Pronunciamento

Ismael dos Santos - 096ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 28/10/2014
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, srs. deputados que ainda estão na Casa. Naturalmente que a nossa intervenção nesta tarde não pode fugir de uma avaliação, embora breve e sucinta, das eleições que participamos, nós, brasileiros, no último final de semana, com 142 milhões de brasileiros que estavam credenciados para tal, dentre os quais, pelo menos 110 milhões foram às urnas.
E é claro, deputado Nilson Gonçalves, que nós, agora, neste Parlamento, conversando com a população no dia a dia, deputado Reno Caramori - que, infelizmente, vai nos deixar para uma nova etapa da vida, para uma merecida aposentadoria, depois de seis mandatos. Saiba que sempre o tive como professor aqui na Casa -, sabemos que ficam algumas arestas do ponto de vista psicológico e político-administrativo, numa eleição tão acirrada como foi essa e que, como tem se dito e repetido, dividiu o Brasil, não necessariamente em nordeste e sul, mas em categorias, em formas de pensamento e de conceitos da administração pública.
Do ponto de vista psicológico, do ponto de vista da alma do brasileiro, e aí talvez o maior, o mais forte e intenso retrato dessa guerra psicológica não tenha sido os debates, as estratégias discursivas, as narrativas para desconstruir o opositor, especificamente no segundo turno que, certamente são lembranças negativas que precisamos imergi-las no mar do esquecimento, mas também do ponto de vista ainda psicológico e, principalmente pós-eleições, o que vimos foi a truculência discursiva nas redes sociais, lamentáveis, de ambos os lados.
Eu prefiro dizer que o que ficou para trás lá deve ficar, pois essa ressurreição de sentimentos amargos, azedos, negativos não contribui para a construção de uma democracia forte e saudável como desejamos. Precisamos superar essa questão para a perspectiva administrativa e política do Brasil pelos próximos quatro anos.
Eu conversava domingo à noite com várias pessoas - estava num evento, em Joinville -, e havia aqueles que, naturalmente, demonstravam felicidade porque tinham apostado na Dilma Rousseff; outros, pensativos porque tinham votado em Aécio Neves, e, ainda, os que estavam indiferentes, que anularam o voto ou simplesmente abstiveram-se do processo eleitoral.
Não podemos ser arautos do preconceito que alimenta esse momento pós-eleitoral carregado de ódio, de calúnia e de mentira. É preciso estar nas trincheiras de lutas na busca de construir um país sem discriminação, defendendo sempre a democracia, a liberdade e a dignidade humana.
Gostaria de me voltar para a perspectiva político-administrativa do país que vamos ter nos próximos quatro anos. A presidente Dilma Rousseff foi eleita, sabemos, de forma bastante apertada, e precisamos cobrar dela para que sejam honrados os compromissos assumidos, primeiramente, com a nação, com o Brasil nos seus vários diferentes e múltiplos aspectos, e também na infraestrutura, como tanto almejamos, no controle dos gastos, na redução da carga tributária, na melhoria da segurança pública, sobretudo, na questão das fronteiras, na competitividade do setor produtivo, na questão da saúde, passando de 4% para, pelo menos, 10% do investimento do governo federal na saúde pública, no nosso SUS.
Mas gostaria também de enfatizar os compromissos da presidente Dilma Rousseff, e aí tendo o governador Raimundo Colombo como fiel deste compromisso, deste contrato, deste acordo, deste pacto, firmado para Santa Catarina, na pessoa do sr. governador e da presidente eleita, Dilma Rousseff, salientando algumas questões pontuais para o nosso estado, entre as quais, de infraestrutura ligadas as nossas rodovias, como a BR-282, que liga o oeste catarinense à cidade de Lages, principalmente no que diz respeito a impulso aos agronegócios, a conclusão da BR-101.
Refiro-me à questão do Morro dos Cavalos, o túnel tão esperado; a própria conclusão da famosa Ponte de Laguna, no vale do Itajaí para contenção das cheias, um projeto que já está a todo vapor, mas que precisa ser concluído e que vai certamente trazer benefícios para mais de um milhão de catarinense do ponto de vista da segurança de vidas, também do patrimônio, da economia.
Questões pontuais aqui para a capital como o aeroporto Hercílio Luz, com perspectiva de um novo terminal; a própria via expressa aqui na capital, que liga a BR-101 a BR-280, que vai dar um fôlego à mobilidade urbana; o porto de São Francisco e a famosa ferrovia ou as ferrovias, porque temos a Ferrovia de Integração, que vem do oeste para o litoral, mas temos também a Ferrovia Litorânea, que sai lá de Imbituba, passa pelos portos de Itajaí e de Navegantes e vai até o porto de São Francisco. Poderíamos ir para o oeste e falar, por exemplo, do aeroporto de Chapecó, com investimento previsto em torno de R$ 35 milhões para o terminal e também o novo pátio das aeronaves.
Também quanto à duplicação da BR-470, que temos insistido aqui durante esses quatro anos e que, felizmente, três etapas da duplicação estão em andamento, embora de forma lenta, mas precisamos acelerar esse processo até para melhorar a mobilidade e dar mais agilidade à economia, atraindo investimentos de empresas que deixam de se estabelecer no vale do Itajaí por causa da falta de infraestrutura, por causa da demora da duplicação da BR-470. São várias as obras que esperamos que o nosso governador tenha, de fato, vez e voz para cobrar da presidente Dilma. Queremos ações de forma rápida, ágil e pontual para o bem de todos os catarinenses.
Concluindo, sr. presidente, nessa rápida leitura das eleições do último domingo, esperamos que a presidente Dilma, no seu novo mandato, possa consolidar as parcerias que foram anunciadas, aliançadas, pactuadas com Santa Catarina, em nível de Brasil, e avançar nos índices de desenvolvimento em toda a nossa nação.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)