Pronunciamento

Ismael dos Santos - 056ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 22/06/2011
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, srs. deputados, acho que hoje encerro a sessão, espero que seja o último.
Deputado Kennedy Nunes, tenho acompanhado desde a época do ex-deputado Adelor Vieira a questão da região metropolitana. Inclusive, tenho acompanhado também a sua luta neste Parlamento sobre essa questão. Diria até, deputado Kennedy Nunes, que as regiões metropolitanas são tão importantes ou mais que as próprias SDRs pelas perspectivas de desenvolvimento, pelas atribuições de um consórcio de municípios e pelos benefícios que podem gerar para uma região.
O Sr. Deputado Maurício Eskudlark - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Pois não!
O Sr. Deputado Maurício Eskudlark - Apenas peço vênia a v.exa. para me referir ao pronunciamento do deputado Kennedy Nunes.
Esta Casa aprovou um projeto criando oito regiões metropolitanas em Santa Catarina. Estamos brigando - já fizemos até indicação e proposição nesta Casa - para que seja criada a região metropolitana do oeste, porque, como foi bem relatado, são vários os benefícios que isso permite. Inclusive, sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida, há pessoas aguardando a criação da região metropolitana, porque hoje o valor do financiamento é de R$ 80 mil e passando a ser região metropolitana passará para R$ 130 mil.
Então, um trabalhador que compra um terreno por R$ 30 ou R$ 40 mil, sobra-lhe muito pouco para construir sua casa. Mas com os benefícios da região metropolitana, isso aumentaria muito. Essa é uma luta que devemos levar adiante, pois é muito importante para a população de Santa Catarina.
Muito obrigado!
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Não há dúvida de que essa é uma bandeira que precisa ser permanentemente hasteada nesta Casa.
Quero ainda, neste momento, lembrar que acontece, deputado Kennedy Nunes, neste exato instante, uma reunião importantíssima com os líderes desta Casa sobre o impasse da greve dos servidores do Magistério. Espero que o próximo orador ao assomar a esta tribuna ou, talvez, na próxima sessão possa chegar trazendo boas notícias, bons resultados, nessa questão do magistério.
Tenho dito e tenho tornado pública a minha posição de que a receita para acabarmos com esse impasse é composta por três ingredientes: diálogo, bom senso e absoluta transparência nos números.
Pela conversa que mantivemos durante todo o dia de hoje com vários professores e professoras de diferentes regiões, entendemos que a categoria está disposta a retornar à sala de aula, mas pequenos detalhes precisam ser esclarecidos, especialmente em relação à regência de classe. Espero que os líderes consigam reabrir o diálogo com o governo do estado.
Srs. deputados, sr. presidente, estamos celebrando uma semana importantíssima para reflexão quanto às drogas. Esta é a semana contra o abuso e o tráfico de drogas, deputado Maurício Eskudlark. Tivemos, inclusive, a satisfação de saber que alguns alunos de Santa Catarina foram contemplados, através da secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, com um prêmio de R$ 9 mil.
Assim, registro com muita satisfação o nome do Andriéli dos Santos, de Vargem Bonita; Lucas Bison, de Concórdia; e Ana Lara Formaio, de Joaçaba, que foram premiados por seus cartazes na participação do concurso nacional Arte e Cultura na Prevenção do Uso de Crack e de outras Drogas.
Também gostaria de citar o nome de Fábio Júnior Cattani, de Guarujá do Sul, que foi o vencedor na categoria vídeo.
Portanto, nossos parabéns a esses estudantes da rede de educação de Santa Catarina por essa premiação, através da dra. Paulina Duarte.
De fato, nesta semana contra o abuso e o tráfico de drogas são muitas as temáticas que poderíamos levantar, sobretudo com a decisão do STF em relação à liberação da Marcha da Maconha. Tenho recebido vários e-mails, mensagens no twitter, enfim, há um debate virtual com pessoas favoráveis à liberação da maconha e, naturalmente, pessoas contrárias a isso.
Tenho assumido uma postura, como presidente da Frente Parlamentar de Combate e Prevenção às Drogas, e quero trazer o depoimento da sra. Nora Volkow, que é diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, numa entrevista a um dos periódicos nacionais.
(Passa a ler.)
"A diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas afirma que nem mesmo a maconha nem muito menos a DMT, presente no chá do Santo Daime, podem ser consideradas inofensivas."[sic]
A psiquiatra mexicana Nora Volkow, que desde 2003 está na direção do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, nos Estados Unidos, esteve no Brasil na semana passada para uma palestra na Universidade Federal de São Paulo, pois é uma das mais importantes pesquisadoras sobre drogas no mundo. Ela afirma que: "Há quem veja a maconha como uma droga inofensiva. Trata-se de um erro. Comprovadamente, ela tem efeitos bastante danosos."
Não sou eu quem está dizendo isso, é uma especialista, cientista, psiquiatra mexicana, uma das mais importantes pesquisadoras de droga no mundo. Ela diz mais:
(Continua lendo.)
"Portadores de esquizofrenia têm propensão à paranoia, e tanto a maconha quanto a DMT (presente no chá do Santo Daime) agravam esse sintoma, além de aumentar a profundidade e a frequência das alucinações. Drogas que produzem psicoses por si próprias, como metanfetamina, maconha e LSD, podem piorar a doença mental de uma forma abrupta e veloz."[sic]
Trata-se de vasta matéria sobre o perigo do uso da maconha, o que temos acompanhado de perto, sobretudo nas nossas comunidades terapêuticas.
Agora, na liderança dessa frente parlamentar temos visitado todo o estado de Santa Catarina e neste final de semana estivemos no sul do estado visitando duas entidades, sobre as quais temos falado insistentemente nesta tribuna, aonde de cada dez internos que vão em busca de reabilitação para dependência química, especialmente do crack, mas também da maconha e agora do oxi, pelo menos seis entraram no mundo das drogas através da maconha.
Por isso, o nosso protesto mais uma vez e a nossa indignação contra a decisão do STF, porque entendemos que a postura, em nome da liberdade de expressão, de liberar a apologia às drogas que se faz nas Marchas da Maconha vai, no mínimo, causar um dano extremamente nocivo à estrutura familiar, aos nossos jovens e às futuras gerações.
Era isso, sr. presidente.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)