Pronunciamento
Ismael dos Santos - 109ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 26/11/2013
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, srs. deputados que ainda estão na Casa, e, especialmente, deputado Dirceu Dresch, quero dizer que de fato há uma expectativa enorme com a visita da presidente Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, ao estado de Santa Catarina. Será bem-vinda e será recebida de braços abertos, pelas boas notícias que traz ao Porto de São Francisco do Sul, pelas obras de contenção de cheias no vale do Itajaí e pelos recursos do Fundão, que merecem os nossos aplausos.
Mas há também, deputado Dirceu Dresch e sr. presidente, algumas indagações a fazer. E uma pontual, e que a mídia reforçou durante o dia de hoje, eu trago a esta tribuna como preocupação, embora sem abrir mão da nossa gratidão, porque quem não tem gratidão, não tem caráter. Mas temos razões sobejas para indagações, e uma das indagações significativas com relação à presença da presidente Dilma Rousseff no estado de Santa Catarina é o já constrangedor questionamento com relação à duplicação da BR-470. Não é mais possível protelar essa decisão que agora, segundo informações que recebemos, está nas mãos do Ibama, mas, em última instância, o Ibama está nas mãos da sra. presidente.
Por isso, como representante do vale do Itajaí também nesta Casa, certamente estaremos reforçando esse clamor da população catarinense com relação à duplicação da BR-470, porque não é mais possível suportar tanta promessa, tantas delongas e tantas expectativas frustradas.
Tivemos a promessa de que no início do mês de julho, no máximo, as máquinas estariam roncando na BR-470, mas, infelizmente, nada disso ocorreu.
Portanto, acredito que amanhã será uma bela oportunidade para que o povo catarinense faça essa indagação à presidente Dilma Rousseff para saber quando de fato vão começar as obras da duplicação da BR-470, que liga o oeste catarinense ao nosso litoral. Sempre tenho dito aqui que é uma rodovia que foi planejada para 10 mil veículos, há 40 ou 50 anos, por onde hoje passam mais de 25 mil ou 30 mil veículos por dia. São quatro mil containers transportando 40% da riqueza de Santa Catarina, do oeste catarinense para os nossos portos no litoral.
Gostaria também, sr. presidente e srs. deputados, de dizer que no último pronunciamento que fiz levantei a questão da proposta, e que ainda transita em alguns círculos acadêmicos deste país, sobre a legalização da maconha. A revista Veja trouxe uma matéria especial sobre a legalização em alguns estados dos Estados Unidos e também no nosso país vizinho, o Uruguai.
Eu me interessei logo em saber quais seriam as manifestações que viriam após essa reportagem. E quero destacar aqui, sr. presidente, pelos menos duas delas. Uma vinda do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP -, e outra vinda de Santa Catarina, coincidentemente de Blumenau. E faço o registro dessas duas missivas registradas na revista Veja em relação a essa matéria.
A primeira é do dr. Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, e diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"[...] Num estado que é incapaz de supervisionar a venda de cigarros ou álcool a menores, como ter a garantia de que a maconha legalizada seria vendida de forma apropriada? A maconha pode ser o gatilho para transformar em padecentes de doenças mentais como esquizofrenia, depressão e bipolaridade, pessoas que passariam incólumes por riscos transmitidos geneticamente. Legalizar a droga seria o primeiro passo para este sorteio perverso. Precisamos apenas saber exatamente quais são os interesses de quem defende a legalização com fulcro apenas no lucro financeiro da venda de drogas."[sic]
Registro, ainda, a carta enviada pela sra. Lúcia Machado Haertel, de Blumenau, constante da revista Veja desta semana, que diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"Sou neurologista infantil e da adolescência e contra a legalização da maconha.[...] A permissão apenas para uso medicinal, porém, é ridícula. Embora a maconha possua, de fato, certa ação analgésica, sedativa e antiemética, medicamentos eficazes para esses males já existem. Se a maconha fosse realmente insubstituível os laboratórios farmacêuticos já teriam isolado apenas o componente medicinal em comprimidos. A verdade é que ela é um péssimo remédio e seu uso medicinal é de um cinismo explícito. Os efeitos medicinais não compensam seus riscos como droga. Ninguém discute que a maconha faz mal e vicia. Portanto, os Estados deveriam ser claros: proibir totalmente ou legalizar de vez. Assim, pelo menos assumiriam as consequências: risco de doenças mentais, morte neuronal, perda de memória, acidentes de trânsito e, o mais grave, a promoção do vício e da entrada dos adolescentes no mundo de outras drogas."[sic]
Parabéns a dra. Lúcia Machado Haertel pela forma literária como a nossa blumenauense responde à revista Veja, na coluna Leitor.
As outras missivas não terei tempo para trazer a lume nesta tarde, mas não há dúvida de que legalizar a maconha em nome da medicina é de fato ridículo. Esta é a melhor expressão que eu consigo traduzir. Basta ver aqueles que adentraram pelo caminho das drogas, deputado Pedro Baldissera, que preside esta sessão.
Temos dito e repetido a nossa experiência ao longo desses últimos 20 anos com comunidades terapêuticas. E se formos subir o morro do CTV, por exemplo, Centro Terapêutico Vida, de Blumenau, e perguntarmos aos 30 internos que lá estão como é que começaram no mundo das drogas, a resposta será muito óbvia: ou foi pelo álcool ou pela maconha. E aí vão para as drogas pesadas.
Por isso, continuamos dizendo "não" às drogas e "sim" à vida.
Obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Mas há também, deputado Dirceu Dresch e sr. presidente, algumas indagações a fazer. E uma pontual, e que a mídia reforçou durante o dia de hoje, eu trago a esta tribuna como preocupação, embora sem abrir mão da nossa gratidão, porque quem não tem gratidão, não tem caráter. Mas temos razões sobejas para indagações, e uma das indagações significativas com relação à presença da presidente Dilma Rousseff no estado de Santa Catarina é o já constrangedor questionamento com relação à duplicação da BR-470. Não é mais possível protelar essa decisão que agora, segundo informações que recebemos, está nas mãos do Ibama, mas, em última instância, o Ibama está nas mãos da sra. presidente.
Por isso, como representante do vale do Itajaí também nesta Casa, certamente estaremos reforçando esse clamor da população catarinense com relação à duplicação da BR-470, porque não é mais possível suportar tanta promessa, tantas delongas e tantas expectativas frustradas.
Tivemos a promessa de que no início do mês de julho, no máximo, as máquinas estariam roncando na BR-470, mas, infelizmente, nada disso ocorreu.
Portanto, acredito que amanhã será uma bela oportunidade para que o povo catarinense faça essa indagação à presidente Dilma Rousseff para saber quando de fato vão começar as obras da duplicação da BR-470, que liga o oeste catarinense ao nosso litoral. Sempre tenho dito aqui que é uma rodovia que foi planejada para 10 mil veículos, há 40 ou 50 anos, por onde hoje passam mais de 25 mil ou 30 mil veículos por dia. São quatro mil containers transportando 40% da riqueza de Santa Catarina, do oeste catarinense para os nossos portos no litoral.
Gostaria também, sr. presidente e srs. deputados, de dizer que no último pronunciamento que fiz levantei a questão da proposta, e que ainda transita em alguns círculos acadêmicos deste país, sobre a legalização da maconha. A revista Veja trouxe uma matéria especial sobre a legalização em alguns estados dos Estados Unidos e também no nosso país vizinho, o Uruguai.
Eu me interessei logo em saber quais seriam as manifestações que viriam após essa reportagem. E quero destacar aqui, sr. presidente, pelos menos duas delas. Uma vinda do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP -, e outra vinda de Santa Catarina, coincidentemente de Blumenau. E faço o registro dessas duas missivas registradas na revista Veja em relação a essa matéria.
A primeira é do dr. Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, e diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"[...] Num estado que é incapaz de supervisionar a venda de cigarros ou álcool a menores, como ter a garantia de que a maconha legalizada seria vendida de forma apropriada? A maconha pode ser o gatilho para transformar em padecentes de doenças mentais como esquizofrenia, depressão e bipolaridade, pessoas que passariam incólumes por riscos transmitidos geneticamente. Legalizar a droga seria o primeiro passo para este sorteio perverso. Precisamos apenas saber exatamente quais são os interesses de quem defende a legalização com fulcro apenas no lucro financeiro da venda de drogas."[sic]
Registro, ainda, a carta enviada pela sra. Lúcia Machado Haertel, de Blumenau, constante da revista Veja desta semana, que diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"Sou neurologista infantil e da adolescência e contra a legalização da maconha.[...] A permissão apenas para uso medicinal, porém, é ridícula. Embora a maconha possua, de fato, certa ação analgésica, sedativa e antiemética, medicamentos eficazes para esses males já existem. Se a maconha fosse realmente insubstituível os laboratórios farmacêuticos já teriam isolado apenas o componente medicinal em comprimidos. A verdade é que ela é um péssimo remédio e seu uso medicinal é de um cinismo explícito. Os efeitos medicinais não compensam seus riscos como droga. Ninguém discute que a maconha faz mal e vicia. Portanto, os Estados deveriam ser claros: proibir totalmente ou legalizar de vez. Assim, pelo menos assumiriam as consequências: risco de doenças mentais, morte neuronal, perda de memória, acidentes de trânsito e, o mais grave, a promoção do vício e da entrada dos adolescentes no mundo de outras drogas."[sic]
Parabéns a dra. Lúcia Machado Haertel pela forma literária como a nossa blumenauense responde à revista Veja, na coluna Leitor.
As outras missivas não terei tempo para trazer a lume nesta tarde, mas não há dúvida de que legalizar a maconha em nome da medicina é de fato ridículo. Esta é a melhor expressão que eu consigo traduzir. Basta ver aqueles que adentraram pelo caminho das drogas, deputado Pedro Baldissera, que preside esta sessão.
Temos dito e repetido a nossa experiência ao longo desses últimos 20 anos com comunidades terapêuticas. E se formos subir o morro do CTV, por exemplo, Centro Terapêutico Vida, de Blumenau, e perguntarmos aos 30 internos que lá estão como é que começaram no mundo das drogas, a resposta será muito óbvia: ou foi pelo álcool ou pela maconha. E aí vão para as drogas pesadas.
Por isso, continuamos dizendo "não" às drogas e "sim" à vida.
Obrigado, sr. presidente!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)