que nos acompanham, gostaria de elucidar que, basicamente, seria construído um desvio do rio Itajaí-Açu, um canal paralelo à calha original do rio, de Blumenau até o litoral, talvez nas proximidades da cidade de Piçarras. Seriam 50km ou 60km, que na época das cheias aliviariam o volume das águas que passam pelo rio Itajaí-Açu.
Ontem, tivemos a oportunidade de subscrever o requerimento do deputado Jean Kuhlmann, que solicita a instalação, nesta Casa, do Fórum permanente de Prevenção de Desastres Naturais no Vale do Itajaí. Já existe na Casa uma comissão de desastres naturais liderado pelo deputado Kennedy Nunes, mas esse seria um fórum específico para acompanhar especialmente os projetos da Jica e outros que dizem respeito a soluções definitivas às enchentes no vale do Itajaí.
Se formos, deputado Maurício Eskudlark, contabilizar os prejuízos que a região do vale do Itajaí - e v.exa. que mora no litoral sabe disso e também acompanha de perto a situação - sofreu com as cheias, acho que são imensuráveis, sejam os das famílias, os das obras públicas ou os das empresas.
Segundo especialistas, um canal extravasor custaria, hoje, US$ 200 milhões, ou seja, R$ 400 milhões, um número que parece assustador. Mas qual foi o prejuízo que tivemos com a cheia da semana passada? Talvez R$ 1 bilhão. Além disso, o canal extravasor certamente seria uma solução definitiva e que daria segurança não somente às famílias, mas aos investidores, às empresas que acabam indo embora ou que deixam de se instalar em Santa Catarina por causa de cheias como essa.
Alguém até pode achar isso uma utopia, mas sem utopia na há história. Gosto muito de um pensamento de Francisco de Assis, que diz o seguinte: "Comece fazendo o necessário, depois tente o possível e de repente você acabará fazendo o impossível". Acho que é uma reflexão que cabe muito bem para o projeto de um canal extravasor no vale do Itajaí.
Quero ainda, complementando essa intervenção sobre as cheias no vale do Itajaí, ratificar a nossa gratidão à presidente Dilma Rousseff e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, pela liberação imediata de R$ 13 milhões, sendo R$ 3 milhões para o estado e R$ 10 milhões para 19 municípios. Ressaltamos também a criatividade do cartão de débito, uma vez que os prefeitos de Itajaí, Rio do Sul e Blumenau já saíram do encontro com um crédito de R$ 1,5 milhão para gastar em ações emergenciais referentes às cheias do vale do Itajaí.
Quero também parabenizar o prefeito João Paulo Kleinübing, de Blumenau, pela retomada do projeto de recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu. Quem conhece Blumenau ou já viu imagens sabe muito bem que a avenida Beira-Rio tem, hoje, um talude de concreto, mas a margem esquerda, infelizmente, mais uma vez ficou extremamente prejudicada e 20 moradores da região central da cidade precisaram abandonar suas casas.
O projeto está sendo retomado em parceria com o governo federal, no sentido de dar aos 900m da margem esquerda do rio Itajaí-Açu um talude de concreto, com a perspectiva de recuperação da vegetação. Trata-se de um investimento de R$ 10 milhões, que certamente propiciará beleza ao cenário e dará segurança aos moradores, aos investidores e à rede hoteleira da região.
Sr. presidente e srs. deputados, são atitudes positivas que merecem o nosso aplauso e que certamente apoiaremos na busca de parceria com o governo federal para a retomada total da recuperação da margem esquerda do rio Itajaí-Açu, no centro do município de Blumenau.
Muito obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)